𝐁𝐈𝐋𝐋𝐘 𝐇𝐀𝐑𝐆𝐑𝐎𝐕𝐄 tem um passado obscuro, cheio de mágoas, decepções, brigas e frustrações. A lei da vida é que cada ação tem sua consequência, o que será que a consequência de um coração partido é capaz de fazer?
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QUANDO ESTAVA ME DIRIGINDO AO ESTACIONAMENTO, me deparei com Billy encostado no carro, mas diferente das outras vezes ele não parecia estar nada bem. Tinha um dos seus braços apoiados no teto do carro e a estava cabisbaixo, o mesmo resmungava algumas palavras impossíveis de se compreender.
Ajeito a mochila nas minhas costas, não acreditando que iria fazer aquilo.
– Billy? — chamo sua atenção, e ele levanta um pouco a cabeça — Está tudo bem?
Não, eu não sei o que estava fazendo. Agindo com impulso e tamanha burrice, era isso. Porque não havia cabimento eu agir com preocupação, com alguém que claramente não se importava comigo.
Não mais.
O ouço respirar fundo, e em seguida ele começou a acenar com a cabeça, como se estivesse negando algo. Dou mais um passo, me aproximando do loiro e toquei no seu ombro.
— Billy, o que você tem?
O mesmo se virou e pegou no meu braço, grosseiramente. Mas, diferente da outra vez, eu não abaixei a cabeça e mantive meu olhar fixo no mesmo.
— Sabe o que eu tenho, Moore? Sabe? — soltou uma risada debochada, em seguida passou a língua entre os lábios — O que você veio fazer aqui? Hein? Veio fazer a minha vida um inferno, mais do que já fez?
As veias no seu pescoço estavam exaltadas, eu conseguia sentir dor nas suas palavras, seus lábios estavam trêmulos e ele tinha um olhar furioso, recheado de ódio. Eu nunca o vi me olhar dessa maneira, exceto naquela noite.
Aliás, esse olhar dele se tornou comum pra mim. Ele não me olhava com outros olhos.
— Está me machucando — engulo seco, olhando para o meu braço.
— Eu não me importo, sabe porquê, Moore? — um sorriso psicótico brota em seus lábios, e ele me olha friamente — Porque você também não se importou em me machucar.
Seus dedos apertaram ainda mais meu braço, me fazendo grunhir de dor. Minha reação foi instantânea, meu joelho direito se levantou e eu o forcei contra suas partes íntimas, assim fazendo o mesmo me soltar e se encostar no carro, resmungando de dor.
– Você não entende, nunca vai entender. — Minha voz estava falha, mas eu não perdia a postura enquanto apontava meu indicador para sua face. – Pare de agir como um garotinho revoltado, e seja um homem. Não um covarde. — Digo entre dentes.
As palavras saiam dos meus lábios sem pudor algum, eu podia ver a fúria em seus olhos diante de cada palavra minha.
– Eu nunca quis errar com você, Billy. — Digo por fim, lhe dando as costas.
