onze - apocalipse

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É noite de halloween, as crianças da minha vizinhança inteira estão fantasiadas e pedindo doces por aí

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É noite de halloween, as crianças da minha vizinhança inteira estão fantasiadas e pedindo doces por aí.

Quando minha mãe era viva, meu pai ainda comprava doces e distribuía entre as crianças. Desde o suicídio dela, ele não faz mais isso.

Só que nesse halloween é diferente.

Ele arrumou a casa como se minha mãe ainda estivesse aqui. Tirou as tralhas da garagem e deve ter comprado algumas novas.

— Ficou legal. — digo quando chego no último degrau da escada, segurando o corrimão.

— É. Eu achei que esse ano eu poderia deixar o astral da casa melhor. — ele diz com um sorriso no rosto e eu franzo o cenho

— É... Mas porque? — pergunto

Ele engole em seco e se senta no sofá, parecendo esperar que eu me sente para conversar com ele.

— Na verdade, pai... Eu vou sair. Não dá para a gente conversar depois? — eu pergunto e ele me olha intrigado

— Não. — diz, me deixando surpreso.

Meu pai não era o tipo de pessoa que não tinha flexibilidade com os filhos, onde a palavra dos pais era apenas o que importava, então ele falar não, me surpreendia.

— Ah. Então tudo bem. — digo e ando até a poltrona no canto da sala

— Já faz alguns anos que sua mãe morreu... — ele começa

— 4 anos. — enfatizo

— Sim. 4 anos. — concorda — Então faz alguns meses que eu entrei em um desses... como vocês chamam? — pensa — Aplicativos! Aplicativo para encontrar pessoas... conversar, sair.

Arqueio as sobrancelhas e pisco algumas vezes.

Meu pai estava usando um aplicativo de relacionamentos?

Uau.

— Eu conheci uma mulher.. o nome dela é Annelise. — ele diz e eu pisco uma vez, ainda sem entender

— Você vai casar com ela? — pergunto, sem conseguir filtrar o que sai da minha boca

Agora é meu pai quem está surpreso.

— O que? Não. Pelo menos... não. Ainda não. A gente está se conhecendo, só achei que era bom eu te avisar. — ele diz e eu assinto

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