Capítulo 14 - Desejos

271 37 85
                                    

Notas iniciais: Oi, gente! Não, eu não abandonei o livro. Estou totalmente sem tempo desde que comecei a estagiar, especialmente agora que estou na reta final do meu curso. Não sobra tempo para escrever e quando tenho tempo, uso para dormir e descansar, porque a rotina é muito desgastante e não consigo produzir... Espero que entendam e me perdoem. Estou com saudades <3

Boa leitura!

Boa leitura!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

E M M A

O V E R L A N D    F R O S T


Alguns minutos antes...

Minhas pernas ainda estão trêmulas, mesmo após há muito ter descido do alicórnio. Percebo minhas mãos encharcadas de suor, quando sustento o peso do corpo num tronco cheio de musgo. Estou sem fôlego. Meu coração é uma coisa frágil e arrebentada que levou uma surra. O estômago embrulha.

— Algum problema?

Quase pulo de susto, com olhos arregalados em alerta. Engulo seco, mais calma. É Jamie.

Sacudo a cabeça.

— Não, problema nenhum.

— Tem certeza? — Ele arqueia uma sobrancelha, com um meio sorriso brincando no canto dos lábios. — Porque parece que você vai desmaiar.

Ao longe, ouço a torcida dos semideuses durante a disputa entre Kristoff e Anna.

— Sinto isso de vez em quando, como se não conseguisse respirar — volto minha atenção ao rapaz. — Minha mãe já me levou em todos os médicos, de todos os vilarejos próximos. Todos diziam que eu estava inventando alguma doença para não trabalhar.

As sobrancelhas do garoto se unem para formar uma expressão realmente séria, que deixa seus olhos castanhos afiados, inspecionando cada detalhe em minha face.

— Posso até não ser um curandeiro filho de Apolo — ele toca minha testa fria e suada com as costas da mão —, mas acho que o que você tem é uma crise de ansiedade.

— O quê?

— É bem chato — ele encolhe os ombros —, só que a maioria das pessoas da nossa idade tem isso hoje em dia. Você fica aflito, não consegue respirar, o coração bate forte... Essas coisas.

— É, parece bem com o que eu sinto mesmo — empurro uma folha seca com a ponta do coturno; começo a caminhar e Jamie me acompanha. — É como se eu sempre estivesse com medo, fugindo de alguma coisa. — Solto uma risada breve e trágica. — Ser filha de Phobos é uma piada ridícula. Não sou temível. Sou fraca. Estou sempre assustada.

Dizer aquilo foi como tirar um espinho do dedo: ao mesmo tempo, um alívio e um desconforto.

Um desconforto, porque encarar a situação era humilhante — convenhamos, Anya tem muito mais cara de ser filha de um deus poderoso do que eu, sou uma cópia fajuta da minha meia-irmã. Além disso, confessar tudo aquilo em voz alta me faz corar furiosamente, sabendo que seria vista como uma menina tola e frágil. Não contei como me sentia nem para Jack.

Equinócio de AnnaOnde histórias criam vida. Descubra agora