Capítulo 25 - FIM

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Entro em meu apartamento exausta. Ainda não havia descansado da viajem e depois de um almoço farto como o de Claire sem contar com as grandes surpresas do dia, eu só desejava um longo banho para tirar o resto do dia dormindo. Porém, meu ex namorado que há poucas horas atrás eu considerava morto, está bem no meio da minha sala acariciando meu gato, Sebastian.

- Ele está tão gordo desde à última vez que o vi. - comenta o trazendo para seu colo.

Compramos Sebastian poucos meses antes de nos mudarmos para cá. Tinha que ter algo para me fazer companhia enquanto ele se mantia longe em suas viajem a trabalho. A companhia daquele gato siamês acima do peso ajudou muito mais do que imaginaria após o trágico acidente.

- Preciso mudar a ração, ele está gordo demais, vai ficar obeso. - me sento ao seu lado acariciando o mesmo. - Igual à dona. - zombo pensando alto.

- Você está linda. - ergo meu olhar para o dele rapidamente. Eric sorria para mim.

É como ver um fantasma, penso silenciosamente.

Eu jamais saberei descrever a sensação, aliás, as várias sensações que tenho quando estou com ele, apenas sei que não é mais a mesma coisa que um ano atrás enquanto eu chorava sentindo sua falta. Eu havia superado o luto que nem ao menos foi necessário, não da minha parte.

- Eric, preciso lhe avisar sobre o último ano sem você por perto. - cruzo os braços me aconchegado no sofá. - Muita coisa mudou.

- Mad, eu sei. - me questiono sobre o quê especificamente ele sabe. Tenha percebido meu comportamento com Alex, talvez. - Olha só pra você. - riu animado - Você era maravilhosa quando a vi pela última vez, e agora, depois de tanto tempo, a Madelane que pensei que fosse impossível melhorar, se superou. Sei que as coisas mudaram, você conseguiu perder o medo, todo o medo que sentia...ah, sinto muito pelos seus pais.

- Está tudo bem, agora. Sinto falta deles, mas tudo está...bem. - digo sentindo em como aquelas palavras reagiram em mim mesma. Eu estou sendo sincera. Pela primeira vez, está tudo realmente bem - Você também mudou.

- Eu viajei por lugares que jamais pensei visitar. - ele ajeitou no sofá parecendo animado para me contar por onde andava todo esse tempo. O conhecendo bem, desconfiei que ele tivesse guardado tudo o que pôde lembrar para me contar em detalhes. Havia esquecido de como éramos amigos íntimos antes de namorarmos.

Pelo visto, essa parte de nós ficou; nossa amizade.

Eric me contou sobre os países em que visitou, obviamente seus pais lhe ajudaram secretamente com as finanças. Contou sobre o trabalho voluntário no Oriente, da dança e do calor do México, da comida apimentada da Índia, até que aprendeu a dançar samba no Brasil.

Por um instante, eu vi outra vez o adolescente sonhador que conheci na biblioteca da faculdade, o garoto que sonhava em viajar o mundo e ajudar as pessoas, se encontrar. Eu tirei isso dele sem propósito quando ficamos juntos.

Então eu sorri para ele.

No final de tudo, Eric "morreu" para me salvar, para salvar nós dois. Para nos dar a chance de nos encontrarmos e nos conhecermos verdadeiramente. Disse isso à ele no final de nossa conversa, e nos abraçamos por um longo tempo, a raiva que senti desaparecendo por inteira.

- Sobre nós...- Ele começou ao desfazermos o gesto.

- Vou ser direta sobre isso. - o intervenho - Eric, entenda. - apoio meus cotovelos nas pernas - Quando descobri que estava apaixonada por você, eu disse a mim mesma e à você: Eu sou sua. - dei de ombros - Eu sempre fui e sempre serei. E quando pensei que estivesse morto, isso não mudou. Parte de mim é sua e ninguém pode tirar isso. - ele faz um pequeno aceno, e de alguma forma, aquilo me aliviou. Sei que ele me entendia. - Há um ano, essa parte foi se esvaindo e, tem outra parte de mim agora que está gritando nesse momento, tentando a todo custo ser sua também, mas essa parte, essa parte...

- É do Alex. - completa tocando minha mão. - Eu te amo, conte comigo pra tudo. - nos olhamos profundamente.

- Também amo você. - digo a verdade - Conte comigo também.

- Agora vá atrás dele. - e por um momento de animação, começamos a rir um para o outro. Nos abraçamos, e eu fui. - Espere um pouco.

Parei quando toquei a maçaneta.

- Serbastian pode passar uns dias comigo na casa dos meus pais? Ele é meu também. - disse brincalhão.

- Pode. Guarda compartilhada, então. Mas não o traga na segunda. - O respondo abrindo a porta. - E não sequestre nosso gato! - grito já no corredor apressando o passo até o estacionamento. Peguei o primeiro táxi que consegui e avisei que se fosse o mais rápido possível.

Bato repetidas vezes na porta do apartamento de Alex sentindo o ar faltar. O elevador estava quebrado, então minha única opção foi as longas escadas. No momento eu estou com um ódio intranssidivel por seu apartamento e um pouco por ele por ser uma criança mimada e dramática, as vezes.

- Mad? - se surpreende assim que abre a porta.

Antes que pudesse dizer mais alguma bobagem, me jogo em seus braços colando brevemente nossos lábios e não pensando em nos desgrudar com tanta rapidez. O empurro pelos ombros alguns passos para trás fechando a porta com o pé. Suas mãos envolvem minha cintura, mas as afasto retirando sua camisa.

Acho que ele entendeu o recado.

Pegou minhas pernas me carregando até o quarto com rapidez por seu corredor espaçoso. Logo, nossas roupas estavam largadas pelo chão, sua colcha de cama revirada, eu só pude apreciar sua pele na minha, sua boca na minha, nossas mãos fazendo contato em intervalos de tempo quando não estavam traçando caminhos por nossos corpos. Com toda certeza, podemos dizer com firmeza:

Finalmente.

- Podemos ficar aqui por mais algumas horas? - diz após beijar meu pescoço enquanto suas mãos acariciavam minha cintura.

- Ficamos aqui pra sempre. Eu não me importaria. - retruco o fazendo sorrir para mim. - Você ganhou, Foster. - toco seu rosto suado. Sorrio quando percebo tê-lo deixado confuso. - Passou por todos os níveis para conquistar a sua vizinha temporária.

- A mesma que odeia homens teimosos? - rimos alto. - Tenho quase certeza que ela pode me trancar em meu apartamento e me torturar. - brincou.

- Está gostando de ser torturado, Alex Foster? - mudo nossas posições ficando por cima de seu corpo.

- Me torture eternamente, Madelane Watters. - me beija - Eu amo você.

- Eu amo você, Alex.

E tudo estava realmente, completamente bem.

FIM

Alex Foster Não Presta! Onde histórias criam vida. Descubra agora