Acordo um pouco tonta em minha cama. Não lembro de como parei nela, o que me faz pensar que Alex nunca bateu em minha porta e nem corri atrás do mesmo pelo corredor do nosso andar. Quando o alívio começa a percorrer meu corpo por tudo ter sido apenas um sonho, ouço sua voz da sala. Me levanto relutantemente indo devagar até a porta do meu quarto mostrando apenas metade de meu rosto para ver o que estava estava fazendo enquanto dormia. Alex andava tranquilamente de um lado para o outro com seu telefone próximo ao rosto conversando com alguém sem perceber minha presença.
- Não vou poder ir hoje. - avisa a alguém do outro lado da linha - Depois explico. - se despede desligando o celular.
- Não foi trabalhar hoje? - enfim, digo esfregando meus olhos sem conseguir disfarçar a voz rouca.
- Ah, você acordou. - se vira para mim - Não, não fui. - põe suas mãos nos bolsos do casaco.
- Não devia ter feito isso. - coloco uma das mãos na cabeça sentindo uma imensa enxaqueca. Sento no braço do sofá.
Não acho justo ele perder um dia com o seu pai. Ambos precisam aproveitar o tempo que restam um do outro e, perder um dia disso por minha causa, me faz me sentir mal. Eu não mereço sua atenção, mas não posso dizer isso á ele, prometi à Claire que não iria contar sobre algo tão íntimo de sua vida. Provavelmente, ele se sentiria desconfortável por saber de algo tão pessoal, sendo que faz pouco tempo que nos conhecemos.
- Porque não? - franze a testa expondo um meio sorriso.
- Não pode faltar o trabalho por minha causa. - digo, inventando a desculpa.
- Não tem problema. Victor, meu irmão, pode sobreviver um dia sem mim. - brinca se sentando a minha frente - Você está melhor? - observo sua mão tocando a minha.
- Estou. - respondo com sinceridade - Obrigada. - o encaro com um meio sorriso no rosto. Por mais que ele não tenha ido trabalhar e ter que ficar longe do pai, é bom ter sua companhia e, saber que ele me ajudou essa manhã de uma forma que eu nunca poderia imaginar, me faz lembrar de sensações que há muito tempo guardei ás sete chaves.
Aperto seus dedos que ainda se mantiam em cima dos meus.
- Alex. - o chamo hesitante. Ele me olha esperando que eu continuasse.
- Eu soube do seu pai. - revelo pausadamente torcendo para que sua reação não fosse tão arlamante como imagino.
- Meu pai? - franziu novamente a testa. Concordo com a cabeça.
- Deixa eu adivinhar. Claire contou. - concordo mais uma vez - Óbvio.
- Eu disse que não iria contar a ninguém e, não iria comentar isso com você, porque não acho que eu deveria saber algo tão íntimo e, você tinha que está com seu pai agora e...- me interrompe sorrindo baixo.
- Calma. - com sua mão livre, segurou uma de minhas bochechas - Tudo bem você saber, confio em você. - o encaro nervosa.
Nervosa por estar sentindo por ele algo que eu prometi a mim mesma que não teria por qualquer outra pessoa. Alex me deixa assim, a forma como ele é compreensivo e calmo, como ele sabe lidar com os assuntos tão íntimos e frágeis, principalmente, os dele, é incrivelmente perfeito.
Eu jamais consegui ser assim, nesses momentos, eu sempre me sinto perdida, sem saber o que fazer, totalmente dependente das outras pessoas. A única pessoa que eu aceitava ajuda era de Eric. Ele sempre me protegeu, me ajudou a tomar as decisões, ele me ajudou a ser independente, mesmo sabendo que ele estaria ao meu lado em qualquer situação, o tempo todo. Mas tudo desmoronou com o acidente.
- Meu pai não está na cidade, está na sua casa de campo com minha irmã, Jasmine e, os filhos. Sempre visito ele nos finais de semana, ele iria gostar de você. - sorrio.
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Alex Foster Não Presta!
RomantizmCONCLUÍDO Madelane é uma jovem mulher que se vê perdida no próprio caos, e comparado ao seu apartamento, ela está pior. Quando conhece Alex, o sobrinho de sua nova vizinha, Mad é obrigada a sair da zona de conforto que a mesma havia criado longe de...