CAPÍTULO 5 - FÁBIO (PARTE II)

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— Desculpe, eu estava tão apressado que nem... — interrompeu-se ao perceber que quem o estava olhando era o mesmo homem que encontrara dias antes no elevador.

— Olá, Sr. Nicolas — sorriu ele.

— Oi. , como sabe meu nome?

Matteo ignorou a pergunta.

— Novamente está com muita pressa.

Nick se deu conta que aqueles minutos ali, parado o fazia perder minutos preciosos e cortou assunto afim de se livrar do homem à sua frente.

— Parece que nossos encontros serão somente assim — sorriu sincero — acredite se quiser, mas hoje quase perdi meu emprego e já estou me arriscando novamente. Lembra que lhe disse que morava com um amigo? Pois é — continuou assim que recebeu a afirmativa de Matteo — ele amanheceu doente. — Suspirou com desalento.

— Então hoje é seu dia de sorte, aceita uma carona?

— Isso seria perfeito, de carro? — disse incrédulo.

— Claro que não, te carregarei no lombo — disse bruscamente e depois desabrochou em uma risada.

— Há, mas você é engraçadinho. Não estamos indo para a mesma direção.

— Isso não é um problema, itinerários podem ser alterados, aceita?

— Sendo assim eu aceito! — respondeu rapidamente.

— Então vamos — disse Matteo colocando uma mão sobre os ombros de Nick e o direcionando rumo ao estacionamento. A proximidade dos corpos de Matteo e o cheiro amadeirado de seu perfume deixava Nick levemente excitado.

Quando se aproximaram de um Maserati cinza um motorista que vestia um uniforme bem alinhado se assustou.

— Bom dia, senhor — disse — tão cedo?

— Por gentileza, Douglas, por hoje você está dispensado, mas antes vá à minha sala e diga que voltarei mais ao fim da tarde.

— Sim, senhor — disse se afastando, Nick estava boquiaberto e pensava a todo instante quem seria aquele homem ao seu lado. Um Maserati e um motorista, quem poderia ser...

— Não se preocupe — disse Matteo — o carro é meu mesmo. Mas agora vamos, onde mesmo quer ir? Acho que ainda não me disse.

Nick explicou o endereço. Matteo cortou caminhos por ruas que Nick desconhecia evitando assim a engarrafada Avenida Paulista, ficava muito claro que conhecia muito bem a cidade e assim que chegaram no velho prédio desceu rapidamente do carro.

— Espere — disse Matteo — pretende demorar muito?

— Não posso, ou Fábio arranca minha cabeça de vez hoje — respondeu em voz quase inaudível.

— Não se preocupe, vou lhe aguardar aqui.

— Obrigado — respondeu Nick, afinal nem poderia rejeitar a carona de volta e seguiu em direção à portaria de seu prédio.

Por sorte, apesar do prédio possuir muitos andares era no primeiro que residia com Antony, pelo relógio na parede ainda tinha um bom tempo. O amigo ainda continuava deitado, agora no sofá da pequena sala, as bochechas vermelhas indicavam que estava com muita febre.

— Oi, amigo — disse com a voz rouca e logo em seguida pigarreou.

— Oi, querido. Como está se sentindo?

NICK E MATTEO (REVISADO 02/08/19)Onde histórias criam vida. Descubra agora