Capítulo 13

181 45 6
                                    

Paige

— Oh Wow. — Uma voz rouca me faz recuar, mas não tenho chance de ir muito longe, pois o seu aviso me tem congelada no chão. — Correr não vai fazer bem para o bebê, principalmente se eu atirar em suas costas. — Minhas mãos abraçam minha barriga protetoramente, assustada ao encarar os olhos frios de Asafe. — Gravidez combina com você.

— O que..que..que você quer? — Minha voz fala e por mais que eu tente me manter firme, não é possível ao olhar para o cara que estava presente no dia em que voltei a reencontrar Raze. O dia que minha vida mudou para sempre.

— Isso é relativo, querida. — Apaga a bituca do cigarra com a bota, tirando a arma da cintura. — Eu quero você morta, mas infelizmente não tenho motivos o suficiente para isso. Eu não sabia quem você era, até que veio em direção a nós.

— Eu não enten...do. — Eu mal o conhecia até semanas atrás.

— Você viu algo que não deveria...

— Eu não vou falar nada! — Grito desesperada. Minha respiração está superficial, e meus tremores são intensos.

— Não terminei de falar, querida. — O brilho da arma me tem balançando a cabeça concordando com tudo o que possa sair de sua boca. — Você não tem ideia do que isso significa para mim, e não vou deixar uma garota magricela estragar isso. Estou sendo claro?

Concordo, mesmo estando nervosa o suficiente para compreender suas palavras. Quando se aproxima de mim, minha única reação é permanecer estática mesmo ao afastar os fios do meu cabelo com a arma.

— Nunca matei uma grávida, — sua cabeça inclina como se estivesse pensando, — na verdade, não tenho ideia. Em alguns lugares do mundo não temos ideia de quem vai entrar na linha do tiro, mas você vai ser a primeira consciente se me decepcionar. Fale para qualquer pessoa sobre o que viu naquela noite, ou sobre minhas divertidas cartas e você não vai saber o que te atingiu. A não ser que eu esteja inspirado e faça você sofrer um pouco. Estamos estendidos?

— Sim...sim...— Não consigo encontrar seus olhos, pois os meus estão molhados pelas lágrimas que tenho lutado para segurar. Sua mão toca minha barriga, sem que eu possa me conter um pequeno grito escapa da minha boca. Asafe parece assustado pelo o que aconteceu, como se estivesse sido pego desprevenido, sua reação é momentânea, até que volta a sorrir como um maníaco abaixa até o chão onde recolhe as formas e me entrega antes recuar até as sombras.

— Até logo, mamãe. Estou ansioso para enviar mais cartas. — Não espero ele desaparecer para correr até minha casa, abrindo as portas com as mãos trêmulas. A ideia de que ele possa entrar comigo aqui dentro, não parece ser aterrorizante, porque meu único foco é vomitar meu almoço, limpando minha boca com a manga da minha blusa, abraço meu abdômen, fechando meus olhos contando minha respirar. Inconsciente, toco a corrente em volta do meu pescoço, até que caio em mim e percebo que procurar por Raze imaginando que iria me libertar, acabou me levando em direção a mira de um assassino. 

***

Raze

Eu nunca fui uma pessoa sociável, apesar de sempre negar, o abandono do meu pai pode ter causado algum dano em mim assim como causou em minha mãe. Nunca me importei com o trabalho dela, se isso a faria feliz quem era eu para reclamar? Apesar do que ela costumava falar, o dinheiro que ela ganhava não servia para nos alimentar, apenas para sustentar seu vicio em drogas, desde que seu fornecedor gratuito a abandonou por uma mulher mais jovem deixando-a com uma criança para criar.

Nossa relação nunca foi boa e não me importava com isso. Além das nossas viagens, a única coisa que me incomodava era ser chamado de o filho da prostituta, pelo menos era melhor que o da viciada.

Promessas Quebradas ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora