Sete Meses (SasuHina)

Sexta Fase - Capítulo I

​Considerando a face dela tão roxa quanto o seu Rinnegan, Sasuke soube que ainda não.

Mal sabia ele que, internamente — bem internamente mesmo — Hinata não conseguia deixar de apreciar aquela sugestão.

SETE MESES

SEXTA FASE

I

Setembro ~ 6º Mês

No dia seguinte, Sasuke acordou com uma tremenda dor de cabeça. Isso porque a sua amada esposa, antes de se deitar, cismou que eles deveriam criar uma barreira entre os dois. Obviamente tal hipótese não agradou em nada o Uchiha que, com uma carranca enorme e evidente, deixou o cômodo para ela — apenas pelos seus bebês — e desceu para dormir no sofá da sala.

Hinata ainda tentou convencê-lo a retornar ao quarto e se justificou, argumentando que tudo aquilo era muito novo, principalmente a idéia de dividir a cama com um homem, mas o orgulho grande e ferido do seu marido não o permitiu voltar atrás. Já que ele tinha descido, seria por lá que dormiria e pronto! Fim de conversa!

...

Jogado no sofá de qualquer forma e coberto pela própria capa que costumava vestir, Sasuke não entendia bulhufas, afinal já tinham até trocado alguns beijos e, porra! Ela estava grávida dele! Qual era o problema se eles viessem a dormir agarradinhos como sempre faziam?! Se a idéia de dormirem juntos a deixava assim, imagina a idéia deles...

— Mas é um inferno mesmo! — praguejou num grunhido ríspido e exaltado.

— O quê? — Do corredor, Hinata o questionou um tanto hesitante. Pelo jeito, ela o observava dormir.

Ao ouvi-la, Sasuke franziu o cenho e, depois de se sentar, buscou pela mulher que, com os braços cruzados e os lábios comprimidos, parecia bem incomodada com a situação criada por ela mesma. Talvez estivesse arrependida pela noite anterior.

— Nada. — O moreno procurou se esticar um pouco, se colocou de pé e seguiu pelo corredor. Passou ao lado da companheira antes de se fechar no banheiro sem dizer mais nada.

Preocupada com aquilo, a Hyuuga vagou até o jardim, onde se permitiu inspirar aquele ar puro, além de relaxar, mexendo e regando as rosas bem cuidadas. Não havia se esquecido que, de acordo com o que seu marido dissera, elas eram suas. Além disso, aparentemente, Sasuke tinha cuidado delas durante a sua ausência, então deveria retribuir tal favor reassumindo aquele lugar tão singelo.

Distraída, a morena engoliu saliva quando escutou os passos do seu cônjuge junto do estalar da madeira que o denunciava ali. Ela se virou para vê-lo e o encontrou escorado em uma das bases de sustentação. Ele tinha o rosto e os cabelos molhados e a ninja facilmente diria que ele havia enfiado a cabeça inteira debaixo da torneira aberta.

Sem saber o que dizer, a jovem permaneceu em silêncio ao passo que Sasuke apenas a mirava à distância. O vento soprava forte e o único barulho que se ouvia era o dele mesmo, como se fizesse questão de esfregar na cara do casal que o clima entre os dois era terrível.

Diante disso, a médica uniu as duas mãos, certa de que, se não falasse nada, ele também não falaria.

— Me desculpe. — Delicada e frágil, a moça quebrou aquele clima diferente. — Me desculpe mesmo, Sasuke, por ontem. — O Uchiha não esboçou reação, se mantendo a olhá-la como se dissesse um "eu estou ouvindo". — Eu não queria que você se sentisse rejeitado ou mal... Eu só...