Grace não é como as outras garotas da idade dela. Enquanto todas estão preocupadas com a sua panelinha da escola e o que vão fazer com suas vidas depois do ensino médio, a garota está vivendo a vida no piloto automático. Ou melhor, sobrevivendo, com...
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A casa de Wyatt não é tão longe da minha, então, vir para cá aos domingos era quase uma tradição.
— Você foi a festa? — ele pergunta como se não fosse exatamente o que acabei de dizer
— Sim. — digo e jogo a almofada em forma do BB-8 para cima, apanhando assim que a gravidade a derruba.
— E como foi? — meu melhor amigo pergunta ansioso, ajeitando os óculos no rosto
Dou de ombros.
— Foi legal. — digo simplesmente
— Legal? Só... legal?
— É. Só legal.
Havia uma lista de motivos pela a qual eu não contaria para Wyatt sobre Grace e como eu decidi que ela seria minha próxima personagem. O primeiro deles é que o garoto ia surtar como se fosse grande coisa, e eu não queria transformar em algo grande.
— Nossa mãe está chamando para almoçar. — escuto a voz da filha mais nova dos Hunt no corredor e jogo o controle de lado, não ligava tanto para videogame como Wyatt, fazendo com que nós perdêssemos sempre que eu deixava o jogo de lado, como agora.
— Cara, a gente perdeu!!! — ele diz jogando o controle na almofada e se levantando
— Archie chamou. — explico
— Que se dane! — meu amigo diz irritado e eu reviro os olhos — Perdemos outra vez. Tem noção de como eu estava perto de chegar no primeiro lugar?
— Tem noção de como eu estou com fome? — pergunto e ele bufa. Passo pela garota ruiva e dou um sorriso para ela, por um minuto, acho que ela vai derreter.
Archie é a irmã mais nova do Wyatt, ela tem 16 anos, e segundo meu amigo de infância — e único —, também tem uma paixão platônica por mim. No começo, achei que fosse exagero, mas comecei a perceber que sim, ela sorria mais do que o necessário e as vezes gaguejava enquanto falava comigo.
Descemos as escadas e eu passo primeiro no banheiro, para lavar minhas mãos, já que sabia que seria a primeira coisa que a Sra. Hunt mandaria fazer assim que sentasse a mesa.
Ela me fazia lembrar como eram os jantares em família na minha casa quando eu era mais novo. Sentia saudades de ter uma mãe, acho que ela percebia, já que sempre tomava o maior cuidado comigo. Já eu, sempre tentava não desagrada-la, já que a tinha como a figura materna mais próxima.
— Wyatt. — Elise chama a atenção do filho — Lavou as mãos?
O ruivo bufa e se levanta, indo em direção ao banheiro. Elise olha para mim e sorri, eu puxo a cadeira e me sento.
