Capítulo 12:

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Abro meus olhos com dificuldade, a luz da varanda, apesar da neve, está mais forte que o normal. Me mexo percebendo que eu estava abraçada á alguém, só aí fui perceber que era á Alex. Ele dormia de costas para o sofá e eu dormi em cima do mesmo apoiando a cabeça em seu tórax com minhas duas pernas de cada lado dos seu quadril como um bebê. Levanto minha cabeça apoiando meus braços com cuidado no sofá. Tento sair de cima dele sem acordá-lo, mas segundos depois o vejo abrir seus lindos olhos azuis.

- Dormimos no sofá? - indaga suspirando sonolentamente.

- Sim. - afirmo rapidamente fazendo um coque desajeitado em meu cabelo.

- E onde você dormiu? - me sobressalto com sua pergunta, mas tento agir naturalmente ao responder.

- Em cima de você. - escondo o sorriso.

- Eu dormi pesado essa noite. - declara esfregando os olhos.

- Como uma pedra. - lhe dou sua jaqueta preta que estava jogada no chão em cima do tapete da sala.

- Você é pesada. - se espreguiça ao se sentar, aproveito e jogo um travesseiro em sua direção o fazendo sorrir preguiçosamente. Sigo para a cozinha colocando o pó do café dentro da cafeteira a deixando terminar o trabalho por si própria. Procuro nos armários alguns ingredientes.

- Gosta de panquecas? - dou a volta para atrás do balcão.

- Bastante. - responde se sentando em um dos bancos altos do outro lado ‐ Pensei que íamos até a cafeteria.

- Hoje não, senhor Foster. Hoje, eu vou fazer o café da manhã. - abro um sorriso exibido no rosto.

- Okay, Watters. E o que vai ter, além das panquecas? Eu gosto de mesa cheia. - o encaro com desdém.

- Pra sua sorte, terá panquecas, cereal, café, bolo e... - vou até a geladeira animada - sorvete! - seguro o pote sorridente.

- Sorvete? No café da manhã? - solta uma risada.

- Eu gosto de sorvete pela manhã. - digo orgulhosa.

- Estamos no inverno. - declara.

- Não me diga! Sério? Nem tinha percebido. ‐ ambos sorríamos até eu terminar de fazer as panquecas e a cafeteira apita avisando que o café estava pronto. Ajeito as coisas em cima do balcão que era bem grande e espaçoso me sentando ao seu lado em um dos bancos começando a comer. Quando vejo dar a primeira mordida nas panquecas espero sua resposta ansiosamente.

- E aí? Está boa?

- Está ótima! - abro um sorriso.

- Eu sei. - zombo começando a comer um pouco do sorvete.

- Meu apartamento ficou pronto. - o encaro surpresa.

- Sério? Quando você se muda?

- Você é uma ótima amiga, sabia? - ironiza.

- Own, obrigada. - brinco nos fazendo rir mais uma vez. É incrível a nossa capacidade de fazer tudo ficar mais divertido quando estamos juntos. Alex me observa por alguns segundos em meio as risadas. Me lembro de olhá-lo da mesma forma na cafeteria há alguns meses atrás.

- O que foi?

- Você está diferente.

- Diferente, como? - pergunto hesitante. Eu estava me tornando a pessoa que eu era antes de toda a tragédia em minha vida acontecer, ao menos voltando a me tornar a pessoa saudável e mais viva como eu era e se Alex não conseguir acompanhar todo esse meu processo e não aprovar, vou ter que admitir que ele tem sérios problemas por se atrair por garotas depressivas e problemáticas.

Alex Foster Não Presta! Onde histórias criam vida. Descubra agora