XIII- À caminho do CCD.

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Depois da horrível noite passada, fizemos um enterro para nossos amigos, foi doloroso. Eu mal conhecia aquelas pessoas e já senti uma perda enorme. Jim foi mordido e agora estão deixando seus últimos momentos na Terra mais agradável, todos sabemos o que acontece quando se é mordido e isso é o melhor que podemos fazer pra ele.
Estava sentada em um daqueles troncos de árvore, paralisada, não consigo parar de pensar nas mortes. E se o Carl estivesse no meio dos mortos, ou o Glenn, meu pai, ou a Verônica, não me imagino vivendo sem eles.
Alguém toca em meu ombro, me viro e vejo Rick, sua aparência estava péssima, é assim que você fica quando mata vários walkers.

- Você está bem?- ele pergunta.

- Não muito, mas vou ficar.- digo, tentando mostrar um sorriso.

- Sei que é difícil pra você ver as pessoas naquele estado e viver sempre em alerta, não poder ser uma criança que só quer brincar. Eu vou achar um lugar seguro, onde você e Carl poderam descansar tranquilamente e crescer.

- Você acha que vamos viver? E se estiver assim em todos os lugares, quero dizer e se não houver mais lugares seguros?

- Natalie, enquanto eu estiver vivo cuidarei de você e não vou deixar que nada te aconteça. Mas se não acharmos um lugar seguro, nós o criamos.

- Pra onde vamos agora? Papai não quer sair daqui e...

- Vamos para o CCD, temos uma chance lá, eles podem ter uma cura e assim poderemos salvar o Jim. Agora, eu quero que você tome um banho, e limpe esse sangue, tudo bem? Eu falei com a Verônica pra não te deixar sozinha enquanto eu ajudo o pessoal a tirar as barracas.

- Tudo bem.- digo.

- Essa pulseira...- Rick começa.

- Era da minha mãe.- completo.

- É o que eu achava. Hm, sei que você nunca quis conversar sobre, mas você ainda sente falta dela?

- Sinto muita saudade mesmo e não quero falar sobre isso agora, não quero ficar mais deprimente.

- Tudo bem...- ele da um sorriso sem jeito- Desculpa.

Saio dali e vou pra minha barraca, Verônica me segue sem falar nada.

- Nós vamos pro CCD.- digo, quebrando o silêncio.

- Eu fiquei sabendo, eu arrumo as nossas coisas e você toma um banho.

Entramos na barraca, pego uma calça e uma camiseta, vou para o trailer e me banho.
Fico debaixo do chuveiro e esfrego a minha pele tentando tirar o sangue seco e as sujeiras. Lágrimas escorrem por minhas bochechas e não conseguindo segurá-las e choro feito um bebê.

***********

Enquanto meu pai explicava o plano pra irmos ao CCD, fico pensando em como as coisas estarão lá, espero que eles tenham achado a cura pro que quer que esteja deixando as pessoas assim.
Morales diz que não vai conosco, ele e sua família se despedem.
Carl começa a chorar e eu o abraço, enxugo as suas lágrimas e dou um beijo em sua bochecha.

- Eles vão ficar bem, Carl. E nós também.- Eu espero.

Por insistência de Carl, vou no mesmo carro que ele e levo Verônica comigo.
Rick acelera e assim partimos em busca de esperanças.

Estava tudo calmo, sem walkers e muito menos pessoas. Ninguém falava nada, acho que estão todos estressados, entendo eles e quanto menos barulho melhor; Carl não soltava a minha mão e não será eu que irei soltar, encosto minha cabeça em seu ombro buscando conforto. Meus olhos estão ficando mais pesados a cada minuto, e sem conseguir ficar acordada acabo dormindo.

**********

Verônica me acorda e eu não entendo
o por quê até olhar para a janela e ver Jim debaixo de uma árvore.

- Ele decidiu ficar aqui,- diz Verônica- não quer mais seguir em frente.

- Okay, só vou me despedir.- digo.

- Tabom.

Me aproximo de Jim e ele sorri.

- Olá, Natalie.- diz com um sorriso.

- Você quer ficar aqui mesmo?- pergunto olhando ao redor- É bem bonito, tem árvores e flores, mas você vai ficar sozinho.

- No fim ficamos sozinhos, querida. E temos que deixar as pessoas que amamos seguir em frente pro bem delas.

- Sinto muito pelo o que aconteceu com você, queria poder fazer algo.

- E você ainda pode, vocês crianças são o futuro, sei que fará o bem por onde passar. Agora vá, daqui há pouco me encontrarei com a minha família e ficarei melhor.

- Adeus, sr. Jim.- falo, o abraço e vou para o meu lugar no carro. E seguimos para o CCD, espero que estejamos certos sobre esse lugar.

TWD - Sobrevivência(em pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora