Capítulo 13 - O Pretor de Nova Roma

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K R I S T O F F   B J O R M A N


Não é preciso ser tão bom observador pra notar que o nosso grupo está cansado. É tão fácil perceber, que até mesmo Hans e seu cérebro pequeno entenderiam isso. Infelizmente, parece que ele está muito à dianteira para sequer se virar e olhar para seus seguidores que estão atrás, exaustos.

Só quando o pégaso do romano começa a ziguezaguear de cansaço em pleno voo é que ele faz sinal de parada.

— Podemos acampar aqui mesmo, Kris — Astrid me sugere, montada em Sven, atrás de mim. — Posso ficar de guarda, você precisa descansar, irmão.

— Não acho que vamos ter uma parada muito longa — contraponho, sentindo o impacto do solo sob meus pés ao descer da rena. Miro o céu azul das quatro da tarde, observando os pégasos entrando em formação de pouso, no céu. — Hans parece obstinado em chegar logo onde devemos ir. E conhecendo ele, sei que é teimoso, não vai querer parar até o anoitecer. As garotas, Anna e Emma, também estão ansiosas para descobrir o que aconteceu com elas. Além disso, não há nada que possa parar Vanellope de procurar por Hiro. E, se quer saber, não acho que devemos nos dar ao luxo de parar por muito tempo.

— Eu sei. Nossos inimigos não esperam — diz Astrid, pensativa, acariciando o focinho de Sven. — Tem razão, não podemos acampar ainda. Mas você e os outros precisam dar um tempo. Ainda não demos de cara com nenhum monstro, mas isso não quer dizer que não vamos nos deparar com algum. Quando isso acontecer, devemos estar com as baterias carregadas.

Pego no ar a barra de ambrósia que ela me arremessa.

— Valeu.

O trotar dos equinos alados pela floresta denuncia a chegada do restante do grupo, que aparecem por entre árvores e galhos. Logo em seguida, o dragão vermelho de Vanellope pousa com um baque abafado e pesado na terra de folhas secas, levantando poeira.

— Cinco minutos de descanso, depois seguimos em frente — Hans comanda, descendo de seu pégaso. Ele se vira para Jaime, que está ajudando Emma a desmontar. — Você, me dê o mapa. — Em seguida, ele se vira para Vanellope. — E, você, estacione a sua lagartixa bem longe daqui, antes que alguém seja comido.

Vanellope sai bufando e resmungando algo como "bem que o dragão poderia ter comido você", mas acaba fazendo como o ex-pretor instruiu.

— Vou dar uma olhada no perímetro — Astrid retira o machado das costas, a franja loira esvoaçada cobrindo metade do rosto. — Segure as pontas aí.

— Pode deixar.

Ela sai, e logo adota a postura da caçadora experiente que é, desaparecendo entre arbustos e folhagens.

Guio Sven para um canto mais afastado, sem amarrá-lo, porque ele é esperto e não vai fugir. Um riso me escapa e faço um cafuné na rena.

— Quem é a rena inteligente?! Quem é a rena inteligente?! — Saco uma cenoura reserva do cinto, sacudindo-a e engrossando a voz: — "Sou eu Kristoff, e eu mereço esse cenourão!"

Sven me empurra de leve com sua galhada, brincando. Estou prestes a lhe dar o petisco, quando ouço alguém prender uma risada. Olho para o lado, flagrando Anna de Arendelle me observando.

— Tá olhando o quê? — Pergunto.

— Eu? Hã, nada — ela sentava aos pés de uma árvore, abocanhando uma maçã e falando de boca cheia. — Pensei que você não soubesse ser engraçado.

Franzo as sobrancelhas.

— Fique sabendo que eu sou muito engraçado, sim, senhora.

— Uh-hum.

Equinócio de AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora