A infância traumática que Benson passou lhe fez um menino frio e amargurado, crescendo em meio aos traumas da vida jurou vingança. Ao se tornar um homem perigoso volta a sua cidade para executar todos aqueles que arruinaram sua infância. No meio de...
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Não consigo compreender, já se passaram tantos anos e eu ainda tenho medo. Medo de tudo, da forma como ele amarra meus punhos me deixando superior ao chão e soca minha barriga com força. As palavras ainda são vivas em minha memória: "-Cada soco serve para você virar homem Benson! Papai está educando você filho!" Meu abdome por dentro queima como se fosse se consumir por um fogo destruidor, sinto náuseas e muito das vezes faço minhas necessidades na roupa mesmo, ganho um castigo pior por tanta fraqueza, é nessa hora que eu mais grito. Os alicates são colocados em meus dedos e ele me choca me fazendo tremer como uma máquina com defeito. Ao final da sua tortura que segundo ele é uma correção, me desamarra me deixando como um verme no chão frio, foi tantas noites que passei ali que não sou capaz de contar, pois com certeza é mais fácil lembrar a raiz quadrada de 65.205.
_ Erika!
Ouço sua voz e fico apavorado. No sótão onde me abrigo não tem espaço para me esconder, nesse lugar escuro que só entra claridade na manhã, tem um armário cinza caindo aos pedaços e um colchonete velho, o mesmo que me abriga durante a noite. Corro ficando ao lado do armário encolhido.
_ Cadê aquele lixo do Benson?
Engulho em seco, aposto que seu dia foi uma uma droga e ele quer descontar suas frustrações em mim.
_ No lugar que ele sempre está, naquele ninho de ratos!
_ BENSON!
Grita, minha respiração vem a ficar sôfrega.
_ Anda filhinho, você vai fazer um parada pra mim.
Seus passos são cada vez mais evidente. Amedrontado meus dentes não param de ranger.
_ Estou com uma lanterna filho, você sabe que vou encontrar você né?
Escondo minha cabeça em meus joelhos como se pudesse desaparecer.
_ Hehehe...
Ao ressoar por todo o ambiente, sua voz diabólica entra em meu corpo fazendo cada célula de dentro de mim brigarem entre si, me causando uma grande dor por antecipação. O suor recair da minha cabeça e escorre por todo meu rosto.
_ Falei que te acharia filhinho.
Tampo meus olhos pela claridade que os atinge, sua mão grande toma meu pulso para si e ele me puxa, desce os degraus da escada sem nenhum cuidado me fazendo cambalear assim que meus pés atinge o chão.
_ Vai lá no Nando e vai entregar essas paradas aqui.
Ainda sem olhar nos seus olhos levanto um pouco meu olhar para a bolsa que ele estende em minha direção.
_ Vai no pé e volta no outro em moleque!
Pego a bolsa ainda de cabeça baixa, passo por ele recebendo um leve tapa na nuca. Saio de casa andando um bom tempo até chegar na área do Nando, o avisto em uma boca de fumo. Me aproximo.