VI- Policial, bro.

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- Desgraçado! Devíamos matar você.- diz Andrea, apontando uma arma pra Rick.

- Calma, Andrea. Pega leve.- diz Morales.

- Andrea, calma.- diz, Jacqui.

- Me acalmar? Tá de brincadeira, não é? Vamos morrer por causa desse imbecil.- diz Andrea alterada.

- Andrea, eu falei pra pegar leve.- diz Morales, tentando acalmá-la novamente.

Ela não responde, apenas continua apontando a arma para a cabeça de Rick.

- Então, atira logo.- diz ele a desafiando. Ela não seria capaz de fazer isso. Andrea tira a arma do rosto de Rick e diz:

- Estamos todos mortos. Por sua causa.

- Eu não entendi.- diz Rick.
Morales pega em seu braço e o conduz para a loja. O pessoal o segue.

- Olha, viemos buscar suprimentos. Sabe qual é o conceito de suprimentos? Sobrevivência. Sabe qual é o conceito de sobrevivência? Entrar e sair em silêncio. Quieto. Não ficar dando tiros na rua como se fosse um cowboy.

- Todos os walkers a quilômetros ouviram os seus tiros.- diz T- Dog.

- Você tocou o sino do jantar.- diz Andrea.

- Você entendeu agora?- pergunta, Morales. Rick permaneceu olhando para aqueles walkers que ainda tentavam quebrar o vidro das portas, e ainda não tinha notado minha presença, meu coração está tão acelerado, e lágrimas ameaçam cair de meus olhos.

- Meu Deus.- diz Andrea.

- Nós vamos morrer.- sussurro. E Glenn escuta, já que ele estava me carregando.

- Nós vamos dar um jeito. Não se preocupa.- diz Glenn, e eu o abraço.

- Mas o que é que você estava fazendo lá fora?- pergunta Andrea.

- Tentando avisar um helicóptero.

- Helicóptero?- pergunto e todos se viram pra mim- Não tem helicóptero nenhum, fomos deixados para morrer.- digo com uma expressão triste.

- Natalie?- diz Rick incrédulo.
Desço do colo de Glenn e vou para o encontro de Rick e o abraço, ele apenas retribui, sinto meu ombro ficar úmido, ele estava chorando.- Como você chegou aqui?- ele diz tentando se acalmar.

Eu apenas aponto para Verônica, que se aproxima de mim e dá um aceno.

- Obrigado, por cuidar dela.

- Não foi nada demais.

- Foi bastante importante pra mim, muito obrigado.

Verônica balançou a cabeça concordando e o grupo apenas permaneceu quieto e atento. Andrea que antes parecia estar com um sentimento de raiva por Rick ter atirado, agora estava " feliz", todos pareciam estar comovidos com o meu reencontro com Rick, mesmo nem nos conhecendo.
Estava tudo as "mil maravilhas" até escutarmos mais tiros, os walkers ficar cada vez mais violentos, se esforçando mais e mais para quebrar o vidro.

- Dixon! -Exclama Andrea. Quem é Dixon?

- T- Dog, tente falar com os outros.- diz Morales.

- Sem sinal.- diz ele após sua falha tentativa.

- Tente de novo no telhado.- Jacqui diz e todos sobem as escadas até o terraço. Rick segura a minha mão e me guia até o terraço. No meio do caminho ele sussurra:

- Você sabe onde estão Lori e Carl? Onde está o seu pai? Sabe o que aconteceu?- ele com certeza estava com medo da minha resposta, eu infelizmente não tenho nenhuma resposta boa, ou para consolá-lo.
Aperto mais a sua mão e digo olhando bem no fundo de seus olhos de oceano.

- Tio Rick... Eu sinto muito, mas eu não sei onde a Lori e o Carl estão, e muito menos onde meu pai está. Quando isso aconteceu foi muito rápido, eu e Carl estávamos na escola, e-eu tentei... eu juro que tentei encontrá-lo, mas eu não o encontrei e eu estava com tanto medo.- digo lacrimejando. Ele se agacha e me abraça.

- Você é a menina mais corajosa que eu conheço. Obrigado por tentar encontrá-lo, agora que eu estou aqui, podemos achá- los juntos. E a Verônica pode ir também.

Não digo nada apenas assinto.
Chegando no terraço, nos deparamos com o tal de Dixon, ele devia ser louco pra estar atirando nos walkers sem um bom motivo.

- Oh Dixon, ficou louco?- diz Morales e Dixon apenas ri.

- Ah, droga!- Exclama Andrea.

- Ei! É melhor ser educado com um homem armado. Questão de bom senso.- diz Dixon, ele só pode ser doidinho de pedra.

- Cara, cê tá gastando as balas que nós nem temos. Tá trazendo os mortos.pra cá, cara. Dá um tempo.- diz T- Dog. Eu acho que a coisa aqui vai ficar mais feia do que já está.

- Já não basta esse chicano me enchendo o saco o dia todo... Agora vou acatar ordens de você? Eu acho que não, bro. Tá pra nascer o dia.

- Tá pra nascer o dia? Você tem uma coisa pra me dizer?- diz T- Dog, aumentando seu tom de voz.

- T- Dog, deixa pra lá.- Morales diz, tentando acalmar a situação.

- Não.- nega T- Dog.

- Agora Dixon, relaxa tabom? Já temos problemas demais.

Rick olha pra Glenn, como se tivesse perguntando se podia fazer algo, Glenn nega gesticulando com as mãos.

- Quer saber o dia?- pergunta Dixon, cínico.

- Quero.- afirma, T- Dog.

- Eu vou te dizer o dia yo, vai ser o dia em que eu vou receber ordens de um crioulo.

- Seu filho da...- T- Dog, tenta acertar um soco em Dixon, e ele o bate com a arma, e assim começa a briga. Todos falavam para Dixon para, mas ele continuava batendo.

- Fica aqui.- ele diz pra mim- Verônica, cuida dela.

Rick tenta acertar Dixon, mas ele recebe uma cotovelada e vai no chão. Morales vai para cima dele e recebe um soco bem em cheio no seu estômago.

Qual é a desse cara? Que preconceituoso, branquelo idiota.
Todos continuavam mandando Dixon parar.

Ele pega uma pistola e aponta para o rosto de T- Dog.

- Não! Não! Não! Para por favor!- pediam Jacqui e Andrea. Ele olha para cada um de nós e cospe em T- Dog.

- É! Tá legal. Vamo ter um papinho.- começa, Dixon- Vamo falar sobre quem tá no comando. Eu voto em mim, alguém mais? É a democracia pessoal, levantem as mãos. Todos a favor? Mais pra cima!

- Qual é.- diz Andrea.

- Todos a favor?- ele repete novamente.

Todos levantam a mão. Menos eu e Verônica. Dixon nós encara.

- Quer dizer que eu sou o chefe? Alguém mais?- ele pergunta.

- Sim.- diz Rick o acertando e colocando a algema em seus pulsos o prendendo.

- Quem é você, cara?- pergunta, Dixon.

- Policial, " bro".

- Vá se ferrar.- esse cara é um caso perdido, alguém me ajude a suportar ele.

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Continua...

TWD - Sobrevivência(em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora