Sexta Fase - Capítulo IV

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As mesmas mãos grossas deslizaram pelas coxas desnudas e, com força, o ex-patife a ergueu nos braços ao mesmo tempo que os seus pés guiavam-no pelas escadas. Ele afundou o rosto no pescoço da sua parceira, onde inspirou aquele cheiro excitante e, provocativo, soprou:

— E ele não pede.


SETE MESES

SEXTA FASE

IV


Setembro ~ 6° Mês

Logo pela manhã, como um despertador natural, os raios de sol invadiram o quarto que, de cortinas entreabertas, parecia aguardar por ele. Uma quentura gostosa tocou a pele alva da Uchiha, fazendo-a despertar e perceber o quão agarrada ao seu companheiro estava. Ainda sonolentas, as íris esbranquiçadas observaram o quarto, de um canto ao outro, e não tardaram a buscar pelo cônjuge que tinha o braço bem enlaçado a ela.

Pelo jeito, Sasuke não despertaria tão cedo e até demonstrava estar bem cansado da noite anterior, embora ela não tivesse exigido dele grande coisa. Aliás, poderia realmente ter se entregado a ele durante aquela madrugada e ter extrapolado todos os limites que, infelizmente, haviam surgido entre eles por culpa da falta de memória, mas não, não foi o que aconteceu. Não por ela.

O ex-patife — contrariando toda e qualquer idéia de que era alguém que só pensava no seu bem corporal — demonstrou-se imensamente paciente e, ainda que as suas pulsações lhe esfregassem o óbvio e os seus olhos deixassem expostos o quanto ele queria dar continuidade àquilo, o moreno também se apresentou confiável e preocupado com o seu bem-estar.

Talvez tenha sido por isso que ele, ao notar um visível desconforto na face da sua mulher, optou por não ir além, permanecendo estagnado naquelas carícias ousadas, nos toques lentos e tão íntimos e nos beijos deliciosos que só ele sabia dar.

O ápice daquela noite havia sido, sem dúvidas, o momento em que ele, entre as suas pernas, apoiou os cotovelos no colchão macio e, com o auxílio do dedo polegar enfaixado, lhe fez carícias nas bochechas enquanto a olhava firme nos olhos, transmitindo uma paixão exorbitante e um amor sincero. Ainda conseguia escutá-lo baixinho, sussurrando com a sua rouquidão tão única um "Não se preocupe", seguido de um "Confie em mim, Hina".

Tão especial.

Agora, analisando-o tão de perto e tão indefeso, era fácil compreender as manias, os gestos e as entrelinhas de Sasuke. Ele era uma pessoa diferente das outras, que não precisava de muito para viver, que não fazia média com ninguém, que colecionava uma lista extensa de defeitos, mas que também contava com uma outra composta de qualidades. Era um homem que falava grosso, firme e imponente, que não temia nem mesmo a própria morte e que poderia fazer qualquer ninja tremer diante da sua ameaça.

Sasuke era realmente alguém especial...

Ele era o seu... Sim, o seu alguém.

— Hm? — Aquele som a despertou, chamando-a de volta ao mundo real. — Perdeu alguma coisa?

A moça levou as pérolas de encontro ao olhar dele que, analítico, parecia tentar adivinhar o que se passava na mente dela. Sorriu. Um homem tão indiferente nas palavras proferidas, mas tão presente nas entrelinhas. Bastava saber lê-lo, e ela o lia como ninguém.

Sete Meses (SasuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora