Alex Foster Não Presta!

Capítulo 21

— Está bom? — indago, recebendo um sorriso largo e melado de chocolate em resposta — Isso deve ser um sim. — Dou de ombros satisfeita, sabendo que minhas panquecas estão boas.

— Tia Mad, podemos sair hoje? — observo Charlie pegar mais um pedaço com o indicador e o polegar esmagando a massa entre os dedos levando até a boca.

Penso em algum bom lugar em Oslo – que eu conheço, é claro – que distraia uma criança por algumas horas. Talvez Victor ou Alex, que são os que mais saíam de casa, pudessem dar alguma sugestão.

— Na verdade, podemos sair hoje, é claro. — limpo o balcão, livrando o mármore escuro do chocolate e da farinha de trigo que eu, desastrada que sou, havia deixado derramar enquanto misturava os ingredientes da receita — O que me diz de um cinema?

— Mas titia, o filme não vai estar em "noruguês"? — franze o nariz em minha direção.

— Você quis dizer noruEguês, certo? — ele diz que sim rindo de sim mesmo. — Você tem razão, os filmes não estarão no nosso idioma. — suspiro pensando em algo que possamos fazer — Victor deve saber de um lugar legal pra irmos. Vou perguntar à ele.

— Terminei! — levanta os braços em vitória chupando os dedos — Posso brincar no jardim?

— Pode, mas cuidado, fique longe da piscina, está me ouvindo? — seguro seu tronco com as duas mãos o tirando do banco alto para o chão. Após ouví-lo confirmar, e vestir um casaco nele, o vejo sumir da cozinha animado. Após limpar a cozinha e lavar toda a louça, ando em direção ao corredor do escritório onde Sarah, Victor e Alex trabalham desde que acordei.

A porta está entreaberta, me encosto no batente cruzando os braços observando minha irmã observar com cuidado o desenho da planta que cobria toda a grande mesa no centro do cômodo. Victor digitava algo no notebook em seu colo sentado na poltrona espaçosa ao fundo. E Alex desenhava algo na escrivaninha ao lado de costas para os outros.

Sarah nota minha presença abrindo um sorriso em minha direção. Ela estende sua mão me chamando para me aproximar, e eu o faço.

— Não quero atrapalhar vocês. — murmuro discretamente quando a mesma passa seu braço por trás de minhas costas em um abraço de lado.

— Que isso? Você não atrapalha em nada. — me repreende sorrindo.

— O que estão fazendo agora? — indago curiosa traçando a ponta de meus dedos pelas linhas imprimidas da planta. Ela vai até o outro lado da mesa.

— Esta é a planta atual da filial, temos que mudar tudo isso. — aponta para a área ocupada no papel — Deixando mais espaçoso, moderno, ecológico... — deu de ombros abraçando a si mesma por final.

— Estamos preparando alguns esboços da segunda parte do local. — Alex se aproxima beijando minha têmpora com carinho colocando os papéis que desenhava sob a planta — Está mais difícil do que pensávamos.

— Noruegueses são mais rígidos que canadenses. — Sarah suspira. Ainda não passa das dez e todos já pareciam cansados e entendiados com tudo aquilo.

— Eles querem tudo mais ecológico e moderno. Noruegueses se preocupam muito com o meio ambiente. — Victor comenta. Percebo uma porção de ironia na sua fala.

— Agora que está na moda ser ecológico. — Sarah continua com desdém.

— Vão mexer nessa parte também? — aponto para o que parecia ser a calçada do prédio. Eles concordam.

— Precisamos fazer algo mais prático, não são só os funcionários e clientes que passarão por aqui. — Alex vai até Sarah observando pelo mesmo ângulo que a mesma. Os dois tentavam encontrar uma solução.