Grace não é como as outras garotas da idade dela. Enquanto todas estão preocupadas com a sua panelinha da escola e o que vão fazer com suas vidas depois do ensino médio, a garota está vivendo a vida no piloto automático. Ou melhor, sobrevivendo, com...
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Aguardo o resultado enquanto mexo minha perna freneticamente. Não sabia quanto tempo demorava, então pego a caixinha e olho as instruções.
Eu estava nervosa demais para ler antes, mas ao constatar que a segunda listra rosa não tinha aparecido, e já havia passado um tempo, fiquei me perguntando se era sorte ou apenas Deus brincando com a minha cara, e a listra fosse aparecer logo depois.
— Grace! — minha mãe chama do lado de fora do banheiro e a porta ameaça abrir, eu seguro com o pé
— Eu saio daqui a pouco. — grito e olho para o relógio no meu celular, o tempo já havia passado. A segunda listra não apareceu, e nem ia, jogo a cabeça para trás com um suspiro de alívio.
— Eu vou com seu pai no mercado, você quer algo? — ela pergunta
— Não. Pode ir! — digo pegando a caixinha do teste de gravidez e me levantando do vaso, tinha que me livrar disso, mas longe daqui.
Dou descarga e abaixo a tampa do vaso, me olhando no espelho.
Obrigada.
Se Deus existisse, essa era a maior prova de que ele se importava.
Saio do banheiro assim que escuto a porta do meu quarto bater, o que me assegurava que minha mãe tinha saído do cômodo. Guardo o teste dentro da caixinha e jogo na minha mochila, eu jogaria fora na primeira oportunidade.
Meu celular vibra e eu olho a tela, a imagem minha com Harry aparece e o nome do loiro também.
Na maioria das vezes, nós usávamos camisinha, mas da última, ele disse que ia ter cuidado e não ia precisar. Eu confio no Harry, e como ele havia dito, tinha dado certo.
"Passo para te pegar daqui uma hora."
Puxo a cortina na janela e olho pelo vidro, procurando se meus pais já haviam saído, quando vejo que o carro não está no estacionamento, solto o tecido rosa.
"Ok.", respondo e jogo o celular em cima da cama, enquanto ando até o closet.
Observo as roupas e suspiro quando pego uma blusa branca, calca xadrez, e os habituais coturnos que eu usei na festa de Martin alguns dias atrás.
Eu geralmente não saia para festas do colegial, a não ser as que eram na casa do meu primo. Nós não éramos os primos mais unidos, mas éramos os únicos da pequena família Farren.
Na maior parte das vezes, eu estava em festas em repúblicas. Eram as minhas favoritas. Foi em uma dessas que conheci Harry, há 2 anos atrás. Ele ainda estava no primeiro período do curso de direito, e eu no primeiro ano do ensino médio. A atração foi inevitável. O loiro é realmente muito bonito e faz todas as garotas cairem aos pés dele, mas eu sou a única que segura ele.
