Capítulo 24

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Acordo com a voz de Rose ecoando a minha mente. Minhas costas latejam pelo choque contra o piso de madeira da minha sala. Meu corpo inteiro dói, e se levantasse minhas pernas não aguentariam. Ergo meus olhos para o cara preocupado agachado ao meu lado.

— Não! — grito em desespero me afastando do seu toque — Sai de perto de mim, sai! — me agarro à Rose que me tocava assustada com minha reação — Você não é real! Você não é real! — elevo a voz sentindo minha garganta arder.

— Mad...— grito novamente ouvindo sua voz grave me chamar. Tudo está uma bagunça, minha mente está uma bagunça. Eu só quero despertar desse pesadelo ruim.

— Olha, é melhor você vir outra hora. — Rose comenta me abraçando, perdida e confusa com a situação em que se comprometera — Não foi uma boa idéia. — sinto passos se distanciarem, e logo a porta ser aberta, mas ninguém sai. Me deparo com alguém entrando.

— Madelane? — Alex adentra o apartamento. Limpo algumas lágrimas com as mãos trêmulas conseguindo forças para ir até seu corpo que já se aproximava — O que está acontecendo? — sinto suas mãos em minhas bochechas me levando para perto de si — Quem é ele? — encara alguém atrás de mim — Espera, eu conheço você.

Não é um sonho, digo relutantemente em pensamento.

Repiro fundo fechando meus olhos lentamente tentando, ao menos, raciocinar direito. Eu precisava de respostas, precisava de uma explicação para o que estava acontecendo. E após tantos meses me destruindo com a ausência e o luto já que as únicas pessoas que me protegiam e me faziam depende não estavam mais ali comigo, eu percebi que, antes de amar e proteger alguém, eu precisava aprender a me amar e me proteger sozinha.

Eu posso fazer isso. Eu posso encarar meu passado. Porque eu superei toda a dor e tristeza que pertenciam a mim.

— Eric.

Murmuro para Alex o fazendo me observar confuso. Ele ainda acariciava minhas bochechas úmidas.

— Ele é o Eric. — continuo com certa dificuldade. Se era difícil pensar em aceitar que algo assim estava acontecendo, dizer em voz alta era mil vezes mais confuso.

Alex o encara mais uma vez e logo volta para mim totalmente surpreso paralisado. Levo minhas mãos até as suas as afastando de meu rosto. Me viro encontrando os olhos castanhos que tanto não parava de sonhar alguns meses atrás. Seu cabelo estava maior e como sempre desde a última vez que o vi, sua barba estava nem feita.

Sentia como se ele tivesse saído de onde estava e se teletransportado para minha sala de repente, pois não se movia ou abria a boca para dizer algo. Ele apenas me encarava com certo brilho nos olhos e tristesa no pequeno sorriso nos lábios a medida que me aproximava.

— Oi, Mad. — murmura para mim assim que paro a sua frente.

— Você...como? — tento dizer, porém felizmente, ele sabia que precisava se explicar.

— É melhor deixarmos...eles conversare. — Rose nos chama a atenção observando Alex apreensiva e logo para mim — Carrie deve estar esperando todos. — vai se afastando até a porta.

Alex me observa seriamente como se esperasse a minha permissão e se tivesse realmente certeza. Apesar de querer ele ao meu lado nesse momento, preciso fazer isso sozinha. Confirmo em um aceno quase imperceptível o fazendo sair da sala logo atrás de Rose.

— Eric. — digo sentindo meu peito doer ao dizer o nome. Nos sentamos quase ao mesmo tempo em frente um do outro — Há mais de um ano e meio...você morreu em um ataque terrorista com bombas de gás perto do hotel que estava hospedado. — começo revendo todas as cenas do dia em que soube de tudo — Eu vi a notícia dos lugares que forma destruídos...o seu hotel estava na lista e, eu recebi a ligação dos seus pais avisando que você não tinha sobrevivido. — desvio meu olhar de algum canto da sala o erguendo para seus olhos escuros. — Sua mãe me ligou chorando dizendo que você tinha morrido, Eric.

Alex Foster Não Presta! Onde histórias criam vida. Descubra agora