Sete Meses (SasuHina)

Quinta Fase - Capítulo VI

— Eu... Eu estou grávida... — Ela direcionou àquela fala ao rapaz que, petrificado, se mantinha fixo nela. Hinata não soube o porquê de dizer aquilo diretamente para ele, porém sentiu que deveria fazê-lo e o fez. — Eu estou grávida de gêmeos.

SETE MESES

QUINTA FASE

VI

Agosto ~ 5º Mês

As íris esverdeadas focaram o colega de time sete que, com a boca aberta, encarava a cônjuge, imóvel. Ele estava claramente sem ação e parecia ter visto um fantasma.

— Sasuke-kun... — A rosada o chamou, despertando-o daquele mundo que tinha se prendido.

Ele retomou a si e fechou a boca, antes de desviar o olhar automaticamente ao piso claro do hospital, e, certo de que não conseguiria pensar em outra coisa que não fosse aquela, os dedos ásperos tocaram os olhos em uma massagem breve. A sua mulher estava grávida. Grávida de dois, dois! Ele seria pai de dois! Dois herdeiros, dois filhos.

Procurou pela parede mais próxima quando percebeu que era demais para o seu coração tão ferido pelos inúmeros traumas e, com as pernas instáveis, ele se escorou no concreto, mantendo-se a tatear as pálpebras. O palpitar não diminuía, o seu estômago tinha formado um nó e aquela palavra ecoava na sua mente diversas vezes.

Hinata estava grávida. Grávida dele.

— Grávida... — Após alguns segundos de silêncio, o ex-nukenin se voltou para a companheira. — Você... está grávida... — Não foi uma pergunta, mas uma constatação ainda desacreditada e realizada, muito realizada.

— ... — Sem saber o que dizer, a morena permaneceu muda enquanto tentava compreender o motivo pelo qual aquela notícia o afetava tanto. — Estou... — confirmou, ciente de que não era necessário. Os seus passos levaram-na até ele, que não a percebeu se aproximar. — Uchiha-san, você... Você está bem...?

Ela piscou as pérolas poucas vezes e, antes que pudesse falar outra coisa, Sasuke a puxou para um abraço forte. Ainda que as mãos pequeninas estivessem espalmadas contra o peito definido, buscando inutilmente criar uma distância entre os corpos, ele a apertava com tanta força que era impossível se afastar.

A moça engoliu em seco quando pôde identificar os batimentos desesperados do coração dele devido à proximidade, além dos braços trêmulos. Até cogitou perguntá-lo o porquê daquilo, contudo optou por respeitar o silêncio que ele fazia.

No fim, ela decidiu que não lutaria e as suas mãos delicadas apenas deslizaram pelas costas largas dele, a fim de acalmá-lo e confortá-lo. E estranhamente tal gesto surtiu efeito, uma vez que, após escutar algo que imaginou ser um fungar, o Uchiha a soltou, mesmo que permanecesse com os braços a rodeando.

— Está... Está melhor...? — As bochechas ganharam um rubor que entregava o quão sem jeito estava. — Eu não entendo o motivo disso ter mexido tanto com você, Uchiha-san, mas...

— Quero que eles sejam como você. — O tom rouco a cortou repentinamente e a mulher se viu perdendo o ar. — E que tenham o coração como o seu, Hinata.

Os lábios dela criaram um vão e a kunoichi notou aquela onda gigantesca de sensações diferentes que a invadia. Também não se reconheceu quando, do nada, as suas íris esbranquiçadas miraram os lábios finos dele e, principalmente, estranhou muito aquele desejo que tomava conta do seu interior, de se afundar naquele olhar enigmático e nublado pelas possíveis lágrimas.