CAPÍTULO 8 - O ENCONTRO

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"Eu não vejo a hora do dia amanhecer
Pra sentir o cheiro que vem de você. (Liniker)

A empresa Lummia, na manhã seguinte, estava em alvoroço, todos comentavam sobre a nova fofoca da vez. Para variar a novidade era a chegada de Matteo com Nick. Alguns funcionários mais ardilosos afirmavam com toda certeza que os dois haviam almoçado juntos e esticado a noite em um motel.

Nick acabara tendo que levantar mais cedo para cuidar do amigo antes de sair para o trabalho. Renato estava ansioso para conversar com ele sobre o burburinho mais comentado da vez.

— Amigo, conta logo! — disse Renato impaciente. — É ou não verdade? Foi por esse motivo que chegou tão tarde à empresa ontem? — Renato queria ter questionado o amigo antes e matado logo sua curiosidade, porém havia ficado agarrado em seu trabalho que não houve nenhuma brecha para tal durante o tempo que estiveram na empresa.

— Bem, em parte é verdade — disse Nick desinteressado e ríspido — mas antes que comece, peço por favor que não me julgue mal. — Renato se assustou com o tom de voz usado.

— Bem, eu sei que Matteo é um cara lindo. O vi algumas vezes e sei bem de sua fama — cortou Renato imediatamente. — Muitos rapazes gays aqui do prédio se jogam aos pés dele e fariam de tudo para uma saidinha. Você não acha que ele esteja afim de você, acha? Porque todo mundo sabe que Matteo só pega, transa e tchau!

— Honestamente, Renato, isso me incomoda um pouco em você e Tony. Antony não o conhece e nem nunca o viu e você mesmo já admitiu que o viu poucas vezes. Mas sempre falam como se fossem amigos de longa data dele, coisa que sabemos que vocês não são! Mas mesmo assim o julgam como um cara que tem compulsão sexual. Pelo amor de Deus, né.

— E não podemos nos preocupar com você? — disse Renato chocado com a forma que Nick despejou as palavras. — Você não acha mesmo que Matteo, um homem mais velho e muito mais experiente que você vai ficar no beijinho e abraço na portaria do seu prédio, acha? Afinal, casado ele já foi! — fuzilou de uma veizada Renato.

— Como assim casado, Renato — diz surpreso — Eu não sabia que ele tinha um marido. E o que aconteceu com ele? — pergunta.

— Pelo que sei — inicia Renato — ela...

— Como assim ela? — diz surpreso Nick.

— Ué, ela, Nick. Todo mundo sabe que Matteo é bissexual — explica Renato impaciente — como estava dizendo, ela morreu, uma secretária do último andar me disse que foi câncer.

— Hum, entendi — diz com certo alívio, afinal ao menos ele não tinha ninguém, aparentemente. — E você sabe se tem filhos?

— Na verdade tem um único filho e que — sorri Renato de forma debochada — é mais velho que você e pelo que sei ele estuda na Universidade Federal de Minas Gerais

— Não seja invejoso, Renato — responde irritado pela forma que Renato falou — aposto que no meu lugar não o acharia tão velho! — Renato ficou em silêncio por alguns segundos pensando em uma resposta. No fundo sabia que Matteo era um belo exemplar de homem maduro e pela sua posição e fortuna seria bem difícil desconsiderar um pedido para sair.

— Bem — iniciou por fim a fala — realmente não o acharia tão velho assim e em seu lugar eu bem iria aproveitar tudo isso. Uma coisa que me deixa curioso é como o conheceu, então?— questiona.

— E aquele homem que lhe contei que conheci no elevador. Simplesmente era o Matteo, dono da Lummia.

— Hah, não acredito! Isso que é ter uma sorte danada mesmo. Ele te chamou para uma saidinha e você nem me disse?

— Ah, não! Imagina, nem pensar. Isso foi ontem, eu tive que ir em casa levar uns remédios para o Tony e acabei saindo correndo da empresa quando dei de encontro com Matteo. Ele me ofereceu uma carona e como já estou mais que fodido com o Fábio acabei por aceitar. Foi assim que acabou rolando um convite para almoçar, já que não dera tempo de comer nada.

Renato estava chocado com tanta informação.

— Olha, só te peço cuidado. Você não sabe onde possa estar pisando — concluiu sério.


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NICK E MATTEO (REVISADO 02/08/19)Onde histórias criam vida. Descubra agora