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| EPÍLOGO |
[SETE MESES DEPOIS]
Eu respirava tão fundo que eu achava que a qualquer momento meu pulmão sairia para fora. Escutava tantas vozes ao meu redor mas a dor não deixava com que eu prestasse atenção em nada.
— Empurra — uma voz mais alta fez com que eu olhasse em sua direção.
Ah sim, era o médico me pedindo para empurrar para que meu bebê saísse. Mas aquele danadinho não queria sair, mesmo eu sentindo uma dor infernal.
Vamos bebê, ajuda a mamãe.
— Não fale assim comigo e nem com o bebê — disse para o médico então — O bebê vai sair quando ele quiser .... aí — disse quando a dor mais forte veio então.
— Encrenca, não fale assim com o médico, ele está tentando ajudar — Adônis diz bem perto do meu ouvido.
— Então ajude ficando quieto e parando de falar pra mim empurrar o bebê — disse bem alto — Já disse que o bebê vai sair, mas no momento dele então para de me deixar mais ansiosa e mais brava — gritei.
Adônis olhou para o médico e deu de ombros. O médico disse algo para os enfermeiros em minha volta e todos se afastaram, ficando em um outro canto da sala.
Olhei para meu lutador e chorei.
— O bebê não quer nascer Adônis, e não vou fazer força dói muito — funguei e apertei sua mão com a dor veio.
Adônis levou outra mão para minha barriga e ali fez carinho, se aproximou e sussurrou.
— Bebê, a mamãe está sentindo muita dor. O que acha de sair aí de dentro para nós vermos se você é uma menininha ou um menininho. E assim receber todo amor que temos para lhe dar? Seu irmãozinho e sua vovó estão do lado de fora ansiosos para te conhecer também, assim como a mamãe e o papai —ele dizia enquanto ainda fazia carinho em minha barriga — Quero muito te conhecer, ver seu rostinho
e dizer o quanto te amo — vi lágrimas em seus olhos— E assim que você nascer vou fazer o quanto quero fazer, é nosso segredo lembra? Nós sempre conversava quando sua mãe dormia roncando, então venha bebê, para eu poder realizar mais um sonho —finalizou.No mesmo momento que ele parou um onda de dor tomou conta de meu corpo, e bastou uma única força para que o médico e os enfermeiros viessem correndo em minha direção, senti quando meu bebê foi tirado de dentro de mim, pois no mesmo segundo me senti vazia.
O choro estridente tomou conta do quarto, e o choro era tão lindo aos meus ouvidos que chorei mais ainda. Eu não me importei com a dor que eu sentia, eu só queria ver meu bebê.
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ADÔNIS » Livro II
RomanceComo você lidaria com o seu passado no qual tenta a todo o custo esquecer ? Bom, Adônis luta com a sua dor, literalmente. Lutas clandestinas, todas as noites, sem receber nada em troca. Entretanto, em uma dessas noites ele conhece alguém que irá e...