capítulo 3. o que fazer?

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É claro que todos iriam exigir uma explicação, mas o prefeito não tinha nada para dizer, não ousou entrar na casa e nem conhecer seu dono. O que ele poderia dizer? Todos dependiam dele, ele tinha que voltar, claro que tinha, mas não voltaria sozinho.
Como sempre ele reuniu todos da assembleia junto com o povo para discutir o que fazer, e seu argumento foi:
- aquele monstro deve ser detido- ele anunciou- É uma fera horrível, estive perto de sua casa, é um lugar horripilante ao me deparar com tudo aquilo, só pude pensar no bem estar das nossas crianças. Devo ir até lá com todos vocês reunidos pela expulsão da criatura, hoje à noite invadiremos a mansão e colocaremos aquela fera pra fora da cidade.
Era quase meia noite, a lua era coberta pelas nuvens, pela primeira as estrelas estavam apagadas. Ruídos pairavam pelo ar, enquanto mães e pais andavam até a mansão com o prefeito na frente eles observaram que havia uma placa onde estava escrito:

Se você ainda tem coragem, se aproxime, se não, é melhor voltar sem olhar para trás.

O prefeito tinha certeza, não havia nada ali escrito antes, de certo era um aviso, mas ele decidiu prosseguir, uma mãe já incerta se deveriam continuar andando disse:
- seria melhor voltar não acham?
- vamos indo em frente. Já estamos tão perto, é inútil voltarmos. A lanterna que os iluminavam no caminho começou a falhar, a de todos começou a falhar. Todos se apavoravam. Andar mais a frente no meio daquela escuridão? Eles poderiam voltar, mas como? eles já não sabiam onde estavam.
Uma luz se luminou logo mais a frente, onde se encontrava um casarão protegido por uma enorme cerca com espetos.
- lá está. Essa é nossa chance, é tudo ou nada. As crianças que os acompanhava não tinham medo e começaram a cantar, músicas horripilantes e quando mais eles se aproximavam da casa mais alto as crianças cantavam:

Não tenha medo. Que medo pode haver na morte. Que mal? Que mal tem essa sensação, você não precisa olhar pra trás, o inimigo te ataca na frente
Isso por acaso te assusta? Sente medo agora? Feche os olhos, ele está atrás, Isso te assusta, meu bem?

Aquele canto preocupava os pais, o monstro devia estar fazendo algo com a cabeça das crianças, eles realmente não sabiam com quem estavam lidando. Mas havia uma jovem em torno de 18 anos, irmã de um dos garotos que cantava preocupada, mas não com as crianças,  e sim com a "fera". Junto com ela também tinha outros jovens da mesma idade.
Como surgiu essa relação da garota com o esse suposto ser? Será contada mais tarde.
Finalmente eles estavam em frente ao portão que se abriu, como se estivesse  esperando por eles.
- vamos em frente- anunciou o prefeito.
Eles passaram pelo portão enquanto estavam sendo observados por um corvo. Antes de chegarem na entrada a porta se abriu, obviamente o sangue  gelou de cada um, mas ao contrário do que se imaginava era um lugar normal, eles continuaram a andar, as paredes estavam pintadas em um tom de Madeira, o piso, era branco, as escadas tinham vários degraus que dava em algum lugar daquela enorme casa, os quadros pendurados na parede revelavam rostos aflitos, o ar era frio havia tochas iluminando a casa eles seguiram a única luz que os fazia enxergar que dava até o saguão, eles andaram até lá, um lugar totalmente amplo e não havia ninguém, eles não ousaram perguntar se tinha, obviamente estavam sendo espionados. Uma chuva estrondosa começou derrepente, todas as portas se fecharam, as enormes janelas foram abertas, e as tochas se apagaram. Todos gritavam em pânico, ao primeiro relâmpago, um vulto passou por eles. Não podiam ver quem era. As crianças começaram a rir, e voltarão a cantar no refrão.

Isso por acaso te assusta?
Mostre seu medo agora.

Já não havia mais saída para eles daquela mansão.

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