Representantes do Futuro

[20] Feliz Aniversário, Japan

P.O.V-Hiro

Ao empurrar France para longe de mim, consegui ver um brilho em seus olhos. E também sei perfeitamente que não é nada para além de tristeza, desapontamento.

Eu conheço France. Sei que ele põe uma atitude forte, um sorriso superior e uma cara feia quando está chateado. Eu sei que ele odeia que os seus sentimentos venham à tona e também sei que ele os disfarça com o seu sentido de superioridade.

No entanto, eu também o conheço bem o suficiente para saber que quando magoado, nenhuma dessas armas tem um verdadeiro efeito sobre si. Ele fica desarmado. Vulnerável e completamente entregue às emoções que tanto quer esconder.

Sobretudo quando o causador disso sou eu.

Eu não sou estúpido, ok? Eu tenho perfeita consciência dos efeitos que provoco em France! Eu sei que ele é apaixonado por mim com todas as letras!

E também sei... Que o sentimento é mais do que recíproco...

Mas disso ele não sabe.

Por isso é que fica neste estado. Por isso é que quer chorar neste exato momento.

Por mim. E só por mim.

Não fazia parte das minhas intenções voltar a beijá-lo. Nem hoje, nem naquele dia, nem em dia nenhum. No entanto, eu não fui capaz de resistir aos seus encantos. Ou ele aos meus.

E agora ele está magoado. E mais uma vez, a culpa é minha.

Toda minha.

- Oh!, vocês já aqui estão! Que bom! - felicitou Japan, que entrou na sala acompanhada de Poly, Espani, Italy e até mesmo Chino, que estava com a maior cara de sono.

Pudera, foi acordado à força a meio da madrugada.

- France, correu tudo bem contigo? - questionou Poly, pousando a mão.

- Sim, Poly, aquele projéctil de língua azeda já está trancada a sete chaves na sua torre dos infernos, não te preocupes. - atirou France, num tom de voz carregado de raiva para cima da polaca.

Uh-Oh.

- France..? - Italy chamou o mais baixo, colocando uma das suas mãos finas em cima de um dos seus ombros. - Estás bem?

Vi France levantar ligeiramente a cabeça para olhar Italy nos olhos, pudera, a italiana era mais alta do que ele e depois vi o seu olhar direcionado ao meu, o que fez com que eu arregalasse os olhos em seguida.

Ele não contaria. Contaria?

Não, ele sabia que eu nunca mais me aproximaria dele, sequer lhe dirigia a palavra, se ele fizesse tal coisa, assim como sei que isso é o suficiente para mantê-lo de boca fechada em relação ao nosso "caso". Aqui entre nós, eu sei que amassos que eu e ele damos às escondidas de todos conseguem saciar a sua fome por mim, mesmo que não me consiga ter totalmente por medo.

No entanto, o seu sorriso mostrava desafio. Ou seja, ele estava preparado para fazer qualquer coisa igualmente arisca, sem qualquer medo de me atiçar por estar zangado comigo.

Eu podia ver agora, a mágoa tinha passado e a raiva consumia-o.

- Não se passa nada de importante, docinho. - disse France, estendendo um sorriso rasgado a Italy, que estava tão perdida de amores por ele que nem sequer se apercebeu que aquele sorriso era completamente sínico. - Aliás, eu e o Hiro estávamos apenas a conversar sobre a festa, não era Hiro?

"A conversar com as nossas línguas, só se for", quase respondi para tirar aquela cara de apaixonada do rosto de Italy, mas sem o fazer na realidade.