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| CAPÍTULO VINTE E TRÊS |
Saio do quarto tentando não fazer nenhum barulho, deixei Wendy dormindo. Sabia que ela estava cansada ainda, e depois de gastar o resto da sua energia ela simplesmente dormiu outra vez.
Ainda não conseguia acreditar que tinha um pedacinho de nós dois dentro daquela pequena barriga. Me senti tão ansioso para vê-la crescer com o tempo que tinha vontade apenas de ficar ao seu lado.
Sabia que ainda precisava saber onde ela estava, e o que aconteceu nesses meses que ela ficou distante. Mas deixaríamos isso para outra hora, pois assim que nossos olhares se encontravam ela me dizia por eles que nunca mais iria embora. E eu confio, confio que ela jamais me deixará, me mostrará como será a sensação de ser pai, de ver meu filho nascer e crescer, acompanhado cada desenvolver seu.
Vejo minha mãe na cozinha alimentando o bebê branquelo e carequinha. Cody, esse então é o menino que Wendy daria sua vida também, além do nosso.
Acompanho quando ele deixa de olhar para Afrodite e seus olhos se encontram com os meus. Azuis como o seu, como os meus. Ele então abre um sorriso com os poucos dentes que tem e aponta em minha direção e diz algo que me fez se segurar na parede para não desabar:
— Papa — disse e no mesmo instante minha mãe olha na direção em que ele aponta.
Seus olhos se alargam de surpresa, e ao mesmo tempo se emocionam com as quase palavras que o menino diz.
Não sabia se aquilo significava, foi uma surpresa muito grande vê-lo me chamar de papai, não que fosse ruim era apenas chocante até demais.
Automaticamente eu segui em sua direção, e sem qualquer mais palavras ele estendeu seus bracinhos em minha direção, então eu o peguei. Cody me abraçou pelo pescoço e eu o senti sorrir e fiz o mesmo.
— Oh céus — escuto enfim minha mãe dizer.
Cody se separa de mim e brinca com os piercings espalhados pelo meu rosto.
— E-ele gostou de você — viro rapidamente minha cabeça ao escutar a voz de Wendy.
— Filha, Cody chamou Adônis de papai — Afrodite diz se levantando e seguindo até minha mulher que está parada em frente a porta da cozinha vestida apenas com uma camisa minha, que para ela fica um vestido.
Vejo Wendy arregalar os olhos e abrir a boca mas sem dizer nenhuma palavra.
— Há pouco tempo atrás ele me chamou de mamãe, sem eu ensinar ele. Apenas dizia que eu era sua Wen— ele disse então — Era sim como a mãe dele me chamava, entretanto, ele me escolheu como chamar. Fiquei assustada no começo, mas ao mesmo tempo me senti tão bem. Depois desse dia ele só me chama de mamãe, as vezes até demais. E quando diz ele abre um sorriso lindo, tão lindo que eu me derreto — falou emocionada — Eu já amava Cody, mas quando ele disse suas primeiras palavras eu aprendi o amar de uma forma mais diferente, eu aprendi o amar como mãe. Não me lembro como era ter a sensação de ter o amor de uma mãe, então por isso me senti insegura no começo, mas Cody está me ensinando isso aos poucos, e ele tem paciência — sorriu — Eu o amo como meu filho, assim como eu já amo esse bebê aqui — colocou as mãos sobre a barriga.
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ADÔNIS » Livro II
RomanceComo você lidaria com o seu passado no qual tenta a todo o custo esquecer ? Bom, Adônis luta com a sua dor, literalmente. Lutas clandestinas, todas as noites, sem receber nada em troca. Entretanto, em uma dessas noites ele conhece alguém que irá e...