Encontro ocasional

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Azafe narrando:

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Azafe narrando:

Estou nessa outra cidade que nasci; voltar em Cayro depois de tantos anos fora me trouxe a tona lembranças do meu passado que busquei esquecer. Nessa cidade fui abandonado por meu pai com quatro anos de idade, após a morte súbita de minha mãe. Perambulei pelas ruas longos anos até ser encontrado pelo pastor Francisco. Ele me levou para Assuã, me deu moradia e ainda me apresentou a Jesus Cristo. Tenho acompanhado ele de perto, sendo seu braço direito na igreja onde é o pastor presidente, tendo oito afiliadas, muitas vezes viajamos de uma para outra com espaços curtos de tempo, mas todas as vezes que ele vinha para Cayro eu fazia questão de não vir.

Algum tempo atrás ele confidenciou ter feito um voto de encontrar no meio das congregações uma esposa para seu filho, uma jovem que fosse temente a Deus e obediente aos pais em tudo. No começo eu achei maluquice e que o menino Wendel fosse ficar contra a isso tudo ou que talvez fosse quase impossível achar uma jovem nos padrões que ele exigia, mas me mantive a orar e pedir a Deus que atendesse ao desejo do coração do seu servo.

Agora estou eu aqui, vim ao encontro da moça e isso foi o motivo de eu ter vindo pela primeira vez após vinte anos fora dessa cidade aqui, eu queria fazer isso pessoalmente, levar a prometida do menino ao meu senhor e ver a satisfação dele em saber que Deus ouviu a oração dele.

Nesse momento estamos quase chegando a Assuã, pegamos a estrada um pouco deserta nesse final de tarde. Mesmo estando dirigindo e preocupado com minhas lembranças, posso ouvir a conversa das duas mocinhas atrás de mim. Percebi que a mocinha em questão para o noivado está com o coração palpitando por outro e só decidiu vir para ser obediente a Deus e aos pais. Esse pré-requisito eu admiro muito, é um dos motivos por ela ter sido escolhida. Mas o que penso é em como ela vai viver ao lado de um rapaz que não conhece.

Conheço Wendel desde pequeno, tenho um grande carinho por ele, mas o sinto distante às vezes, pensando com o olhar fixo no nada e isso me preocupa, tenho medo dele estar levando consigo um tão grande fardo e não dê conta lá na frente, agora me vem essa garota dizer que esta disposta a esquecer tudo e seguir para um novo amor. O que o destino preparou para esses dois jovens?

Vejo ao longe a moto de Wendel se aproximar e vou desacelerando, chamando a atenção das garotas, mas não sei se devo dizer quem é então me calo. Desço só um pouco o vidro do meu lado para falar com ele.

- Azafe, por favor, o que foi? Quem é o rapaz? – a amiga dela pergunta.

- É um dos meus patrões. - digo calmo.

Sei que de onde está sentada não consegue ver o rosto de quem fala comigo, deixo pensar o que queira e foco em falar com Wendel:

- Chegando de viagem? - o motoqueiro diz.

- Sim senhor; fui resolver o que me foi pedido.

- Azafe diga a ele que vou deixar os convites na cidade vizinha e chego já.

Despeço-me dele e olho pelo retrovisor para as duas que se entreolham e fico pensando se uma das duas goste dele. Ao chegar na igreja, deixo as duas sentadas na recepção e vou ao gabinete do pastor para avisar que cheguei, ele sai comigo e cumprimenta as meninas com um jeito simpático, sem deixar de avaliar a jovem. Fico olhando de longe o pastor fazer as suas brincadeiras corriqueiras e vejo que Laís se sente confortável perto dele.

- Minha filha, você e sua amiga vão se hospedar na minha casa. Preciso que decida se vai assumir esse casamento para que eu venha providenciar um encontro com seu noivo. No momento é tudo que posso lhe dizer, lhe darei mais explicações mais tarde.

- Eu vim para honrar o querer de Deus na minha vida pastor, não vou recuar. – sinto a fala dela bem firme e penso se não é a amiga que vai chorar ao saber que é Wendel o noivo.

- Vejo uma moça com compromisso com Deus na minha frente e tenho certeza que honrará a sua palavra. - ele diz sorrindo.

Laís narrando:

Cheguei à casa do pastor com meu coração agora apertado, sinto tanto medo de dar de cara com o filho dele nos corredores da igreja ou daqui. Já ouvi falar que não há vitória sem luta, mas eu tinha que ser provada, vindo pra dentro da casa de caixinha? – penso olhando a foto dele num móvel da sala.

A esposa do pastor é um amor de pessoa, nos acomoda e organiza para que eu e Li fiquemos no mesmo quarto. Quando ela nos deixa a sós eu me jogo na cama me sentindo altamente esgotada.

- Amiga eu estou chocada aonde viemos parar? - Lili diz e eu coloco o travesseiro no rosto.

- Já viu tentação maior que a minha? E eu que tive pena de Jó.

- Não sei nem o que dizer. - Ela diz se jogando ao meu lado.

Ficamos deitadas olhando o teto um pouco mais até que decidi que não iria ficar me escondendo e sendo coagida por algo que não existe.

Levanto e puxo minha amiga para ir tomar o banho dela e nos organizar para o jantar.

- Será que ele vai estar no jantar? - pergunto saindo do banheiro.

- Se tiver trata normal. Afinal somos colegas dele. - Lili diz e eu consigo me acalmar um pouco.

No final o jantar foi uma coisa boa. Ele não estava os pais dele é um amor e deixaram o ambiente muito harmonioso. Subi para repousar já quase meia noite.

Ao encontro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora