E Foi No Morro Que Aconteceu - Continuação- II Parte

Capítulo 239

Médico - com licença, vocês são os parentes do senhor - nos soltamos e ele olhava na prancheta- Caíque Guimarães ? - perguntou e meu coração acelerou
Iza - sim, sou a irmã dele, como ele está doutor ? -levantou enxugando as lágrimas, a cara do médico não era a melhor
Médico - bom senhora... O estado dele é grave, é muito arriscado, ele já passou por duas cirurgias, está com duas balas alojadas, uma próxima ao coração e uma da coluna vertebral, é uma cirurgia arriscada senhora - a Ali chegou na mesma hora - mas só temos essa opção de salva- lo, arriscando, mas não posso te dar certeza de sucesso, infelizmente, eu como profissional farei de tudo para obter o sucesso é a vida de seu irmão, mas infelizmente tenho que dizer que as chances são mínimas - ela chorou, o C3 foi até ela e abraçou, os caras que estavam com a gente pareciam não acreditar nas palavras do médico, todo mundo ficou pasmo, dava pra ver que o Coringa era como um irmão pra eles
Iza - salva ele doutor, faz de tudo, por favor - chorava e o médico passou a mão em seus cabelos
Médico - farei sim, te dou a minha palavra, sei que não está sendo fácil - respirou fundo - agora preciso que assine uns termos sabendo dos riscos que ele corre, acho isso uma banalidade, mas são regras do hospital -ela assentiu - e seu irmão precisa de mais sangue, ele perdeu muito, só podemos realizar a cirurgia se estiver no com a taxa de hemoglobina dentro do padrão, nosso hemocentro não tem o suficiente para o tipo sanguíneo dele -falava preocupado
Gabs - com licença -levantei - qual é o tipo sanguíneo dele doutor ? - ele me olhou
Médico - O - o mais complicado de ser achar - eu dei um suspiro aliviada
Gabs - eu posso doar, sou compatível - ele me deu um sorriso e a Iza me abraçou
Médico - Que maravilha, vamos agora mesmo, mas antes você tem que se alimentar certo ? - assenti, a Iza cuidou dos papéis, eu comi ligeiro o que a Ali trouxe, bebi uns 5 copos de águas, fiz uns exames pra ver se a minha hemoglobina estava normal e fui doar, minha vontade era de ir vê-lo, mas primeiro fui atrás de fazer o que era certo. Fiquei lá por bastante tempo, até depois de doar, tinha que comer e ficar em repouso.
Gabs - enfermeira - ela veio sorrindo - pode me fazer um enorme favor?
Enfermeira - qual seria esse favor ?
Gabs - eu preciso vê-lo, preciso muito, juro que vai ser rápido e que eu não conto pra ninguém, por favor - implorei já com lágrimas nos olhos e ela me olhou com cara de pena
Enfermeira -ai meu Deus... Eu não posso - as lágrimas escorreram - tá, nós vamos, mas por favor, não comente com ninguém, custa o meu emprego - eu assenti, ela me levantou da cadeira, estava um pouco tonta, então ela disse pro outro enfermeiro que iria me levar até o refeitório, saímos de vagar, fomos entrando em vários corredores, até chegar na UTI.
Enfermeira - por favor, seja rápida - implorou receosa e eu assenti, entramos e ela me levou no leito onde ele estava - eu não acreditei, aquele não podia ser o meu Coringa, seu rosto estava branquinho, mais do que já era, estava cheio de fios e respirando com aparelhos, todo furado e com bastante curativo, foi inevitável segurar o choro. Só de pensar que ele poderia partir e nos deixar aqui, pior do que já estamos, como é que eu iria continuar sem ele pra me atormentar todas as vezes que eu fosse ver a Iza? Com quem seria os melhores beijos, os melhores abraços, os melhores sorrisos, os momentos... Eu não poderia deixa-lo partir, mas infelizmente não depende de mim.
Gabs - Corin, volta, fica bem, vem ficar com a gente... Por favor - falei chorando baixinho e segurei sua mão que pela primeira vez estava gelada - vem ficar comigo Corin, eu preciso de você aqui - passei mão em seu rosto
Enfermeira - meu bem, temos que ir - disse enxugando as lágrimas e eu sorri de lado e assenti com a cabeça
Gabs - Fica bem logo chato, tô te esperando - dei um beijo em sua bochecha -  eu... eu amo você - sussurrei bem baixinho, e saímos dali, abracei a enfermeira.