[11] Os Sentimentos de Espani

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P.O.V—Espani

Sábados e domingos são dias gloriosos em World High.

Apesar de cada turma ter uma hora de estudo—não percebo porquê, já estudamos todos os dias da semana—não somos separados por continentes e, como somos mais velhos, não temos professores por perto.

Eu preferia não ter que estudar, ao fim-de-semana, mas não há nada a fazer. Afinal, regras são regras.

Talvez por sermos os mais velhos—a maioria da minha turma já completou 18 anos de idade—somos a primeira turma a ter a famosa hora de estudo na biblioteca.

Depois de vestir o uniforme e de me admirar ao espelho, eu dirijo-me na direção da cama da Italy, que continua a dormir ferrada.

—Italy, acorda! Não podemos chegar atrasadas ao pequeno almoço!—berrei eu.

—Mas eu nem sequer tenho fome...—reagiu a ruiva, com uma voz sonolenta.—Acho que vou ficar aqui mais um bocadinho.

—Não podes.—avisei.—Temos que dar o exemplo aos mais novos. Além disso, irias passar uma vergonha em frente ao colégio inteiro! Vamos, levanta-te!

A Italy lá se levantou e eu aconselhei-a a esfregar bem os olhos, não fosse ela adormecer outra vez. Enquanto eu me sentei na borda da minha cama para calçar os meus sapatos, ela foi à casa de banho, provavelmente para lavar os dentes e pentear-se.

—Há alguma altura em que não tenhamos de usar o uniforme do colégio?—ela perguntou, quando regressou da casa de banho.—Na lista de coisas que enviaram aos meus pais, disseram que podíamos trazer uma muda de roupa ou outra.

—Aos domingos não somos obrigados a usá-lo.—informei eu, contente por ajudar a Italy a adaptar-se à vida de um colégio interno.—Aí já podes vestir a roupa que bem te apetecer.

—Ah, já percebi.

Voltei a baixar-me para apertar os atacadores dos meus sapatos, quando a Italy me voltou a chamar:

—Espani?

—Sim?

—Quem era o rapaz que perguntou pela Usa no dia em que cheguei ao colégio?—ela perguntou.

Tentei puxar pela cabeça, lembrando-me de quem poderia ser, mas não fazia a mínima ideia de quem é que ela estava a falar.

—Há muita gente que pergunta por ela, podes ser mais específica?

—Um rapaz baixinho, com uma pele muito branca.—ela começou a descrever, enquanto saíamos porta fora.—Cabelos azuis, com um leve toque de vermelho e os olhos mais bonitos que eu já vi!

—Ah, já sei quem é.—reconheci, admirada por ela não se lembrar da pessoa que se senta ao lado dela nas aulas.—É o France, o representante da França.

—Ele e essa tal Usa são...

Olhei para a Italy, esperando que ela acabasse de dizer a frase, mas a rapariga, por algum motivo, ficou a remoer as palavras. Foi então que eu adivinhei-lhe os pensamentos:

—Namorados? Não, não são. São apenas melhores amigos.

—O que é que sabes sobre ele?—ela perguntou, com um sorriso demasiado aberto nos lábios.

Enquanto descíamos as escadas para o refeitório, eu contei-lhe tudo sobre France e Usa. Também a alimentei com os rumores sobre o rapaz e ela pareceu deliciada ao ouvir cada um deles.

Boa, agora a pessoa com quem partilho o quarto é uma das muitas fãs do France.

Era tudo o que eu precisava agora.

—Deve ser verdade o que dizem.—comentou ela, com os enormes olhos verdes a brilhar.—Quem quer que case com ele, será de certeza a pessoa mais sortuda do mundo! Espani, achas que eu tenho hipóteses com ele?

Se fosse a Japan, uma das minhas amigas mais próximas, eu teria dito exatamente o que pensava, mas como a Italy é nova e parece ser mais frágil, engoli as palavras e simplesmente disse:

—Talvez. Nunca se sabe.

Ela pareceu verdadeiramente feliz com a minha resposta e eu sorri também.

—Ele é muito bonito, não achas?

—Não é feio.—respondi.

—Tenho a certeza de que preferes rapazes como o Tuga.

—Sim, tens razão.

Espera, o quê?!

—Escusas de tentar!—cortou a Italy, antes que eu pudesse dizer alguma coisa.—Vocês parecem os meus pais, eles eram exatamente como vocês!

O QUÊ?!

—Uma história linda de amor e ódio...

—Não sei o que é que estás a querer dizer.—menti, cruzando os braços e culpando o meu corpo por estar a corar.

—Depois não venhas com histórias quando tu e o Tuga se casarem, está bem?—ela piscou-me o olho.

—ITALY!—gritei tão alto, que coloquei metade do refeitório em pé.

Ela riu-se, divertida com a minha raiva.

Será que sou assim tão engraçada quando estou zangada?

—Olha, o teu futuro marido está ali.—ela apontou para a mesa habitual onde nos sentávamos e, ao ver o rapaz de cabelos vermelhos, tive a certeza de que as minhas bochechas fizeram cosplay de tomate.

O Tuga é um idiota, que gosta de me ver irritada. Ele não sente nada por mim nem eu por ele. Todas aquelas provocações não passam de brincadeiras. Ele não está a falar a sério quando diz aquilo.

Está?

Não, Espani, claro que não! É tudo uma brincadeira parva para o entreter! Não te iludas!

Armei o burro e sentei-me entre os meus amigos. Normalmente até costumo conversar bastante, mas hoje não estou com vontade nenhuma.

—Está tudo bem, Espani?—Tuga perguntou.

—E-Está...—eu disse, evitando olhá-lo nos olhos.

Bolas... Porque é que eu tenho uma queda por rapazes com cabelos despenteados?

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Hiya everyone!
  Eu sei que este capítulo foi um pouco curto, mas eu quis trazer as luzes da ribalta para a nossa amada Espani durante uns momentos.
  Vou confessar-vos: não estou habituada a fazer histórias com P.O.V's. Esta é uma das minhas primeiras vezes. Espero que estejam a gostar.
  Para quem não soube, postei uma nova fanfic de BTS (Fanfic mesmo) aqui no Wattpad chamada "Rosa Sangue". Se algum de vocês gostar de BTS, podem passar por lá!
  Já agora, muito obrigada pelas 77 visualizações! <3
Abraços de urso para todos e vemo-nos no próximo capítulo!

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