Acordo e percebo que ainda está amanhecendo, olho para Verônica que está tão calma dormindo. Saio da barraca com cautela, vai que aparece algum walker que me queira fazer de café da manhã, nunca se sabe. Vou em direção ao trailer para fazer as higienes matinais, no caminho vejo que algumas pessoas já estão acordadas, como Carol, Dale, e papai.
- Bom dia.- digo assim que passo por Carol.
- Bom dia Natalie.- diz Carol e dá um sorriso.
- O que a mocinha está fazendo acordada tão cedo?- pergunta Dale.
- Pois é, senhor Dale. Nem eu sei.
Ele dá uma risada.
- Eu posso subir?- aponto para a parte de cima do trailer.
- Claro que sim. E vai ser bom passar um tempo com seu pai, ele parece está bastante pensativo.
- Até logo.- digo e subo as escadas. Papai estava bastante concentrado, mas de algum modo ele sente minha presença e me olha com um sorriso triste.
- Oi, filha. Por quê está acordada tão cedo? Devia descansar.
- Não, está tudo bem, eu não consegui dormi mais. O senhor que devia descansar, passou a noite toda acordado.- digo sentando em sua perna.
- Bom, filha, eu tenho que proteger essas pessoas, elas não sabem como fazer isso então eu faço por elas.
Ele ainda continua o mesmo. Acho que se sente culpado por não ter salvo a minha mãe, mas na minha opinião ele não poderia ter feito algo para salvá-la.
- Entendo, pai.
- Eu tenho uma coisa para você.- diz ele procurando algo em seu bolso esquerdo. E acaba tirando de lá uma bela pulseira.- Isso era da sua mãe, comprei pra ela quando a pedi em namoro, eu quero que fique com isso como uma recordação, sei que sente falta dela, eu também sinto. E não sei se isso vai melhorar em algo, mas agora é seu.- ele diz e coloca em meu pulso.
Eu apenas o abraço. Sempre fico sentimental quando o assunto é a minha mãe, principalmente quando converso sobre isso com o meu pai, logo após ela morrer foi bastante difícil para nós dois. Meu pai tentou me alegrar sempre, ficou comigo nas piores noites, mas acho que ele acabou esquecendo de si mesmo, por isso dei a idéia de ficar alguns dias na casa do tio Rick, pra ele ter um tempo pra si, pra deixar a dor do luto agir e ele seguir em frente.
Acho que funcionou, ele ficou bem melhor.
A pulseira era bem linda, era de prata e tinha estrelas pequenas pela sua extensão.- Ela é linda pai.- digo.
- Sua mãe achava o mesmo, ela adorava estrelas, assim como...
- Eu.
- É, você puxou isso dela. Assim como a beleza.
- Também, mas eu tenho a personalidade parecida com a sua. Eu não desisto fácil.
- Nenhum Walsh desiste fácil, querida, nós damos duro.
- Olhe.- digo olhando o nascer do sol.- Nem parece que as coisas estão fora do lugar, e que há mortos caminhando por aí.
- Eu vou proteger você filha, não se preocupe com essas coisas.
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Depois da conversa que tive com papai, tomei banho, não querendo reclamar mas a água estava gelada.
Saindo do trailer encontro com Glenn.- Ei.
- Oi. Dormiu bem?
- Sim e você?
- Dormi sim.
- Que bom. Dale me contou que acordou cedo, está com problemas para dormir?
- Não, eu dormi cedo ontem, só acordei disposta sabe. E Verônica, vai me dar um pote de pudim, PUDIM,- digo uma pouco mais alto- eu amo pudim, e eu posso dividir com Carl, aposto que ele não come isso há semanas.
- Está bem animada hoje.- diz Glenn.
- Isso é bom, não é? E você, parece estar meio chateado.
- Hum. Dale vai desmontar o carro.
- O seu carro vermelho?
- Infelizmente sim. Ele disse que precisa de gasolina e algumas peças. Argh. Nunca mais eu vou andar num carro como esse e eu só andei nele uma vez.
- Pode chorar se quiser.- digo o olhando- Eu prometo não contar à ninguém.
- Obrigado pela compreensão. Agora eu vou tomar banho.
- Hm, okay.
Vou para a cabana ver se Verônica já acordou, e a encontro arrumando as coisas.
- Oi.
- Oi, Bela Adormecida.- digo brincando.
- Eu precisava mesmo desse sono, e, obrigada por cantar pra mim. Você tem umas bela voz.
- Obrigada.
- Quer?- ela me oferece um pacote de bolacha.
- Claro.- pego o pacote e sento.
Vie se senta do meu lado com outro pacote de bolacha nas mãos.
Comemos e conversamos, ela percebeu a pulseira e elogiou.- Você sabe cortar cabelo?- pergunto.
- Hm, eu cortei o meu várias vezes.
- E ficou bom?
- Acho que não,- ela diz e dá uma risada- por que minha mãe sempre tinha que me levar ao salão depois.
Eu rio com seu comentário.
- Mas, se você arranjar alguém pra cortar o seu cabelo, será que poderia me dar para eu fazer uma peruca? Sempre quis ser ruiva, eu acho super lindo. Seu cabelo é perfeito, o meu é castanho e sem graça. O seu parece um raio de sol, é tão lindo.
- O seu cabelo tem cor de chocolate e é bastante bonito.- digo.
- Eu adoro chocolate.
- Eu também, principalmente bolo de chocolate.
- Você come tudo quanto é doce Natalie, queria ser criança de novo pra comer assim e não engordar, depois que cresci tive que controlar meu amor por doces.
- Eu não vou parar de comer doce nunca.
Ela sorriu.
- O que acha de irmos lá pra fora com o pessoal? Carl já acordou?
- Eu não sei. Mas eu espero que ele já tenha acordado, eu preciso do meu melhor amigo.
Ela meche na mochila.
- Pega.- diz me dando um pote pudim de chocolate.
- Obrigada.- abraço ela.
- Não precisa agradecer, Nalie, você é como minha irmã.
- Você também.
- Vem.- ela diz saindo da barraca, ela fecha o zíper e pega na minha mão.
- Você acha que a tia Lori aceitaria cortar meu cabelo?
- Hm, acho que sim. Ela é bastante próxima de você, acho que não há nada que ela faria por você. E, sem querer parecer intrometida, mas por que quer cortar tanto o cabelo?
- Eu sempre quis cortar, mas eu amava meu cabelo longo.
- E o que fez você mudar de idéia?- pergunta.
- Bom, o mundo mudou, por que não mudar também?
Continua...
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TWD - Sobrevivência(em pausa)
FanfictionNatalie Walsh, uma menina de apenas treze anos, se vê em meio ao caos quando uma doença se espalha pelo mundo todo. Sem saber se defender, ela precisará aprender a se cuidar sozinha, para viver nesse novo mundo que surgiu instantaneamente. E em mei...