Capítulo 8

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Raze

Não é fácil olhar para o rosto molhado de Paige e saber que eu sou a única causa das sua lágrimas, depois que seu carro vira a esquina demoro alguns minutos para voltar para dentro do prédio. A imagem dela ajoelhada no chão, enquanto Spark estava preste a enfiar seu pau sujo em sua boca ainda atormenta minha mente, principalmente depois que quase tirei sua virgindade minutos depois.

Abel me mataria se soubesse o que fiz, só de pensar em decepcioná-lo faz com que bile queime minha garganta em desgosto. Não há justificativa para o que eu fiz com nossa garotinha, mas eu não sou o que ela precisa nesse momento, nunca serei, eu prometi protegê-la e isso significa que ela precisa ficar o mais longe que consegui de mim. Mesmo que isso me mate, eu sei que um dia serei apenas uma dor distante em seu coração. Abel estava certo quando me mandou ficar afastado da sua irmão. Garotos como eu não merecem garotas como Paige.

Ao chegar na porta do meu escritório, encontro Asafe encostado na parede, limpando suas unhas com uma Cold Steel. Filho da puta assustador. No momento que nossos olhos se encontram, inclina a cabeça em direção a minha sala, em um sinal de que quer falar a sós comigo.

— Quem é a garota? — pergunta sentando na cadeira em frente a minha mesa, sirvo dois copos com Jack Daniel's oferecendo um ao outro.

— Ninguém importante. — Continua brincando com sua faca, analisando-me atentamente.

— Ela viu demais não foi?

— Você estava nos espiando?

— Não é nenhuma novidade que sou um Voyeur, mas para a minha decepção eu apenas cheguei quando ela estava gritando com você. — Mais calmo volto a me recostar contra a cadeira sentindo a queimação trazer de volta a dormência que comecei a sentir após a morte de Abel. — Ela precisa morrer.

— Não. — Suas sobrancelhas se erguem, porque minha reação não justifica minhas palavras a poucos minutos.

— Ela vai abrir a boca em alguma momento, e tudo o que conquistamos vai simplesmente explodir diante dos meus olhos. Porque eu vou ter matado você antes, então não vai precisar se preocupar com nada.

Exalando, coloco meu copo sobre a mesa buscando minha arma na gaveta.

— Paige estava no lugar errado e na hora errada, ela não tem culpa e seus homens não sabem como fazer um serviço corretamente.

— Agora são meus homens? Pensei que estivéssemos juntos nisso, querido. Típico dos homens deixarem que as mães assumam a culpa.

Ainda não consigo entender como consegui conviver com ele nos últimos anos, ele é claramente perturbado e vai muito além do reparo.

— Ninguém toca nela, até que eu diga ao contrário.

— Apenas você pode com seu pau, não é mesmo? — Aponto minha arma na sua direção pronto para puxar o gatilho, mas a sua única reação é gargalha inclinando todo o seu corpo para trás. Levantando ele fala: — Eu vou buscar nosso filho, sobre a garota, uma única palavra com qualquer policial, ela vai finalmente poder dormir naquele lugar asqueroso no qual é fascinada.

Jogo a garrafa contra a porta fechada, mas minha reação explosiva não é a melhor quando retorna minutos depois com um Spiker nenhum pouco arrependido pelo o que fez.

— O que a garota falou quando você atendeu a porta? — pergunto ainda sentado atrás da mesa, Asafe fica escondido na escuridão, apenas observando a interação.

— Ela procurou pelo senhor. — Aceno concordando ainda esperando encontrar um pingo de compaixão em seus olhos.

— Porque não veio até a mim? — Um sorriso nojento cresce em seu rosto como se estivesse orgulhoso do que fez.

— Ela era uma coisinha para brincar.

— Em nenhum momento você pensou que ela seria a minha coisinha para brincar? — Aos poucos o medo começa a transparecer em seu rosto, mas já é tarde demais, minha paciência nunca durou tanto tempo.

— Sinto muito, senho...

— Você está dispensado, — quando está preste a atingir a porta eu o chamo. — Da próxima vez que alguma garota vier até mim me procurar, trate-a como uma verdadeira rainha. Estamos entendido?

Quando recebo seu aceno, não exito em levantar minha arma e atirar em sua cabeça. Asafe finalmente sai das sombras olhando para o corpo de Spike caído no chão. Ajoelhando-se, ele toca o sangue que sai do corpo esfregando-o em seus dedos, voltando a se levantar.

— Um desperdício. Ele jurava que ia conseguir sobreviver, quando você se tornou tão cruel?

Não respondo sua pergunta, mas a imagem do sorriso de Abel sorrindo antes de entrar no carro que explodiu preenche minha memória. Ele estava feliz, pois seria sua última ronda antes de encontrar nossa garotinha.

— Você nunca erra um alvo. — Guardo a arma de volta na minha mesa sem me preocupar em olhar para ele. — No cemitério, quando você percebeu que era ela?

— Do que você está falando? — Tento manter minha expressão impassível para que não perceba que suas conclusões podem estar certas.

— Você atirou, mas não acertou de propósito, porque aquela garota no cemitério era a sua garota.

— Estava escuro, Asafe. Eu tentei, mas a localização em meio as árvores não facilitou — era mentira.

— Você é um atirador de elite. — E ele sabia. — Ainda vai continuar mentindo?

— Fique longe dela — É meu único aviso antes do sorriso maníaco se formar em seu rosto. Todos esses anos tentando proteger Paige foram em vão. Eu simplesmente a atraí em direção a um assassino. 

Promessas Quebradas ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora