Capítulo 26 - Invasores da Madrugada

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Por: Tatiana Castro

"[...] a evidência de que uma guerra se iniciou

Muitos guerreiros nórdicos, suas espadas e escudos brilham ao sol

Corram às armas defendam-se, preparem-se para resistir e lutar por suas vidas

O dia do julgamento chegou então prepare-se, não corra, defenda sua terra

Eles estão vindo do mar

Eles estão vindo, o inimigo

Sobre o sol brilhante

A batalha tem de ser vencida

Invasores pilhando

Invasores saqueando

Coloquem fogo nos campos alertem os outros homens do interior

O aviso deve ser dado, não existem homens suficientes aqui para resistir

Os vikings são muitos, muito poderosos para nós sozinhos os enfrentarmos

Nós temos de ter reforços, nós não podemos lutar esta batalha sozinhos

Eles estão vindo das colinas

Eles estão vindo para atacar

Eles estão vindo para a matança

Não existe como voltar

Invasores lutando

Invasores saqueando

Machados trituram e clavas se chocam enquanto guerreiros feridos caem ao chão

Membros decepados e cadáveres sangrentos feridos fatalmente por todos os lados

O cheiro de morte e carne queimada, a batalha caminha para o fim

Os saxões foram derrotados pelos poderosos homens do norte

Melhor se separarem e correrem

A batalha foi perdida e não vencida

Vocês devem fugir

para lutar um outro dia

Invasores estuprando

Invasores saqueando".

(Iron Maiden, 1982. in: Invaders - álbum The Number of the Beast)

Kira Krovopuskov

Presenciar um humano em um surto de raiva é entediante. Um imortal preso em um corpo mortal sofrendo um ataque de raiva não é menos patético, contudo, se acrescentar um lobo como expectador, a mistura pode levar a uma catástrofe.

Mais uma vez vejo-me envolta em baba e pelos, pois Wolf, instintivamente, se transformou em seu alter ego bestial ao ser confrontado com a invasão do quarto e as acusações de Ignestans.

— Não me darei ao trabalho de separar vocês novamente – cubro minha nudez com um hobby de seda dourada, providencialmente, esquecido ao lado da cama – Querem se matar? Pois vão em frente.

Abandono à balbúrdia e refugio-me no enorme banheiro, que a poucas horas foi palco da minha luxúria. Refresco meu rosto e pescoço na torneira ornamentada com intricados entalhes rococós combinando com a imensa pia de mármore negro.

O silêncio pesado emana do quarto. Esse é um bom sinal? Não estou nem um pouco disposta a descobrir, mas quem seria aquela criatura com graves ferimentos em companhia de Ignestans? Seu semblante não aparenta ter vindo à Fortaleza Vermelha de bom grado.

A Fortaleza VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora