A moça me levou para uma casa muito bonita e bem espaçosa. Ela tranca a porta e leva suas as mãos à cabeça, parece estar pensando em alguma coisa, só não sei o quê.
- Desculpa por ter gritado com você, - ela diz- eu estava descontrolada e com medo.
- Desculpa, também,- digo- se não fosse por você eu deveria estar morta agora mesmo, eu não quero virar uma daquelas coisas.
- Você não vai, eu prometo.
Ela parece ser um anjo da guarda... Um anjo que veio só pra me proteger...Por que ela me salvou? Ela não me conhece, mas no meio da muvuca decidiu me ajudar.
Olho para ela, que parecia estar triste, e digo.- Por que você me ajudou?
- Você estava sozinha, com medo... Achei que precisasse de ajuda, se fosse comigo eu iria querer.
- Obrigada.
Digo olhando para baixo, pensando no quê que vai acontecer agora. Não sei se minha família está bem, eu não tô bem...
- Meu nome é Verônica Lotch, qual é o seu? - a moça, que agora descobri ser Verônica pergunta, puxando assunto.
- Meu nome é Natalie, Natalie Walsh.
- Quantos anos você tem?
- Tenho 13 anos.
- Eu tenho 17.
- Por que você estava chorando? - faço a pergunta que não queria sair da minha cabeça.
- Aquelas coisas mataram meus pais, e, eu fui pra escola para pegar meu irmão, mas mataram ele também.
- Sinto muito, - eu sei como ela estava se sentindo, foi muito difícil acreditar que minha mãe morreu, tive sorte de ainda ter meu pai, mas Verônica não teve a mesma sorte que eu. Se é que eu posso chamar isso de sorte.
- Obrigada...- ela diz tristemente.
- Minha mãe morreu quando eu tinha 8 anos...- digo- acho que todos que conheci morreram também.- digo com a voz falha.
- Sinto muito pela sua mãe, mas não acho que sua família esteja morta. Eles podem ter saído da cidade a tempo, e seu amigo também... Soube de um abrigo em Atlanta, sua família pode estar lá junto do seu amigo.- ela é muito compreensiva e otimista, e mesmo estando de luto e triste, tenta me fazer feliz.- Como é o nome dele?
- O nome dele é Carl Grimes.
- Vocês são amigos há quanto tempo?
- Desde que nascemos.
- Nossa, essa pode ser uma amizade pra vida toda, sabia?
- Minha mãe era amiga da mãe dele, e ficou amiga do pai dele, que apresentou ela para o meu pai... Então,acho que sim.
- Essa deve ser uma longa história...
- Acho que deve ser, meus pais nunca me falaram muito sobre como se conheceram. Só sei que eles tinham uns 20 anos, e que antes minha mãe morava em Virgínia. Ela estava visitando a tia Lori e o tio Rick convidou o meu pai para almoçar com eles, e foi aí que eles se conheceram, depois meu pai chamou ela pra sair, ela aceitou. Minha mãe soube que estava grávida de mim, e quando fiz um ano, eles se casaram.- Solto tudo o que eu sabia, e por um tempo parecia que nos conhecíamos a tempos, mas me lembro do caos em que estamos vivendo.
- Eles fizeram um belo resumo pra você!
- É.- respondo,mas não tão animada como antes.
- Eu vou fechar as cortinas e persianas para que aquelas coisas não nos vejam, ok?
- Tá, mas eu posso ir com você?
- Pode sim.- ela diz e sorri.
Depois de ter feito isso, fomos para o segundo andar que parecia ser maior que o primeiro. Tinha várias coisas de criança jogadas no chão, e quatro quartos.
- Você sabe de quem é essa casa? - pergunto para Verônica.
- Eu moro aqui.- quando ela fala isso, eu vejo uma foto, provavelmente de sua família, eles estavam abraçados de lado, estavam numa praia, e pareciam felizes...
Ah então esses brinquedos devem ser do irmão dela.
- Você pode dormir no meu quarto, junto comigo a cama é bem espaçosa, e é mais seguro ficarmos juntas.
- Tudo bem, é melhor do que...
Paro de falar quando escuto várias batidas na porta e gritos de socorro vindo de fora. Descemos a escada desesperadamente, Verônica para bem na frente da porta e olha pra mim, e parece estar pensando novamente.
- Eu quero ajudar essas pessoas, mas não acho seguro... - ela diz.
- Não podemos deixá-las para morrer... - digo.
- Mas elas podem nos matar, não é seguro Natalie...
- Mas, pode ser alguém bom, e que poderá nos ajudar...- digo esperançosa de que ela abra a porta.
- Sinto muito, mas não posso fazer isso e colocar as nossas vidas em risco.- ela se agacha e toca o meu ombro- Espero que você entenda. Sei que você é inteligente, e sabe dos riscos.
- Tudo bem... - digo sem ânimo.
- Agora vamos subir. Espera... - ela vai até a cozinha e pega uma faca, e voltamos novamente para o segundo andar da casa, e entramos no quarto que parece ser da Verônica.
- Você pode tomar um banho, tem um banheiro dentro do quarto, é bem ali- ela aponta pra uma porta branca- enquanto você se banha eu vou ver umas roupas pra você usar.
Não digo nada, apenas assinto e vou para o banheiro.
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TWD - Sobrevivência(em pausa)
FanficNatalie Walsh, uma menina de apenas treze anos, se vê em meio ao caos quando uma doença se espalha pelo mundo todo. Sem saber se defender, ela precisará aprender a se cuidar sozinha, para viver nesse novo mundo que surgiu instantaneamente. E em mei...