Capítulo 17

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Os pinheiros altos e cobertos por uma camada densa de neve passavam como vultos pela janela fechada do carro. Meus dedos estavam trêmulos e eu não gosto de lembrar dos motivos pelos quais eles estão assim. A única coisa que acamalva meu coração naquele momento - não só naquele como em todos desde que apareceu em minha vida - é ele. Ele está tão lindo com os cabelos já crescidos do mesmo jeito quando comecei a me apaixonar pelo mesmo. Mordo o lábio lembrando dos nossos primeiros encontros e como ele me tirava a paciência com o sorriso atrevido, o olhar afiado e os cabelos loiros escuros quase ondulados como agora.

Ele percebe que estou o observando e não me importo dele ver meu sorriso bobo sobre ele. Alex sorri para mim ao mesmo tempo que junta as sobrancelhas se perguntando do porque eu o analisava daquela forma. Sem dizer nada, me aproximo de seu rosto dando três beijos seguidos, dois em sua bochecha e por último, um em seus lábios vendo sua surpresa.

- Qual o motivo desse sorriso bobo e todos esses beijos?

Você, pensei rapidamente, mas não daria a chance de aumentar o seu ego, não agora.

- Estou de bom humor. - me afasto ainda sustentando seu olhar - Está reclamando? - arqueio uma das sobrancelhas.

- Não! Claro que não, continue assim, por favor. - se apressa em responder me fazendo rir baixo voltando a olhar a avenida bem asfaltada - Ei. - me viro e sou surpreendida com outro beijo, sendo dessa vez dado por ele rapidamente para não perder a atenção do volante - Estou feliz por ter vindo. - lança um sorriso dessa vez agradecido.

- Eu também estou. - retribui respirando fundo ao deixar todo o nervosismo para trás.

Não demoramos muito para chegar na casa de campo do pai de Alex. O terreno era maior do que imaginava, um grande gramado verde vivo rodeava a enorme casa rústica com algumas dezenas de árvores em cada canto, um jardim florido na entrada com uma fonte de água clássica no centro. Podíamos ver um pequeno lago na lateral a alguns metros da casa e a alguns quilômetros a praia. Ao ouvir Home tocar na rádio sentia e via no brilho dos seus olhos que ele estava voltando pra sua casa, para perto do seu pai e de alguma forma, da sua mãe e é incrível compartilhar esse momento ao seu lado.

- É incrível. - penso alto admirada com tudo. Meus pais já me levaram para uma casa de campo onde eles passavam o verão com Sarah e era tão grande quanto essa, mas acho que passei tanto tempo me limitante ao meu apartamento e a vista da varanda que qualquer lugar ou coisa diferente dos prédios altos de Nova York ou os cômodos do meu apartamento me surpreendem totalmente.

- Vem, meu pai está louco pra vê-la. - pega em minha mão me levando para dentro da grande casa.

O vão de entrada, a sala de estar, a larga escada e os corredores para os outros cômodos juntos, era com certeza maior que meu apartamento inteiro e deixava tudo mais gradioso com o teto alto e a mobília cara e rústica. Ele me guia pelos corredores largos parando em frente uma porta e a abriu. Era um escritório com uma das paredes cobertas de livros, a outra com uma grande janela de vidro com um deck de madeira externa dando vista para o lago na lateral da casa. Um homem de altura mediana, poucos sentimentos mais alto que Alex com aos mãos atrás do corpo admirando a vista da janela.

O homem usaba um roupão de dormir com um conjunto de pijama azul marinho. A latetal dos cabelos bem cortados é grisalho e quando se virou para nós dois pude ver seu rosto. Ele é lembrava muito Victor, menos os olhos azuis brilhantes como os de Alex, sua expressão é cansada, porém alegre com nossa visita.

- Oi, pai. - Alex se aproxima o abraçando carinhosamente.

- Pensei que não me visistaria mais. Parece que meus próprios filhos não tem mais tempo para seu pobre pai. - diz ao se afastarem fazendo os dois rirem.

Alex Foster Não Presta! Onde histórias criam vida. Descubra agora