Prólogo

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Ignorem os erros! ♥️

Paige 

8 anos

O céu sempre foi meu melhor amigo. Poucos dias antes da minha mãe falecer, ela disse que as estrelas foram feitas para nos guiar. Naquele momento eu não acreditei em suas palavras, até porque a imensidão delas tornava difícil identificar aquilo que elas realmente queriam dizer. Mas olhando-as com cuidado, é fácil notar sua mensagem. 

No seu escuro de uma sexta-feira, uma única estrela está brilhando no céu, assim como uma única lágrima escorre pelo meu rosto. Pode ser idiota, mas sei que á minha mãe olhando por mim. Hoje foi seu enterro, depois de tantas tentativas meu pai finalmente conseguiu matá-la. Ele aproveitou que Abel e eu estávamos na escola para ceifar suas vidas, eu só queria entender o que o levou fazer isso. Minha mãe o amava tanto, ela só queria que todos nós fossemos felizes, Abel não quis me dizer o motivo dele ter feito isso conosco, e isso me faz raiva. 

Ele só é cinco anos mais velho que eu, assim como ele, também preciso saber o motivo que minha mãe não está aqui. Minha avó disse que nosso pai era um doente alcoólico, enquanto minha tia o chama de psicopata egoísta, já Abel apenas fica de cabeça baixa ignorando todas as minhas perguntas. Minha família proibiu que fossemos ao enterro do nosso pai, mas para ser sincera não é como se eu tivesse interesse em ir. 

Esse pensamento me faz sentir culpada, não é certo odiar seu próprio pai, ou é? Não posso dizer, e Abel não vai compartilhar o que está sentindo comigo, por isso vou continuar com essa duvida persistente em minha mente e a dor afundando em meu coração. 

Meus pés tocam a água gelada do rio refletindo as estrelas no céu. Mama sempre disse que sair para a floresta é perigoso, mas ela não está aqui para gritar comigo e eu apenas quero olhar para estrelas na esperança de que eu vá encontrá-la em algum lugar em meio a elas. 

— Uma garota pequena não deveria está sozinha no meio da floresta. 

Grito ao escutar a voz de um garoto na escuridão, começo a levantar, mas a bainha do meu vestido preto fica preso entre as pedras jogando-me no chão ao me desequilibrar. 

— Quem é você? — Pergunto com a voz trêmula ao vê-lo se aproximar cada vez mais. Ele não é muito mais velho que  Abel, mas parece ser muito mais perigo que meu irmão. 

— Raze, e você? — Estica a mão na minha direção. Olhando por alguns minutos, resolvo aceitar não é como se eu fosse conseguir levantar sozinha, com uma pequena pressão ele me levanta e aos poucos ganho estabilidade em meu corpo. 

— Paige. Paige Lucam. 

— Você não me respondeu o que está fazendo aqui.

— Minha mãe disse que não é bom falar com estranhos.

— Ela também deve ter dito que não é seguro sair a noite sozinha.

— Sim, mas ela não está aqui para reclamar — olho para os botões em meu vestido sentindo-o perder cada vez mais a beleza dele. Minha mãe estava comigo quando fomos escolher e hoje foi a primeira vez que tive a oportunidade de usar e ela não está mais aqui comigo.

— Isso é notável, garotinha. — Seus braços apontam ao redor mostrando que somos apenas nós dois em meio a floresta.

— É porque ela está morta. — Não olho em seu rosto com medo de ver pena ou algo parecido com isso.

— Eu sinto muito.

— Não precisa, não foi você que a matou, e sim meu pai.

Antes que ele possa falar alguma coisa. Escutamos uma voz gritando meu nome fazendo-me relaxar ao escutar a voz de Abel. Respondo e não demora muito para que ele apareça ao meu lado. Seus olhos analisam Raze, antes de assumir uma postura protetora.

— O que você está fazendo aqui? — A pergunta é direcionada a mim, mas sua atenção continua em Raze.

— Estava querendo encontrar mama. — Sussurro sentindo-me uma idiota por confessar isso em voz alta. Eles não entenderiam.

— Você pode fazer isso da janela lá de casa, vamos.

— Eu não vim aqui machucá-la — Raze fala e Abel diminui seus passos. — Ela estava sozinha e pensei em levá-la para casa. Meu nome é Raze, a propósito.

Por um minuto imaginei que Abel fosse ignorá-lo, mas para a minha surpresa ele volta a encarar Raze antes de entender sua mão.

— Abel Lucam.

Foi assim que nasceu a amizade entre o filho da prostituta e os órfãos da cidade. Até que sete anos depois uma tragédia nos separou.

💫💫💫

Paige

15 anos

Já se passaram duas semanas desde que estou montando guarda. Talvez eu possa estar exagerando, pois ainda preciso ir para escola e ajudar minha avó no restaurante, no entanto, em meus momentos livres sempre fico na varanda na espera de Raze e Abel. Eles finalmente estão voltando para casa depois de dois anos servindo ao exército.

Desde do nosso primeiro encontro na floresta, nós nunca ficamos tanto tempo longe um do outro. Nosso único contato tem sido por cartas, ocasionalmente ligações, mas nem sempre estamos disponíveis no mesmo horário. Há duas semanas Raze me ligou avisando sobre o retorno, uma breve visita, mas é tudo o que preciso para matar a saudade. Quando estou prestes a desistir e voltar para dentro de casa, um carro preto para em frente ao jardim e um Raze muito musculoso e mais alto sai vestindo seu uniforme do exército. 

Sem pensar duas vezes corro em sua direção sem me importar com os que as pessoas ao redor vão pensar, minhas pernas enrolam ao redor da sua cintura enterrando meu rosto em seu pescoço. Lágrimas de saudades descem pelo meu rosto ao sentir seu cheiro tão familiar. 

— Paige. — Sua voz é tão crua quando me aperta em seus braços, como se estivesse com dor. Ao afastar o rosto do seu pescoço observo mais uma pessoa saindo do carro, sem pensar duas vezes, me desenrolo de Raze, indo a direção ao carro, mas seus braços me impedem. Olho para ele sorrindo em meio as lágrimas, por mais que tenha se passado tanto tempo, eu preciso me dividir entre os dois.

— Preciso chegar até Abel. — Seu rosto está torcido de dor e quando olho em direção ao carro, encontro três oficiais do exército com os braços cruzados nas costas. 

— Ele não vem. 

— Não? Ele vem em outro carro? — Aponto em direção a rua, mas recebo um aceno antes de seus olhos se encherem de lágrimas. 

— Ele nunca vai chegar, baby. Abel partiu. — Meu corpo entra em choque por alguns minutos, até que a compreensão das suas palavras me atingem como um trem desgovernado. 

"Sua mãe partiu, Paige. Ela se tornou uma estrela agora."

Como se o mundo estivesse em câmera lenta, olho para os três homens parados atrás de nós, todos com a cabeça baixa, enquanto o homem me segurando tem lágrimas descendo em seu rosto. 

— NÃO! —  Um grito escapa da minha boca, ao tentar me desvencilhar de Raze e chegar até o carro. Seus braços continuam ao meu redor impedindo meu avanço. Eu sei que ele está no carro. Abel não partiria sem se despedir. — Abel! — Grito em direção ao carro. — Eu estou aqui, Abel! Não precisa mais mentir! — Minhas unhas cravam contras os braços de Raze tentando afastá-lo de mim, mas tudo o que recebo são suas mão me segurando ainda mais forte. — ABEL!

Tento correr, mas Raze me levanta em seus braços pela minha cintura, levando-me para dentro de casa longe de todos os olhares curiosos. 

—Eu preciso de você! Não me deixe, Abel! 

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Promessas Quebradas ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora