VIII- Mãos entrelaçadas significa união.

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Assim que Glenn e Rick estão cobertos de entranhas e com o cheiro dos mortos, subimos as escadas rapidamente para vê-los e nos certificar de que o plano deu certo.

- Ei, o que tá acontecendo?- pergunta Merle, quando chegamos ao terraço.- Ei, eu fiz uma pergunta!- diz ele tentando chamar nossa atenção, mas ninguém responde.

- T-dog, tenta o rádio.

Morales pega o binóculo e procura Glenn e Rick.

- Ali!- aponta ele.
Ficamos na borda do prédio acompanhando os passos dos dois. Percebi que o tempo está se fechando, uma chuva passageira está pra chegar.

- Vai me dizer que aquele imbecil está na rua com a chave da algema?- pergunta Merle e T-dog o mostra a chave.

- Alô! Acampamento. Alguém aí pode me escutar? Acampamento, aqui é o T-dog.

- Alô? Alô? Pode repetir a recepção está muito ruim... Repita. Repita.- fala a pessoa do outro lado.

- Shane é você?- pergunta T-dog. Shane? Será que...? Não pode ser.- Estamos com problemas, estamos presos na loja de departamento.

Não escutamos mais nada. O sinal estava fraco novamente.
As gotas de água começam a cair das nuvens.

- O cheiro vai sair deles.- diz Jacqui.

- É uma chuva passageira, não tem problema. Vai passar rápido.- Morales, tenta reconfortar.

Não consigo parar de pensar no pior.

- Estão deixando a gente.- diz Andreia.

-  O quê?- grita, Merle

- Como assim?- pergunta Verônica.

- Eles não vão fazer isso.- digo firme.

No rádio, escuto a voz de Glenn.

- Fiquem nas portas de correr da loja que dão pra rua. Estejam lá. Fiquem preparados.

Pegamos nossas bolsas e tudo o que era nosso. Merle continuava gritando. Descemos as escadas o mais rápido que consiguíamos. Quase caí da escada duas vezes, mas Verônica me ajudou. Ao chegar nas portas escutamos um barulho forte.

- O que é isso?- pergunta Andrea

Andrea, Morales e Verônica levantaram as portas. Colocamos as coisas no caminhão e entramos sem jeito. Rick começou a dirigir, nos tirando dali. Enquanto tentávamos normalizar nossa respiração T- dog explicava que avia deixado a chave da algema cair, e que teve que deixar Merle pra trás. Estava faltando alguém.

- Mas onde é que está o Glenn?- pergunta Andrea.

Era ele que estava faltando. Nesse momento Glenn aparece num carro vermelho em alta velocidade, ele parecia estar feliz.

Me aconchego no colo de Verônica, que mexia em meu cabelo. Rick, estaciona o carro. E Morales diz, olhando para Rick, Verônica e eu:

- Venham conhecer o pessoal.

Seria como ganhar na loteria se Carl, Lori e papai estivessem aqui neste acampamento. Todos descem deixando apenas eu e Verônica.

- Vamos lá.- diz ela me encorajando.

- Venha, Natalie!- diz Glenn, me assustando.

- Tudo bem. -digo aceitando.

- Olha, se você não achar seu pai e quem mais você está procurando, Verônica e eu poderemos ser seus pais, né Verônica?!- diz ele com um sorriso convencido na cara, que me faz rir também, mas eu começo a chorar e eles me abraçam.

- Vai ficar tudo bem.- diz Vie.

- Vai ficar tudo bem.- repete Glenn. Eu os aceitaria como pais, eles fariam um belo casal. Ao fundo escuto choros e crianças felizes. Enxugo minhas lágrimas e boto um sorriso no meu rosto, posso ter perdido pessoas que amo, mas eu encontrei novas pessoas que me amam e cuidam de mim, talvez uma nova família. Saio detrás do caminhão e vou a encontro de Rick, que estava hesitando em conhecer resto do pessoal, pego em sua mão. Ele olha pra mim e dá um sorriso que retribuo.
Morales nos chama novamente, e então eu e Rick aparecemos.
Ao levantar o olhar vejo Carl e Lori. Carl?

- Carl?- grito. Ele olha para mim para Rick, sorrindo e chorando.

- Pai! Natalie!

Solto a mão de Rick, e corro em sua direção e nos abraçamos de uma forma engraçada. As lágrimas caíam cada vez mais. Não sabia o que dizer, e não disse nada, sinto mais braços nos envolvendo, era Rick e Lori. Não consigo acreditar, está tudo perfeito.
Desvio meu olhar para as pessoas e consigo ver Verônica sorrindo abraçada a Glenn, e, Shane, papai está vivo, ele estava sorrindo. É ele está vivo também. Abraço mais forte Carl, sentido seu cheiro, e contemplo seus lindos olhos cor de céu.
Quando nos soltamos do longo abraço fui correndo para os braço do papai, que me carrega, ele estava a mesma coisa de antes. Ele me olha nos olhos, deixa um beijo em minha testa e me deixa no chão.

- Me desculpa, filha... Me desculpa...

Não entendo o por quê das desculpas e continuo olhando para ele.

- Naquele dia em que tudo aconteceu, eu...  Eu não te encontrei e aquelas coisas estavam por todas parte,... e eu confesso que tive medo... Desculpa, meu amor...- diz ele aos prantos.

- Tudo bem, pai. Nós estamos aqui agora. Todos nós.- digo olhando para Carl, Rick e Lori.
Ele sorri e estende a sua mão, eu faço o mesmo e ele junta nossas mãos. Nós sempre fazíamos isso com a mamãe. Para ela isso simbolizava união.

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Até que enfim, esse reencontro saiu!!!
Amém! Confesso que eu chorei escrevendo essa parte( sou muito sentimental), enfim, é isso.
Tchau, e não esqueçam de tomar água e passar álcool em gel.

    XOXO


TWD - Sobrevivência(em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora