O convite

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Ao acordar ouço uma movimentação estranha em casa, olho para o lado e minha amiga não se encontra, então olho para o despertador e constato que ele não tocou

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Ao acordar ouço uma movimentação estranha em casa, olho para o lado e minha amiga não se encontra, então olho para o despertador e constato que ele não tocou.

- Você sabe que eu deveria acordar cedo eu te avisei. - digo para ele que parece não ligar para minha cara feia.

Levanto num pulo, entro no banheiro para fazer minha higiene pessoal e saio já pronta para tentar chegar na escola ao menos na segunda aula.

- Quando eu voltar vamos ter uma conversinha hem? - ameaço o despertador e pisando duro para ele sentir que não gostei saio do quarto.

- Bom dia bela dama. - diz minha irmã ao me ver descer.

- Bom dia Laura, acredita que o despertador não me acordou e a sem noção da Lizandra teve a coragem de levantar e não me chamar? - digo mostrando para ela que estou logo cedo já de mau humor.

- Foi a mamãe quem pediu para ela deixar você dormir. - ela diz ligando a TV e me ignorando.

- Onde está a mamãe?

Não obtenho resposta, Laura é assim, toda vez que sente que estou estressada ela me ignora e ainda diz que é para evitar brigas desnecessárias. Eu posso com essa fedelha? Saio pela casa a procura de nossa mãe que encontro na área de serviços.

- Mãe, porque mandou deixar que eu dormisse mais? Quer que eu vire a bela adormecida?

- Bom dia para você também Bela. - ela diz com um sorriso e eu reviro os olhos, só posso estar na TPM para tanto mau  humor assim. - Eu mandei sim é que seu pai está chegando e disse que quer falar com você ainda agora de manhã.

- Ele sabe que estudo de manhã e que não podia perder o trabalho de química? Poxa mãe era tão importante essa nota.

- Filha se seu pai agiu assim tem um motivo, vá tomar café e coma o chocolate que a Lizandra fez para você pois ela disse que você estava naqueles dias e pelo visto ela está certa. - minha mãe diz me dando as costas e me deixando com cara de paisagem.

Me arrependi na hora de ter falado assim com todo mundo, pego uma maçã como e depois me sento com a panela de brigadeiro na minha frente comendo também.

- Laura você quer? - pergunto e não obtenho resposta, como quem cala consente como tudo só.

Já mais calma depois da panelada de brigadeiro e dois copos com água que tomo, corro para trocar a roupa e colocar uma de casa mesmo, ao descer para assistir com Laura, vejo papai já em casa, percebo que tudo hoje está muito estranho e sinto que vem bomba por aí.

- Pai? - chamo ao me aproximar e ver que tem um papel em mãos.

- Oi filha, que bom que ficou em casa, tem algo que precisamos conversar urgente.

- Vamos então. - digo apontando para a mesa onde temos nossas conversas importantes. Vejo mamãe se aproximar e Laura também. - Nossa deve ser importante mesmo, Laura desligou a televisão sem ninguém mandar.

- Deixa de ser boba, o pai já havia me dito que quando você descesse íamos conversar.

- Amor foi algo que as meninas fizeram? - minha mãe pergunta deixando de lado o pano de prato.

- Não é isso gente, vamos logo orar como fazemos sempre e depois mato a curiosidade das três. - ele diz esticando as mãos para que peguemos.

Após a oração ele volta pegar o envelope que estava nesse momento na mesa e nos olha por um instante e diz.

- Isso aqui é um convite para a Laís.

- Para mim?

- Sim filha, um pastor amigo meu fez um voto de casar o filho dele com uma serva do Senhor, após alguns anos de pesquisa e se informando sobre meninas das igrejas dos conhecidos ele a escolheu para ser a esposa do filho dele. - poxa vida! Acabei de lembrar do sonho e agora estou começando a achar que estou sonhando e que talvez na verdade eu esteja na escola. - Ele a convida para ir na casa deles afim de casar-se com o filho.

- Um final de semana? - minha mãe fica boquiaberta.

- Sim mulher, se nossa filha aceitar, dentro de uma semana estaremos viajando para o noivado dela. - ele diz bastante calmo pro meu gosto.

- Pai sabe que faço quinze anos daqui a dois meses não sabe? - pergunto tentando trazer a realidade na mesa.

- Não é obrigada a nada filha, eu tenho pedido a Deus que interfira ao modo Dele no futuro de vocês duas e se esse convite for de Deus eu aceito e se não for não vai acontecer nada. Até porque uma das partes do acordo comigo é que você escolhe se vai ou não. - ele diz passando o papel para mim, que demoro a receber.

- Seu pai tem razão, não precisa aceitar se não sentir paz.

- Como esse convite chegou nas suas mãos pai?

- Um criado deles veio pessoalmente me procurar e me explicou tudo.

- Como se chama esse homem? - pergunto lembrando do sonho.

- Seu nome é Azafe, ele está hospedado na casa pastoral e se você for com ele vão viajar amanhã a tarde para Assuã.

- Azafe? Assuã? - acho que vou ter um troço aqui.

- Que foi menina? Parece que viu um fantasma. - vejo Laura correr e voltar com um copo de água para mim e sei que chegou a hora de contar tudo aos meus pais.

- Não foi um fantasma, eu preciso contar algo a vocês.

- O que andou aprontando Laís? - meu pai me questiona.

- Eu não aprontei pai, eu sonhei. - pronto disse.

Conto todos os sonhos que tive nos últimos tempos para meus pais que ouvem tudo com a boca um tanto aberta, omito deles a presença de Wendel no sonho e na minha vida, se vou me casar com outro eles não precisam saber que vivo a suspirar por um ser impossível para mim. Após terminar tudo meu pai olha para minha mãe e diz:

- Vamos fazer uma vigília hoje a noite, após a vigília você diz se vai ou não com o Azafe. Eu porém já sei que Deus está nesse negócio, não pode ser coincidência o mesmo nome do criado. - ele diz levantando e saindo para o quintal.

- Posso ir dar uma volta? Preciso ficar só um pouco.

- Vá minha filha, só não demore e nem vá muito longe. - confirmo com a cabeça e saio do jeito que estou.

Ao encontro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora