CAPÍTULO 13 - KIM SALES

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O domingo amanheceu ensolarado, só então Nick pôde ver pela varanda de seu quarto, que possuía uma vista para os fundos montanhosos da propriedade, a lagoa que circundava o casarão. Era um lugar realmente lindo, e não era assim tão difícil imaginar os motivos de Matteo gostar tanto daquele lugar.

Maria apareceu no quarto para anunciar que o café estava servido, passava pouco mais de oito horas. Já sem o pijama Nick foi até à varanda, a casa estava silenciosa, apenas se podia ouvir os animais, Shake estava deitado com as pernas esticadas e a barriguinha para cima ao sol. Apenas uma pessoa estava presente à mesa, Pedro.

— Bom dia, Pedro — disse Nick se sentando no outro extremo da mesa.

Pedro não respondeu nada além de um olhar frio. Estava folheando o livro Meu CEO Secreto. Nick já havia lido aquele livro, mas o que isso importava naquele momento.

— Aceita pães de queijo — disse sem encará-lo, ciente que deveria ser cortês. Fechou o livro e o deixou sobre a mesa.

— Não, obrigado, Pedro. Seu pai ainda está deitado? — perguntou.

— Não, Nick. Ele saiu bem cedinho com Kim — respondeu atingindo-o em cheio — provavelmente foram andar a cavalo, ou talvez ver o nascer do sol. Talvez — concluiu cuspindo as palavras de maneira fatal. — Você não foi convidado, ou não sabia?

— Se soubesse não estaria perguntando! — respondeu de forma que ficava evidente que Pedro alcançara o que desejara.

— Estou surpreso que não tenha lhe avisado. Vai ver que queria um momento sozinho com Kim, vai saber.

Nick contou mentalmente até dez, não deixaria Pedro lhe desestabilizar. Claro que, analisando bem a situação, isso já acontecera, mas seria o mais diplomático possível.

— Você ainda é muito jovem, Pedro. Entendo sua imaturidade. — Ponderou Nick, se servindo de café e depois pegando um dos pães de queijo sobre a mesa. Pedro estava com uma das mãos sobre o livro, os dedos passavam na capa em movimentos rápidos e nervosos, Nick conseguira devolver na mesma moeda a provocação.

— Hum... não me espantaria se descobrisse que temos a mesma idade — devolveu irritado.

Nick o ignorou, apesar de internamente estar se sentindo vitorioso, não poderia iniciar uma discussão naquele momento e naquelas circunstancias.

— Está um dia muito bonito, não acha? — Pedro abriu o livro e fingiu iniciar a leitura. — Quer um pouco mais de café? — Continuou servindo Pedro antes que este respondesse.

— Obrigado — disse em tom quase inaudível. Nick se serviu com um pouco mais de leite e café com mais alguns pães de queijo.

Pedro parecia estar mais calmo. Nick analisava aquela situação, para ele se fosse em um outro momento poderia até ser amigo de Pedro, ou quem sabe algo mais. Era atraente, bonito e, com toda certeza, muito inteligente. Talvez até mesmo Pedro poderia ter se interessado por ele. Estava mais que nítido que ele sentia ciúme do pai e, de certa forma, Nick se divertia com isso.

Sem tirar os olhos do livro perguntou — Há quanto tempo conhece meu pai?

— Uns vinte e cinco dias, um mês no máximo.

— Não acredito, e já estão assim tão próximos?! — Pedro se recompôs e continuou indiferente, ou ao menos tentou. — Mas estava bem claro que estão bem íntimos, não é mesmo?

NICK E MATTEO (REVISADO 02/08/19)Onde histórias criam vida. Descubra agora