IV- Atlanta. Mortos. E pessoas novas.

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Estávamos pra chegar a Atlanta quando a gasolina acabou. Ainda acho que a gasolina durou, ficamos por 2 dias naquele carro. Vie e eu teremos que andar a pé, até o centro de refugiados.

- Essa cidade está muito quieta.- digo, tendo uma má e estranha sensação.

- Também acho, mas Atlanta na verdade é uma cidade onde só os ninjas sobrevivem.- diz Vie, tentando me animar.

- E nós somos ninjas?- pergunto com um sorriso bobo.

- Somos, agora fique em silêncio e atenta a tudo.- Vie, diz.

- Modo ninja ativado - digo, com um sorriso, Vie me olha e bagunça meu cabelo, e depois fica séria.

* * * * * * *


- Pelo visto não há ninguém vivo aqui...- Vie diz desapontada.

- Pode ter alguém escondido, não pode? Eles disseram que teria ajuda.- digo, me referindo aos militares.

- Natalie, você não está vendo? Droga! Não tem mais ninguém. Viemos pra cá por nada, agora não temos mais um lugar seguro. Não existe mais lugares seguros.

- Tem que ter alguém. Tem que ter. Minha família, você disse que eles iam sobreviver...- digo, já com lágrimas escorrendo pelas minha bochechas.

- Me desculpa, mas olha isso,- ela fala olhando para o lugar ao redor- provavelmente todos se contamiram. Temos que sair daqui, ver um lugar pra passar a noite, ou até alguns dias. Vamos procurar um carro, ok? Vamos ficar longe da cidade, vai ser melhor; meus avós tinha uma fazenda, não é tão longe de Atlanta, lá nós duas ficaremos bem.

- Tudo bem.- digo tristonha.

Não consigo entender. Eu sempre tive fé e acreditei em Deus, mas agora isso parece tudo bobagem.

O fim do mundo veio sem nenhum aviso.

Corro até Verônica e a abraço, ela pelo visto é minha única família, mesmo não tendo o mesmo sangue a considero uma irmã.

- Nós iremos conseguir, tá bom? Vem.- ela estende a mão para mim. Enxugo minhas lágrimas, pego em sua mão e fico observando, Atlanta, pelo menos o que sobrou dela.

* * * * * * *

Verônica, tampa minha boca rapidamente, e eu a olho sem entender o motivo. Ela aponta com a cabeça para uma pessoa, acho que era um garoto, um adolescente, eu acho. Ela faz um sinal para que eu ficasse em silêncio, eu obedeço e ela aponta para um carro, eu vou para trás dele e ela vai até o garoto desconhecido com a arma apontada para o seu peito,- achamos essa arma no balcão de um bar, o dono provavelmente está morto agora- pode ser uma pessoa má, como Vie disse em outro dia.

Ele se vira, como se sentisse que alguém o observasse, logo percebendo Verônica. O garoto desconhecido tinha os olhos puxados, acho que ele era japonês, e surpreendentemente não aparenta ter medo. Verônica não fala nada, mas ainda continua com a arma apontada para o japa.

- Será que você pode abaixar isso?- o japa, pede calmamente.

- E por que motivo eu faria isso?- Vie, parece enfrentar ele.

- Olha, eu não vou te machucar. Só vim aqui pra pegar suprimentos.

- Os militares... O que aconteceu com eles?- Verônica pergunta pra ele.

TWD - Sobrevivência(em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora