Capítulo 5. O jogo do medo

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Na escuridão calada da noite, trevas flutuavam pela casa. A energia da cidade havia acabado, estava uma noite terrivelmente sombria. Até o céu se negou a brilhar, o monstro havia conseguido trancar todos dentro de uma sala, o que ele pretende fazer eles? Nem ele mesmo sabia, mas o medo era a reposta.
O prefeito batia e esbravejava na porta, tentado escapar mas tudo era em vão.
- não a saída desse inferno. Ele parou de lutar, sentou em uma cadeira e se pos a pensar.
- diga-me garota - ele disse para Kate- como você conheceu essa criatura, que relação vocês tem?
- já tem muito tempo tudo isso, é difícil pra mim lembrar o passado. Margaret, uma gentil mulher que está cuidando de Kate sentou ao seu lado, pegou sua mão e disse:
- ele pegou nossos filhos Kate, se você realmente o conhece, talvez deve saber aonde elas estão.
- eu nunca te contei de onde vim por que, simplesmente me fazia mal lembrar de tudo. Se eu soubesse onde estão as crianças eu diria, mas na verdade nem sei se elas estão vivas. Uma mãe se levantou e gritou:
- elas estão vivas, aquele maldito vai pagar por ter pegado meu filho, ele vai morrer. Ela começou a se desesperar por imaginar que seu filho esteja morto, Margaret precisou acalma-la.
- o que vou contar pra vocês é algo que nunca revelei antes- iniciou Kate- eu era bem pequena, estava passeando com meus pais quando dois homens andaram até nós, imediatamente minha mãe disse para mim fugir e não olhar para trás, foi a última vez que ouvi sua voz. Enquanto eu corria escutei disparos, e passos rápidos, me lembro de correr tão rápido até uma mata onde encontrei uma casa. Esta casa, implorei para abrirem mas ninguém me ouviu, eu olhei para trás e os vi, eles se aproximaram de mim, eles queriam me matar, eu sentia isso. Eu apenas fechei os olhos e comecei a rezar. Derepente algo pulou sobre o portão, mas eu ainda mantive meus olhos fechados e pude ouvir o barulho da pele rasgando, e quando tive conragem para abrir os olhos ele estava lá na minha frente. Uma fera terrível, de olhos amarelos brilhantes, com enormes garras. E incríveis presas, e de aparência tão pálida. Eu devia ter desmaiado quando o vi porque não me lembro do nada do que aconteceu depois, só sei que acordei e já estava aqui dentro. Fiquei tão apavorada, eu podia ouvir algo descendo das paredes, ele sorria para mim, me mostrou suas garras e andou em minha direção, mas quando consegui olhar melhor para ele acabei achando ele muito engraçado e não senti mais medo, eu me levantei andei até ele e quis abraça- lo mas ele se afastou escondeu suas garras e saiu. Acho que o fato de não ter me assustado foi algo que me manteve viva, depois ele começou a me proteger, eu confiava tanto nele, o via como meu defensor. Mas depois de alguns anos morando aqui ele começou a me tratar diferente, ele exigia que todos os dias as 19:00 eu deveria estar na mesa de jantar, então ele fazia um jantar com flores e tudo tão organizado, eu já tinha idade o suficiente para entender o que era tudo aquilo. Michael a interrompeu:
- o monstro estava apaixonado por você?.
- eu não sei exatamente
- isso é bem estranho, não teria coragem de casar com alguém com cara de freddy Krueger. Todos pediram para ele fazer silêncio para Kate prosseguir:
- eu não conseguia pensar que ele poderia estar me amando, preferia não acreditar nisso, mas no meu aniversário de 16 anos ele me ofereceu um anel e me pediu para me tornar a dama dele, eu entrei em pânico não conseguia dizer nada, e ele me disse que por minha causa ele não trará mais sua família de volta.
- como?. Perguntou o prefeito- ele tem família?
- sim, toda a minha vida aqui ele me contava que por mim sua família não voltará mais, eu nunca entendi bem isso, até agora.
- e o que você disse a ele depois da oferta? Questionou Margaret.
- eu não sabia o que dizer, apesar de tudo me sentia segura com ele. Mas não esquecia do fato que ele era um monstro, e tive medo. Eu apenas me levantei e corri para meu quarto. Depois, ele queria uma explicação eu disse que não podia aceita- lo. Que não devia. Ele ficou furioso, nunca o tinha visto daquela maneira, ele destruiu tudo ao redor mas não tocou em mim, pensei que ele fosse me matar, então ele me deu 24 horas para ir embora e jamais voltar  pois ele não queria me ferir. Eu fui e nunca mais o vi, até hoje. O prefeito observava quadros em torno da sala, de um homem, e pode perceber que havia uma sombra atrás dele, um ser estranho então ele decidiu ir até a porta e Kate o parou:
- não vá senhor, você não sabe o que pode esperar dele.
- preciso falar com essa criatura para enfim sairmos desse inferno com as crianças, estejam elas mortas ou não.
- você jamais o encontrará se ele não quiser ve-lo, e na verdade, espero que você não o encontre. O prefeito escutou os conselhos da jovem mas mesmo assim atravessou pela porta, sabendo o quanto era arriscado.
O vento soprava forte  como um beijo agressivo, as folhas das árvores batiam na janela como um viajante pedindo para entrar porque um urso o atacou, tudo era tão silêncioso.  Pelo corredor, enquanto ele andava, se podia ouvir sussurros, que diziam algo mas não se sabe o que, as vozes eram violentas em seu tom o prefeito estava seguindo o caminho pela luz das tochas quando que, com o vento agitado " e o prefeito acreditou nisso até por um tempo " apagou todo o fogo, ele se amendrotou, e exigiu que a criatura se revelasse.
- sei que está aí. Apareça já!!.
- é isso que quer? A voz perguntou- não devia estar aqui.
- eu vim... e...m nome de todos os pais  que procuram pelos seus filhos.
- Quer saber onde as crianças estão? Entendo... muito bem, eu vou mostrar onde elas estão. Um silêncio repentino se instalou, o prefeito se afastou, os sussurros aumentaram e ele conseguiu ouvir:
- estamos aqui, venha...venha.
A porta do corredor se fechou, e tudo ficou escuro e tenebroso. o prefeito não conseguiu ver o que, ou quem o atacou, apenas podia pensar na dor enquanto o sangue ainda quente escorria pelo seu rosto, até ficar frio como a sua pele.

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