Por: Tatiana Castro
"Às vezes eu sinto que não tenho um companheiro
Às vezes eu sinto como se fosse meu único amigo
É a cidade em que vivo, a cidade dos anjos[...]
Eu dirijo em suas ruas,
pois ela é minha companhia
Eu ando pelas suas colinas
pois ela sabe quem eu sou
Ela vê minhas boas ações e ela me beija com o vento
Eu nunca me preocupo, isso é uma mentira
Eu não quero mais me sentir como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo, me leve até o fim [...]
É difícil de acreditar
Que não há ninguém lá fora
É difícil acreditar que eu estou sozinho
Pelo menos eu tenho o seu amor,
a cidade que me ama
Sozinho como eu estou,
juntos nós choramos
Eu não quero mais me sentir como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo, me leve até o fim [...]
(Debaixo da ponte do centro da cidade)
É onde eu derramei um pouco de sangue [...]
Eu não me cansava [...]
Esqueci do meu amor [...]
Eu entreguei minha vida, sim, sim, sim".
(Red Hot Chili Peppers, 1991. in: Under The Bridge - álbum Blood Sugar Sex Magik)
Kira Krovopuskov
As devidas providências são preparadas para recepcionar-me no departamento de investigações de Moscou. Já com a lua firme no céu estrelado adentro em um edifício sóbrio sem identificação na fachada, em cumprimento ao acordo costurado por Nikolai com o chefe interino da instituição governamental.
Assim como o esperado, minha aparição, cercada por guarda-costas da Fortaleza chama atenção. Uma dúzia do que poderiam ser clones de Irina e Vladmir estão atarefados em suas baias de trabalho em um grande pavilhão. Os mesmos uniformes e cortes de cabelo que os dois possuíam um pouco antes de explodirem-se em um prédio similar são replicados a exaustão nos burocratas do governo russo. Contudo, apenas identifico poucos seres noturnos e alguns lobos entre eles. Seriam súditos de meu pai, como o casal que me confiou a caderneta com os segredos do poder acumulado pelo líder do clã?
— Obrigada por comparecer prontamente ao nosso chamado – sou saldada por um distinto senhor, com seus cabelos loiros mesclados com os brancos da idade ou adquiridos pelo peso do dever vindo com a alta patente. — Estamos em alerta e o chefe interino não pode ausentar-se da sede.
— É meu prazer ser útil ao meu país – minto descaradamente, enquanto sou levada a uma ampla sala reservada.
Oriento os meus seguranças particulares a ficarem a postos no corredor do lado de fora do escritório, enquanto aguardo sozinha que o chefe interino dê as caras. Ainda não sei em quem posso confiar na Fortaleza depois de encontrar aquele covil hostil. Será que meus seguranças são leais a mim ou ao tal Ed? Nessa altura tudo é possível.
O escritório é tão estéril quanto o grande salão. Na parede oposta à porta há algumas prateleiras de madeira com linhas retas atrás de uma escrivaninha igualmente tediosas, mas perfeitas para ocultar câmeras e microfones. Tenho que ficar alerta e não comprometer-me ou a ninguém. Evito essa parte da sala e acomodo-me na grande mesa de reuniões próxima a porta.
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A Fortaleza Vermelha
VampireTrês criaturas distintas habitando a Europa e agindo discretamente entre os humanos. Tudo estava em equilíbrio, até que um atentado terrorista faz com que as histórias estejam conectadas tão intimamente que, demônio, vampira e lobisomem terão que lu...