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| CAPÍTULO UM |
Os gritos ao meu redor deixa tudo ainda com mais adrenalina.
Todo o meu corpo entra em ação, tenho o que posso dizer, sentidos aguçados. Tudo fica ainda melhor.
Não estou aqui para receber nada em troca assim que eu nocautear o meu adversário.
Estar em um lugar cheio de homens com fúria e loucos para dar uma surra em qualquer um que subir no ringue improvisado de um galpão totalmente longe da cidade, era o meu jeito de lidar com a dor.
Dor. Que grande merda era falar sobre isso.
O que é a dor?
Segundo a merda de uma pesquisa a dor é: a sensação penosa, desagradável, produzida pela excitação de terminações nervosas sensíveis a esses estímulos, e classificada de acordo com o seu lugar, tipo, intensidade, periodicidade, difusão e caráter.
Entretanto minha dor era outra. A dor que quase todos sentimos uma ou até mesmo várias vezes na vida:
A dor de perder alguém.
Dói como o inferno, rasga tudo que ainda está vivo dentro de mim. Meu coração já não bate mais, não como antes.
Quebrado. Eu era a porra de um homem quebrado.
Não fazia mais sentido, nada, muito menos a vida.
Eu tentei sobreviver por ele, eu tentei. Mas viver sempre com as lembranças era um desafio o qual eu já não sentia mais vontade de tentar.
Há meses eu venho em um clube de lutas clandestinas, e é aqui que eu venho todas as noites em busca de alívio para minha dor, e sempre vou embora totalmente frustrado por não conseguir o que vim buscar.
Hoje não era diferente. Eu precisava socar alguém.
O cara em minha frente sorria enquanto me fazia uma ameaça com as suas mãos, achando que aquele simples gesto fosse me fazer recuar.
— Tá vendo aquele belezinha bem ali — ele apontou, mas em nenhum momento desviei minha atenção —Assim que eu te derrubar vou colocá-la em minha moto e a levar para um lugar um pouco mais afastado daqui e fode-la como nunca na vida. E quem vai escutar seus gritos quando isso acontecer, é isso mesmo, ninguém — riu com seus dentes amarelados — Eu a achei andando na rua, sozinha. A paguei e a coloquei contra sua vontade sobre minha moto, enquanto ela gritava eu e meus amigos apenas riamos. Então vamos acabar logo com isso.
Ao despejar suas palavras podres, o homem vem em minha direção com fúria tentando me acertar com o seu primeiro golpe. Desviei e o vi cambaleando para frente, os gritos se tornaram mais altos me deixando com mais adrenalina.
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ADÔNIS » Livro II
RomanceComo você lidaria com o seu passado no qual tenta a todo o custo esquecer ? Bom, Adônis luta com a sua dor, literalmente. Lutas clandestinas, todas as noites, sem receber nada em troca. Entretanto, em uma dessas noites ele conhece alguém que irá e...