Quinta Fase - Capítulo IV

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— Eu vou matá-los! — Como um selvagem, ele jurou, trincando o maxilar. — Hinata, se encostarem um dedo em você, eu vou rastreá-los até o inferno!

E foi desta forma que Sasuke enxergou algo que não queria ver em hipótese alguma. Era um fato inegável. Sem querer, a sua mulher tinha se tornado a porra do alvo.


SETE MESES

QUINTA FASE

IV


Agosto ~ 5º Mês

Mesmo que já fizesse alguns bons minutos desde a partida daquele ser desconhecido, Sasuke continuava irredutível e, embora Hinata permanecesse firme ao seu lado, o Uchiha não a correspondia como deveria. Ele claramente havia sido engolido pelo já conhecido sentimento de vingança e aquilo a preocupava muito. O seu marido estava abalado e instável, visivelmente instável.

— Sasuke! — Intencionada a trazer a atenção dele para si, a herdeira o chamou, no entanto o rapaz, de pé e se portando como um predador feroz, mirou fixamente a direção que julgava ser a correta. — Querido... — Alguns passos foram dados até ele.

— Eu vou rastreá...

— Não! Não vai! — A mão pequena e delicada o agarrou pelo braço enfaixado. — Se acalme! — Furioso, o mais alto a encarou por cima dos ombros com indiferença. — Por favor, não faça iss...

— Não se meta. — Ríspido, ele a cortou antes de grunhir: — Não se meta nisso, Hinata!

Incrédulas, as pérolas se arregalaram envoltas em uma decepção nítida. Há muito, não o ouvia lhe falar de maneira tão agressiva. Na realidade, agora seria o momento ideal onde o rebateria e apontaria o quão errado ele estava ao tratá-la daquela maneira, porém não foi o que aconteceu. Os seus olhos arderam e a ninja virou o rosto, ciente de que as lágrimas viriam em breve.

Assistindo tal cena e dando-se conta das próprias ações, o ex-nukenin massageou as têmporas e, focando no chão de terra, desativou as suas linhagens antes de mirá-la. Tinha perdido o controle e descontado na sua vida algo que ela nem ao menos compreendia. O problema era que ele, sim. Ele, sim, entendia perfeitamente bem a gravidade de tudo aquilo.

— Hina. — Devagar, ele capturou a mão dela, todavia a mulher não lhe deu qualquer resposta. Justo. — Olhe para mim. — Ela prosseguiu sem ação alguma e Sasuke se viu aflito, ainda que tentasse não demonstrar. — Ei, Hina. — Novamente, nada. Então, decidiu agir e a puxou para si, recebendo-a em um abraço carinhoso. — Me desculpe. — Com a boca próxima da orelha feminina, reforçou: — Eu não queria, Hina.

Após um silêncio agoniante, a morena fungou contra o seu peitoral e ele sentiu as carícias dela em suas costas. Ao vê-la erguer o rosto a fim de olhá-lo, os seus dedos seguraram-na pelo queixo e o seu polegar passou a remover os traços que as lágrimas tinham deixado naquela face avermelhada.

— Não grite... — Com a voz embargada, a kunoichi prosseguiu: — Não grite comigo mais, Sasuke... — O Uchiha balançou a cabeça em total concordância. — E nem... E nem diga que eu não devo me meter...

— Não grito e não digo. — Os lábios tomaram os dela em um beijo cheio de ternura, e Hinata soube que aquela era a maneira dele de lhe prometer que jamais repetiria tais coisas. — Agora vamos voltar para Konoha. — Subitamente ele saiu com aquela ao término do contato íntimo. — A missão está cancelada.

Sete Meses (SasuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora