Capítulo 3

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- Tia Mad! - o garotinho de cabelos loiros e olhos estremamentes azuis ‐ iguais os da mãe - aparece acenando agitado pela janela do carro.

- Você trouxe o Charlie? - indago surpresa para Sarah. Eu não o esperava encontrá-lo após tantos meses sem manter contato.

- Ele está com saudades, quase implorou para buscá-la. - riu em frente o volante.

- Oi, Charlie. - sou surpreendida com seu abraço de urso ao entrar no banco de trás do carro.

- Abraço de urso, abraço de urso! - diz apertando minha cintura.

- Eu também, Charlie. - retribuo na mesma intensidade com o maior carinho que posso dar no momento.

Aquele abraço de urso pode curar qualquer ferida não cicatrizada.

- Você vai ficar com a gente? - vejo o olhar de Sarah pelo espelho do carro, parecia estar interessada no assunto - Diz que vai, por favor!

- Desculpa, Charlie. Mas eu vou ficar em meu apartamento. - falo acariciando seus fios dourados. Meu coração se aperta ao ver seus olhos brilhantes decepcionados com minha decisão.

- Eu cuido de você. - o pequeno, insistiu.

- Você pode ficar com a gente, se quiser. - Sarah se manifesta. Ela continua insistindo com a idéia de me socializar novamente com a família, com o que sobrou dela.

- Eu irei me sentir melhor em casa. - Charlie abaixa a cabeça tristemente - Mas, não se preocupe, a partir de agora, vou te visitar todos os finais de semana. - se alegra dando pequenos pulinhos no banco de couro.

Não posso resistir aos seus pedidos. Golpe baixo, Sarah Waltters.

- Legal! Eu posso ir na sua casa também? - pede, segurando minhas mãos com seus pequenos e gordos dedos.

- Claro que pode. - aperto de leve suas bochechas.

Eu não queria me aproximar de ninguém. A única coisa que desejo é a solidão por completo, por mais que fosse difícil. Mas eu tinha uma exceção e, o nome dela se chama Charlie. Pensei nele essas semanas. Se fosse para me reaproximar de alguém, seria ele. Somente dele. Não irei decepcioná-lo, Charlie, penso enquanto ele apóia a cabeça em minhas pernas.

°•°•°•°•°•°•°

- Chegamos. - Sarah avisa ao parar o carro em frente meu prédio.

- Obrigado. Tchau, ursinho. - lhe dou um beijo na testa.

- Tchau, tia Mad. - me encheu de beijos por todo o rosto.

- Tem certeza que não quer ficar conosco? - propõe antes que eu saia do carro.

- Absoluta. - aceno me despedindo chamando a atenção de Xavier, o porteiro baixinho e gorducho do meu prédio. Assim que percebe meu pé enfaichado, se apressa ao levantar da cadeira giratória de trás do balcão de mármore.

- Estou indo, senhorita. - peço para me ajudar com meu pé - Sempre aprontando, não é mesmo, senhorita Watters. - sorrio com seu comentário.

- Pois é, Xavier. - digo subindo com dificuldade as poucas escadas que davam para a recepção.

Já dentro, me deparo com uma mulher de no máximo 40 anos. Ela possuía uma aparência muito jovem para sua idade, apesar de algumas marcas de expressoes. Usava um vestido branco apertado que ressaltava suas curvas e uns saltos nudes magníficos. Seu cabelo tem naturalmente um tom de dourado com alguns fios brancos.

Alex Foster Não Presta! Onde histórias criam vida. Descubra agora