| CAPÍTULO BÔNUS |

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Um capítulo mais que especial, mais que emocionante.

Assim como eu, vocês também queriam um capítulo da Kelly, e aqui está.

A pergunta que vocês terão na cabeça no final será: o que Kelly fez !? E isso vocês só saberão no capítulo Dezessete.

Bora chorar mais um pouco ....

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| CAPÍTULO BÔNUS |

KELLY ALMEDRA

Eu sou uma péssima pessoa?

Eu sou uma péssima mãe?

Oh sim, eu sou tudo isso. Trabalhei desde adolescente em uma boate, entreguei minha virgindade por dinheiro, um dinheiro que nem metade ficava para mim.

Eu tive um passado antes disso ? Oh sim, eu tive.

Quando completei 13 anos meu pai morreu. Motivo? A amante dele o matou, pois ele prometeu deixar sua família e viver um amor de contos de fadas com a mesma, mas como todo homem, ele não cumpriu com o que prometeu, e assim foi morto. A amante? Ela pegou 30 anos, pois segundo ela, foi por legítima defesa também.

Depois daquele trágico acidente, minha mãe caiu nas drogas e eu fiquei completamente abandonada. 6 meses depois da morte do meu pai, minha mãe foi assassinada por traficantes, o qual ela roubou.

Ai você me pergunta, você não tem mais familiares Kelly? Kelly é realmente seu nome? Ou é um nome de puta?

Eu tenho familiares, mas eles não se importaram comigo depois que fiquei órfã. E sim, meu nome realmente é Kelly. Kelly Almedra.

Por algum motivo, Maribel apareceu em meu caminho, ela me tirou da vida sofrida de Boston e me levou para Las Vegas. Vendeu minha virgindade por uma nota muito alta, e ali ela me ensinou que eu poderia ganhar dinheiro fácil, era só abrir minhas pernas e minha boca. Usar o corpo ao meu favor.

E foi assim por longos anos, até que eu me apaixonei. Pois é, putas também se apaixonam. Ele era um empresário que costumava vim para a boate todas as sextas e domingos. Ele nunca tinha entrado na calcinha de qualquer puta da boate, apenas assistia as danças eróticas.

Só que tudo mudou quando ele me avistou, quieta em um canto. Se aproximou, deu um sorriso de canto. Foi o bastante para eu me entregar de corpo e alma, literalmente.

Ele me prometeu um futuro, disse que iria me tirar dali. Ah, vamos lá, eu acreditei sim. Inferno, como eu acreditei nessa merda de história.

Já vi muitas histórias de putas que saíram dessa vida por que encontrou realmente alguém que as amava. Por que não comigo, não é mesmo?

Ledo engano. Ele desapareceu depois de 3 meses me prometendo amor eterno e uma vida tranquila, sem ter que fazer nada do que eu não queira. Eu juro por Deus que eu acreditei que seria diferente comigo, que homem que comia uma puta sem camisinha ? Tudo bem que eu me cuidava, na boate Maribel nos fazia fazer exame a cada mês que se passava, mas mesmo assim éramos obrigadas a usar preservativo, tomar remédios e ir ao médico.

Sonhei muito alto, e no final o tombo foi feio. Foi o pior tombo da minha vida. E para completar o meu sofrimento, descobri que estava grávida, semanas depois.

Não, não estou dizendo que ter aquele bebê seria um sofrimento. Seria um sofrimento eu ter aquele bebê nas condições que eu estava. Depois que Maribel descobriu minha gravidez, marcou um horário para mim em uma clínica clandestina, para eu tirar o meu bebê.

Confesso que nos primeiros minutos eu concordei. Mas bastou eu colocar as mãos em minha barriga que senti meu coração acelerar, uma conexão de outro mundo. Eu senti meu bebê, eu escutei o meu bebê. Eu não faria aquilo com ele, um ser tão inocente não merecia isso.

Consegui convencer Maribel, prometi que iria trabalhar feito uma louca, e que o maior dinheiro que eu tirasse em uma noite ficaria para ela. Faria de tudo na boate, e assim ela concordou.

A gravidez em si foi tranquila, mas eu sabia que o meu sofrimento não iria parar quando minha barriga começasse a aparecer. Em um passe de mágicas muitos homens começaram a ter fetiche por mim, pela minha gravidez. Tive que fazer sexo em muitas posições com uma barriga enorme por que eles tinham desejo em foder uma mulher grávida, Maribel aceitou na hora quando muito dinheiro foi colocado em jogo.

Sim, eu continuei abrindo minhas pernas até meu oitavo mês de gestação. E agradeço sim a Deus por não ter acontecido nada com o meu bebê.

Sempre me senti suja, mas a gravidez me fez ficar mais fragilizada, e depois do sexo eu vomitava muito, tanto que eu poderia jurar que meu bebê iria nascer antes do tempo.

E bom, no final do oitavo mês de gestação, Maribel me prometeu que eu pararia com os sexos selvagens que ela me fazia fazer com os clientes. Porém quando um cliente que sempre pagava bem por seco comigo, desde que ele descobriu minha gravidez, ofereceu uma nota preta, um valor tão alto que eu fiquei completamente assustada, e era lógico que Maribel outra vez aceitou.

Naquela noite o homem chegou, me fez tirar minha roupa e me deitar de barriga para cima com as pernas mais apertas que eu poderia ficar. Quando ele entrou em mim, foi horrível. O homem foi tão bruto que eu senti uma sensação mais ruim do que já estava sentindo. Comecei a gritar para ele para e ele parou, quando me levantei da cama senti sangue pelas minhas pernas. Corri para fora do quarto nua gritando por ajuda, fui levada ao hospital e lá descobri que além de eu estar machucada por causa do sexo bruto, meu bebê estava prestes a nascer.

Depois de poucos minutos Cody nasceu, não sabia se seria uma menina ou um menino. Mas mesmo assim seu nome seria Cody.

Graças a Deus meu bebê nasceu saudável e lindo, céus, era o bebê mais lindo do mundo.

Mas durou pouco tempo aquela nossa conexão com um único olhar. Maribel o arrancou de meus braços, disse que eu ficaria dois meses sem o ver, pois o homem não pagou o dinheiro que prometeu, pois ele não tinha nem gozado.

Em poucos segundos que Cody saiu de dentro de mim, ele foi levado.

Quanto sofrimento em uma única vida.

Eu não posso deixar de contar que todos esses momentos, Wendy estava ao meu lado. Temos a mesma idade, e nos conhecemos logo quando cheguei aqui. Foi amizade no primeiro encontro, e sempre um ajudou a outra.

Wendy esteve ao meu lado quando Cody ainda estava longe de mim. Me deu suporte para eu aguentar, chegou a apanhar muitas vezes por me proteger.

Quando enfim Cody voltou aos meus braços, meu menino estava tão diferente. Seus olhos azuis estavam mais claros, os cabelos mais loiros. Cody estava a cara do pai, e me doeu um pouco aquele sentimento de ver ele em meu bebê.

Mas a história mudou completamente quando Wendy me pediu ajuda para fugir. Era óbvio que eu a ajudaria, mas não poderia fazer muito pois eu tinha um bebê de oito meses na casa de uma senhora, a qual eu tinha também como amiga.

E assim aconteceu. Mas minha tragédia não acabou ai, só piorou.

Eu tinha duas opções, fugir e tentar a sorte assim como Wendy. Ou acabar com tudo isso, e como bônus fazer com que meu filho tenha um futuro maravilhoso, coisa que não aconteceu comigo.

E a segunda opção ganhou, e era isso que eu estava prestes a fazer.

Assim como Wendy, Cody merecia um futuro bom. Ela já tinha encontrado seu futuro ao lado de alguém que ela amava, e eu precisava dar isso a ela.

E eu por outro lado já tive muito sofrimento, eu só queria paz.

Meu coração ficou para trás, junto ao meu filho. Eu seria seu anjo da guarda.

Está na hora de levar paz para todos.

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Aaaaaai, Kelly foi eleita por mim mesma a mulher pessoa do mundo. E eu estou triste 🥺😭🤧

Até segunda ;')

Kiss, Carol ;*;*

ADÔNIS » Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora