[18] Apanhados em Flagrante!

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P.O.V—Japan

— Eu não aguento mais!—desabafei com a Espani e com a Cori, no fim das aulas da manhã.

—Problemas com o Chino?—perguntou a Espani.

—Antes fosse...—arfei.—Estou farta de ver o nosso grupo a desfazer-se! Gostava de fazer alguma coisa para juntar toda a gente outra vez, mas não sei o quê!

Espani, que se encontrava de pernas cruzadas sobre a minha cama, apoiou os cotovelos das pernas e a cabeça nas mãos, como se estivesse a pensar nalguma coisa.

—Cori? Tens alguma ideia?—questionei, apercebendo-me de que a minha amiga olhava distraídamente pela janela, como se nem estivesse ali.

—Hã?—A mesma olhou para mim e para Espani como se fossemos de outro planeta.

—O que é que tens?—quis saber a Espani, focando os olhos na coreana, que olhava para nós com um olhar extremamente perdido.—Estás com a cabeça na lua desde manhã!

—Não me digas que esbarraste nalgum rapaz giríssimo e que te apaixonaste à primeira vista!—brinquei, fazendo com que os olhos dela se arregalassem.

—Não sejas parva! Isso só acontece em filmes!—argumentou a Espani.—O amor há primeira vista não existe.

—Existe sim!—ripostei.—Eu apaixonei-me pelo Chino assim que o vi!

—E onde é que isso te levou?

—Enfim!—Quis por fim ao assunto, antes que a Cori pense que escapa ao interrogatório.—O que é que se passa contigo?

—N-nada...—gaguejou ela, num fiozinho de voz.—Eu... Só não quero falar sobre isso agora...

A minha curiosidade implorou de joelhos para que eu insistisse, mas acabei por não o fazer. Procurando mudar de assunto, eu voltei ao tema que nos levou àquela pequena reunião. Debatemos algumas ideias, mas nenhuma foi considerada suficientemente boa e quando demos pelo tempo, estava na hora de voltar às aulas.

Posso dizer, com toda a certeza, que nem eu, nem a Cori absorvemos alguma coisa do que se passara na aula. Eu sei que um bom governante tem que estar bem atento em todas as situações, mas é difícil fazê-lo quando a nossa mente está em todos os lugares menos onde devia estar.

Saí da sala de aula da mesma maneira que entrei: a pensar nalguma coisa que acabasse com aquela tensão toda. A Cori disse que ia para a sala de música, pois a música ajudava-a a colocar as ideias em ordem. Por alguns minutos eu ponderei fazer o mesmo, mas a arte não tem o mesmo efeito em mim. Quando estou com um lápis na mão, eu esqueço-me do mundo e esquecer-me dos meus problemas não é a melhor solução neste momento.

Caminhei sem rumo pelos corredores, alheia a tudo o que estava à minha volta até que cheguei à biblioteca. Ao entrar, admirei as prateleiras cheias de livros como se fosse a primeira vez e deixei que os meus pés se deslocassem pelo chão de madeira do local. Não se ouvia nada para além do leve passar de páginas, viradas pelos alunos que passavam o seu tempo livre a ler.

Ler não é um dos meus passatempos preferidos, porque nunca me entusiasmei com nenhum livro. Já me ofereceram vários, de vários tipos, desde romance a terror, mas nunca me entusiasmei com nenhuma dessas histórias e não posso dizer que alguma vez tenha terminado um livro até ao final; por isso, eu fiquei surpresa quando os meus olhos focaram-se num, que tinha um título do qual eu nunca ouvi falar, mas que me interessou:

          "As Gémeas no Colégio de Santa Clara"

—Esse é um dos meus livro preferidos!—confidenciou a jovem bibliotecária, que passava por ali com mais dois livros da mesma coleção.—Fala sobre duas irmãs que vivem várias aventuras num colégio interno!

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