Sete Meses (SasuHina)

Quinta Fase - Capítulo II

Com cuidado, a depositou sobre a cama macia e retirou a capa que vestia, jogando-a pelo chão. Acomodou-se ao lado da mulher e a puxou para si, colocando-a de frente e a protegendo com os seus braços. Os dedos emaranharam-se pelos fios azulados em uma carícia sutil e ele voltou a sorrir mais uma vez, já fechando os olhos e murmurando para si o que já sabia há tempos.

— Eu realmente amo você, Hina.

Se ele tivesse voltado a olhá-la, certamente teria visto as bochechas dela em chamas.

SETE MESES

QUINTA FASE

II

Agosto ~ 5º Mês

Ao abrir os olhos naquela manhã, Hinata se viu acabada, inteiramente destruída. Estava claramente indisposta para tudo e o seu estômago grunhia de fome, por mais que aquele cheiro que vinha da cozinha do andar de baixo não lhe despertasse qualquer vontade, pelo contrário. Tinha exagerado tanto que isso agora refletia até no seu apetite. Aquele aroma, mesmo tão agradável, lhe causava uma repulsa gigantesca e inexplicável.

De acordo com o que se recordava, havia apagado na ala médica e a única coisa que a sua mente armazenava era aquela declaração de amor linda, vinda de Sasuke, durante o seu sonho. Conseguia ouvi-la como se recém tivesse ocorrido e só o reproduzir daquela voz rouca fazia com que as suas bochechas ardessem em chamas.

Mexeu-se na cama buscando pelo companheiro que, agarrado nela, parecia querer lhe proteger de todas as maldades do mundo. Sorriu e os seus dedos contornaram a pele pálida em uma leve carícia que despertou, sem querer, o Uchiha. Os olhos enigmáticos e sonolentos dele se mostraram aos poucos.

— Bom dia. — Carinhosa, a moça o saudou.

— Bom. — Ele coçou as pálpebras e sentiu a mão delicada se mover até os seus cabelos. — Como está?

— Moída, mas orgulhosa. — Com certo lamento, ela continuou: — Ainda que eu não tenha conseguido... Bom, salvar aquela cri...

— Ele sobreviveu. — O corte veio antes da conclusão da esposa, que arregalou os olhos.

— O menino? — A voz se elevou por conta da surpresa e o rapaz confirmou com a cabeça. — É?! — Mais uma vez, Sasuke repetiu o mesmo gesto e, aliviada, a mulher se acalmou: — É tão bom saber disso.

— Imagino que sim. — Simplista, o moreno se espreguiçou e se sentou na cama.

— Aliás, você precisa me explicar uma coisa. — Ele continuou em silêncio para que a mulher prosseguisse. — Cura?! Por que nunca me contou?

— Confundiu. — esclareceu e, ao vê-la com uma expressão confusa, acrescentou: — O Rinnegan me permite usar um leque de jutsus, mas não foi cura que eu usei. — A herdeira permaneceu quieta. — Eu só potencializei a sua habilidade.

— Oh... — Ela se acomodou ao lado dele e se escorou no encosto da cama. — Como assim?

— Redirecionei um pouco do chakra que você usava na criança para você mesma. — narrou por cima sem detalhar tanto.

Certa de que o seu marido era mesmo alguém com uma capacidade estratégica assombrosa, Hinata o analisou por alguns instantes. Ele havia pensado em tudo aquilo em pouquíssimo tempo e o mais incrível era que havia funcionado perfeitamente bem. Se o chakra dele tinha se misturado com o dela e aumentado o seu alcance, ele também teria as propriedades de cura.