sete - ela se foi

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*ATENÇÃO: esse capítulo possuí gatilhos e pode ser pesado, contendo cenas de suicídio*

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*ATENÇÃO: esse capítulo possuí gatilhos e pode ser pesado, contendo cenas de suicídio*

— Mãe, cheguei! — grito fechando a porta de entrada da casa

Nenhuma resposta. Deve estar dormindo.

Olho o recado na geladeira. Pela letra, era do meu pai e ele estava apressado, já que estava mais para um desenho abstrato.

"Vou chegar mais tarde hoje. Cuide da sua mãe."

Ela odiava isso, que falássemos que ela precisava de cuidados, mas ela realmente precisava.

Jogo as chaves em cima do balcão da cozinha e ando até a geladeira. Suspiro procurando algo para comer, mas nada me atrai. Acabo pegando uma maçã verde e subo as escadas.

Bato na porta do quarto dos meus pais, mas tudo está silencioso.

Abro a porta um pouquinho e olho para ver se ela estava no quarto, suspiro ao entrar e não encontrar nada.

Ao invés disso, vejo água saindo pela porta.

— Mãe? — chamo preocupado — Mãe, tem água saindo por baixo da porta... — digo e a abro

O que eu vejo a seguir, eu nunca vou esquecer. A pia estava aberta e encharcava todo o banheiro. Minha mãe estava caída no chão, desacordada.

— Mãe! — grito e corro até ela, tentando a acordar, mas nada a faz abrir os olhos

Olho ao redor e encontro algumas cartelas de antidepressivos que ela andava tomando depois de perder o bebê.

Só pode ser brincadeira. Tem que ser brincadeira.

A pego em meu colo e procuro meu celular, começando a ligar para a emergência.

— 911. Qual sua emergência? — escuto do outro lado da linha

— Eu.. eu... eu cheguei em casa e a minha mãe... — começo a dizer nervoso — Acho que ela tentou se matar.

Então minha mãe se dissolve nos meus braços e eu estou no corredor da escola.

Está tudo vazio e escuro, menos por uma pessoa... tem uma luz em cima dela.

Grace está me olhando e eu a encaro de volta enquanto sinto meu coração dilacerar. Acho que estou chorando.

— Ei, o que foi? — ela pergunta e corre até mim, me abraçando

Estou chorando.

Eu a abraço forte, porque acho que se não o fizer, vou desmoronar ali.

— Tá tudo bem. — ela sussurra e se afasta para me encarar — Tá tudo bem, Jayden. Eu to com você. — ela diz com as mãos segurando meu rosto

Sinto vontade de beija-lá. De alguma forma, parece que se eu a beijar vai desaparecer. Vai parar de doer.

Então é o que eu faço, me aproximo para juntar nossos lábios, e quando percebe, Grace me empurra.

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