Chego em casa emocionada com o nosso primeiro encontro, ele foi gentil e cordial comigo, ainda não tenha me convencido de que eu sou a escolha dele, sinto ele distante as vezes e fechado, sempre vejo ele conversando e tem um sorriso tão lindo e não o vi sorrir assim para mim, talvez a dúvida de eu ter me confundido entre ele e o primo tenha o deixado com raiva.
Espero Lizandra chegar com Ray e conto tudo para minhas amigas, ela já veem de uma forma diferente que eu e me chamam de pessimista. Não ligo eu estou sendo cautelosa, meu coração já está sofrendo e se eu me entregar com tudo não vai ser bom para mim.
- Horrível esse ensaio a noite não acham? - pergunto saindo do banho.
- Muito ruim, mas falta menos de quinze dias para o festival e temos que intensificar os ensaios.
- Eita gente, vai ser bem real a cena de você e Wendel no encerramento. - Ray diz e me faz revirar os olhos.
- Cai na real amiga, ele é apaixonado por alguma menina e está nessa de casamento por uma imposição dos pais. É nítido que ele não gosta dessa ideia e muito menos de mim. - digo terminando de me calçar e indo pegar minha bolsa.
- Amiga, sinto muito, mas você é tão pessimista que não vê o olhar de carinho que ele tem por você, sem falar que antes agente já achava que ele te olhava demais.
- Meninas tudo bem, vamos fazer assim, hoje no ensaio vamos as três ficar observando ele e no final decidimos quem está certa.
- Espera aí. - Lizandra diz: - Faz diferença o jeito dele? Que eu saiba você ainda está pensando em prosseguir com essa loucura de casamento arranjado.
- Tem razão não faz diferença. Querendo ou não é comigo que ele vai casar. - digo saindo do quarto e deixando as duas de queixo caído.
Claro que para mim faz, eu queria casar com alguém que me tivesse o mesmo sentimento, mas eu havia decidido ir pela orientação de meu pai e casar-me com o filho prometido, não iria recuar, só me resta buscar uma forma de conviver com ele sem atritos e de forma amigável.
Quando já estávamos chegando no teatro, recebemos orientação de entrar pela entrada de músicos e seguimos para lá, Ray ia na frente com aquele jeito dela alegre, cantarolando e parou bruscamente na porta nos fazendo parar também, ao olharmos para o motivo que fez ela frear assim, vimos que ela tinha visto Wendel com uma menina na sala de música. Eu recuei e saí do teatro acompanhada com minhas colegas, não sei explicar mas eu havia ficado com ciúmes o sorriso lindo que ele me negou a tarde toda estava lá estampado para outra.
- Laís você está bem? - Lizandra pergunta.
- Eu acho que sim. - digo tentando segurar as lágrimas. - Acho melhor eu ir para casa.
- Amiga não deixa essazinha te mandar para casa não, vamos entrar e falar com ele, afinal ele te deve respeito. - Ray falou. - Mas que é estranho eles estarem só naquela sala e conversando tão íntimos é.
- Meninas eu não vou aguentar ensaiar olhando para ele e ver que ele abriu seu melhor sorriso para uma moça e passou o almoço comigo rindo forçado. - digo sendo sincera e Lizandra seca uma lágrima que escorreu nos meus olhos.
- Essa história de casamento só serviu para você sofrer. - ela diz com raiva.
Olho para minha amiga, penso se não era o caso de eu desistir disso tudo, olho para Ray que nos olha sem saber o que dizer, sinto um aperto no coração em pensar em desistir e decido que vou orar e perguntar a Deus.
- Concordo em partes com você Li. Mas vou fazer assim, por hoje vou para casa e vou ficar orando, até o dia do festival será meu prazo e se eu sentir paz acaberei tudo nesse dia. - digo e elas me abraçam. - Quero que fiquem aqui por favor, não percam o ensaio por minha causa e se puder ficar de olho nele eu agradeço, será bom saber o nível de intimidade dos dois pombinhos lá de dentro. - digo e elas se entreolham mas aceitam minha decisão.
Saio do teatro pegando o primeiro táxi que passa para me levar até minha casa, torcendo que ninguém me veja chegar e veja minhas lágrimas, então entro pelos fundos e subo para meu quarto me trancando em seguida. Quando Lizandra chegar ela abre com a chave dela. Deito em minha cama e me encolho o máximo que posso chorando a dor de pensar que ele goste dessa menina, lembro de tê-los visto juntos várias vezes e que comecei a achar o sorriso dele bonito por ele sorrir assim para ela. Não tenho forças para orar hoje, então me esforço para falar com Deus deitada mesmo pedindo a ele que tire essa dor de mim.

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Ao encontro do amor
RomanceLivro 13 Laís é uma jovem cristã, Alegre e cheia de vida, que faz um voto de ser obediente a Deus em todos os momentos. É surpreendida por seu pai ao dizer que em pleno século XXI ele a prometeu em casamento. Então começa um enredo de luta espiritua...