CAPÍTULO 19 - A FESTA DE FORMALIZAÇÃO DO NAMORO DE NICK E PEDRO

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"Não duvide do amor que tenho, é imenso e diz
tanto de mim..." (Anavitória)

Nick desceu a escada de seu prédio rapidamente, tentava tirar da mente a conversa tida há pouco com Tony. Apesar de dizer que voltariam a conversar em outro momento, a verdade era que o assunto, para ele, estava encerrado. Queria estar na presença de Pedro e o que ele sentia por ele bastava.

— Nick — disse Pedro assim que o avistou — tudo bem? — o abraçando e lhe dando um beijinho nos lábios.

Nick retribuiu o abraço e o leve beijo, depois se afastou.

— Oi, Pedro. Como é bom ver você novamente.

— Ah, assim eu acredito que até sentiu a minha falta — disse sorrindo. — Eu amo você!

Foram até o Nathália almoçar, o ambiente estava vazio e podiam conversar de modo tranquilo, ficaram por muito tempo após a refeição trocando as novidades dos últimos dias. Pedro falava sem parar e em um determinado momento o silêncio tomou conta da mesa, cada um estava em seu próprio mundinho particular.

— Então, Nick — disse por fim Pedro — O que acha de a gente dar um passo mais sério nessa nossa relação? Irei terminar meu curso em breve na UFMG e pretendia esperar até lá, mas agora que tudo mudou completamente, tenho medo que você encontre alguém mais legal que eu. Sei que a gente não se conhece o suficiente ainda, que você não me ama como eu amo você. Bem, preciso de você do meu lado. Quer se casar comigo, Nick?

Nick ficou parado olhando os olhos tão verdes de Pedro. Lembravam os de Matteo. Vivos e Fascinantes. Como poderia aceitar um pedido de casamento assim? Qual a chance de dar certo?

— Você é um homem incrível, Pedro — iniciou sem saber ao certo como expor tudo que sentia — adoro você, tenho certeza que sabe disso. Mas tem algumas coisas que precisa saber e diz respeito ao que ocorreu entre seu pai e eu.

— Hum... — disse Pedro sério — sei o que vai me dizer. Esteve apaixonado por ele, não é?

— Na verdade eu estou apaixonado ainda por ele, Pedro.

— Eu imaginei que sim. Você sempre gostou muito quando nosso diálogo girava em torno dele. Não tinha como não perceber isso.

— Não sabia que conseguia transparecer isso.

— Eu conheço você muito bem, estou apaixonado por você, Nick.

— Não sei se isso é algo tão bom assim, Pedro, me conhecer — ponderou — se sabe que amo seu pai e mesmo assim gostaria de se casar, o que eu poderia lhe oferecer? Apenas dissabores.

— Amor é uma construção diária, Nick. Eu estou disposto a correr esse risco, o que estaria perdendo em corrê-lo comigo?

— Não acredito, Pedro! — exclamou irritado — Você sabe por qual motivo seu pai e eu nos separamos?

— Suponho que meu pai não quis que a relação de vocês se aprofundasse. Eu o conheço muito bem.

— Pedro, pode ser que sim. Nós somos de uma geração completamente diferente. Ser gay hoje é bem diferente de alguns anos. Estamos com mais direitos garantidos e a sociedade, em grande parte, nos tolera, pois respeito ainda não tenho visto muito — respirou fundo e continuou falando — o ponto que quero chegar é que para seu pai eu sou muito jovem e ele muito velho para mim. Entende?

— Eu entendo o que quer dizer sobre os direitos, Nick. Sobre respeito e tudo mais. Mas não acredito que meu pai tenha terminado tudo com você por algo tão bobo. Este não foi o único motivo, foi?

NICK E MATTEO (REVISADO 02/08/19)Onde histórias criam vida. Descubra agora