CAPÍTULO 7 - ANTONY

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"Tem o certo. Tem o errado. E tem todo o resto" (Cazuza)

Fábio Pifano não disse uma palavra quando Nick chegou atrasado, pelo contrário, estava simpático. Evidente que havia recebido orientações, chegou a perguntar se tinha se divertido bastante, nessa última parte da frase dava para sentir que estava para explodir, mas manteve a linha. Perguntou se queria a ajuda dos demais funcionários do setor para agilizar o trabalho que ficara parado, ao que Nick se recusou, daria conta de terminar tudo sozinho, bastava ter um pouco mais de rapidez. Por volta das Dezessete horas já conseguira terminar todo o trabalho.

Quando chegou em casa encontrou Antony de pé, parecia nada bem, mas Nick conhecia bem o amigo teimoso.

— Não acredito que está de pé, Tony. Deveria ter ficado na cama. — Nick viu que o amigo preparara o jantar e sentou para comer, não estava com nada de fome, afinal nem fazia muito tempo que comera com Matteo, mas seria uma desfeita com Antony, assim, decidiu por comer um pouco.

— Ah, sabe que não consigo, sou assim — respondeu levando uma garfada de estrogonofe à boca — Kléber disse que iria passar aqui para um oi, então levantei para preparar algo para ele também. — Nick fechou a cara assim que ouviu.

— Kléber é mesmo um rapaz sem noção — disse enérgico — não irá sair hoje à noite nem sonhando.

— Lembrando que você não é meu pai, mas tem toda razão, Nick. Não irei sair, me sinto como se um trator houvesse passado por cima de mim.

Antony não estava nada bem realmente. Quando Nick iria pedir para que voltasse para sua cama ouviu a companhia tocar e foi atendê-la. Como se esperava era Kléber, Nick deu um passo atrás para que ele entrasse.

— Que isso, hem! Disse que não estava bem, mas não que estava fantasmagórico, parece até a Cher depois das plásticas. — Nick segurou o riso.

— Kléber, exagerado como sempre. — disse Antony, forçando um sorriso desanimado.

— Ele não está nada bem, uma dessas viroses, provavelmente — pontuou Nick sério. — E acho que você não vai querer insistir para que ele saia para a noite nessa friagem, vai? — enfatizou a frase final.

— Bem, então não iremos ao cinema, não tem problema, iremos outro dia — concluiu Kléber se jogando na poltrona.

— Não tem como...— disse Antony — vou voltar para debaixo do edredom. — Nick observava Kléber com a cara chocado, era mesmo um babaca, não estava nem aí para Antony.

— Certo, Tony — Kléber olhou para Nick e como não bastasse parecer somente um babaca, deu a certeza disso — o que acha então de irmos nós dois, Nick? — perguntou ignorando que Antony estava à sua frente atônico com aquela situação.

— É o que me faltava! Podem ir, — disse irritado indo para o quarto.

— Tony está muito estranho, não acha? — perguntou Kléber de forma sonsa. — Vamos pegar um cineminha então?

— Mas você realmente é um canalha. Ou tem algum problema de cabeça — irritou-se Nick, Kléber continuava olhando com um sorriso no rosto sem se ofender.

— Não é uma má ideia, eu sempre quis te dar uns pegas. Deixar você dar uma boa mamada aqui — disse segurando o volume no meio de suas pernas — você vai gostar, tenho certeza — e fez menção de levantar a mão para tocar Nick.

— Não ouse ou eu arrebento sua cara, nojento! Está perdendo seu tempo, fora da nossa casa!

— Ok, gostosinho. Irei embora, não fico onde não sou bem-vindo. Queria te dar a chance de ter uma coisa boa pra fazer essa noite, se não quer tem outros que basta eu passar uma mensagem que se jogam aos meus pés.

NICK E MATTEO (REVISADO 02/08/19)Onde histórias criam vida. Descubra agora