TWD - Sobrevivência(em pausa)

I- Salva por uma estranha.

Parece que essa aula de história não tem fim. Não vejo a hora de acabar pra eu poder ir pra casa e brincar com Carl. Não é que eu não goste de história, eu amo, só que a professora faz tudo parecer chato, como se não tivesse importância.

Eu estou quase pra dormir, minha visão está um pouco embaçada por causa do cansaço. Vocês devem estar se perguntando o por quê de uma menina de 13 anos estar cansada e com sono. Bom, além dessa aula, o outro motivo é que eu passei a noite inteira lendo gibis, isso não é culpa minha é que eu não conseguia dormir, então começei a ler. Já faz muito tempo que não consigo dormir direito, enfim, desde que minha mãe se foi eu fico com medo de perder meu pai também, ele e o tio Rick , eles dois são policiais assim como minha mãe era. Eles são melhores amigos também, são como irmãos. Assim como eu e Carl somos também. Ultimamente tenho dormido na casa do tio Rick e da tia Lori, no quarto de Carl, às vezes ele fica um tempo acordado comigo, mas acaba pegando no sono e dorme. E agora que tio Rick foi baleado, minha preocupação só aumenta ele é como um segundo pai pra mim, ele e sua família sempre deram apoio para mim e para meu pai. Mas eu tento não pensar que tudo vai dar errado, tento pensar que às coisas vão dar certo. Por mais que coisas ruíns aconteçam, temos que nos lembrar que isso vai passar. Minha mãe dizia que tudo na vida passa, assim como a tempestade, nada dura para sempre.

Abaixei minha cabeça fazendo com que eu ficasse com a cabeça virada para a janela e ficasse vendo a paisagem lá fora, os ventos batendo contra as folhas das árvores e soprando elas para longe. Fiquei assim por um bom tempo até que vi algo horrível pela janela, não sei o que é, parece uma pessoa só que morta, mas viva... Não consigo entender. Ela de algum modo, parece notar meu olhar sobre ela e vem em minha direção, fazendo com que seu corpo bata na janela fazendo uum barulho, todos olham para aquela coisa e gritam, a professora manda todos se acalmarem, mas quando percebe o que é grita e manda todos correrem, e é o que eu faço. Sou a última a sair da sala, assim que saio, fecho a porta para que aquele monstro se quebrar a janela não sair de lá. Tudo está uma confusão, gritos e correria, não sei o que fazer. Se corro ou me escondo...

Ah não, Carl...

Começo a correr em direção a sala dele, mas ele não estava, é claro que não estava, ele deve ter fugido também. E agora? O que eu faço? Tenho que ir pra casa, mas tô com medo de esbarrar com uma daquelas coisas. Fico tão distraída que acabo esbarrando com alguém, fecho os olhos com medo de ver o que era. Por favor que não seja uma daquelas coisas, por favor, por favor...
Abro os olhos, ainda com medo e vejo uma moça chorando, ela me olha.

- Você não pode ficar aqui- ela diz chorosa- Não é seguro, você precisa sair daqui, precisa se esconder.

Eu não sei pra onde ir, pra minha casa ou pra casa do tio Rick? Eu não posso ir embora sem Carl, não posso...

- Menina... Ei- a moça diz, chamando minha atenção- aqui não é seguro,- ela pega em minhas mãos e me puxa para ir embora com ela.

- Eu não posso ir! - grito chamando sua atenção.

- Shh! Para de gritar, vai chamar a atenção daquelas coisas. - ela diz e me puxa com ela de novo, tento me soltar mas não consigo.

- Meu amigo... Meu amigo, ele... Eu tenho que achar ele...

- Não dá mais tempo, temos que achar um lugar seguro, aquelas coisas podem vir aqui e nos matar. Se sobrevivermos, nós procuramos ele, mas agora não dá, tá me entendendo?

Faço que sim com a cabeça.

- Vem.

Eu sei que ela era um estranho, e sei que é errado eu estar indo com ela, mas ela parece ser uma boa pessoa e não acho que ela vai me fazer algum mal. E mesmo que eu quisesse sobreviver sozinha, eu não conseguiria, acho melhor ficar com ela mesmo. Eu quero saber o motivo dela estar chorando, será que perdeu alguém? E se ela estava na escola pra buscar um irmão, ou irmã, ou até um primo, ou prima, e se essa pessoa morreu? Ai meu Deus...
Saímos da escola e lá fora estava uma bagunça, mais gritos, só que não eram de medo, mais sim de dor.
Paramos bem na porta, e a moça olha pra mim.

- Eu vou ter que te carregar.

- Tudo bem.

Subo na costa dela. E ela começa a correr, desviando dos monstros, eles estavam comendo outras pessoas, isso... Isso é errado. Isso está me agoniando, fecho os olhos e finjo que não estou escutando nada.